Diamantina – Igreja do Senhor do Bonfim


Imagem: Google Street View

A Igreja do Senhor do Bonfim, em Diamantina-MG, pode ser anterior a 1771 porque esta capela foi referenciada num termo da Irmandade do Rosário.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja do Senhor do Bonfim
Localização: Rua do Bonfim – Diamantina-MG
Número do Processo: 409-T-1949
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 332, de 06/12/1949
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.

Descrição: A edificação pode ser anterior a 1771 porque, segundo Aires da Mata Machado Filho, esta capela foi referenciada num termo da Irmandade do Rosário, uma vez que serviu por algum tempo Crioulos rosarianos dissidentes, agrupados na Irmandade das Mercês. São desconhecidos os nomes dos artistas que ali trabalharam, bem como a data que executaram suas obras. A data de 1865 que aparece no arco-cruzeiro, provavelmente trata-se de alguma reforma ou mesmo reconstrução do corpo do edifício. Apesar de pequena, a capela do Senhor do Bonfim é uma das mais harmoniosas construções do conjunto de igrejas setecentistas de Diamantina. Construída em madeira e barro (adobe e taipa), apresenta um partido muito simples, reduzindo-se à disposição de três cômodos: nave, capela-mor e sacristia do lado esquerdo da capela-mor e uma única torre da fachada, posicionada lateralmente à esquerda. Tem-se acesso ao coro através de escadaria existente internamente na torre, e por uma escada externa ao púlpito, localizado também no lado esquerdo.
A fachada apresenta cunhais e esteios pintados em cores vivas, destacando-se do frontispício, conferindo ritmo à composição. A portada é encimada por ornato de madeira trabalhada, ladeada por duas porta-sacadas, com guarda-corpos de ferro batido. Sobre a cimalha, que existe apenas na fachada, eleva-se frontão triangular com beiral de telhas curvas com óculo envidraçado ao centro. Na capela-mor concentra-se o principal interesse ornamental do templo. Nela está situado o único retábulo, que se integra harmoniosamente com a pintura do forro. De estilo indefinido, apresenta, simultaneamente, elementos do D. João V (nichos com dosséis e sanefas) e do rococó (rocalhas ornamentais na parte interior e coroamento). Mostra quartelões em lugar das colunas e, no centro, ao invés de dossel, apresenta um medalhão com a figura da Santa Face.
A pintura do forro, em perspectiva e de autor desconhecido, tem influência do estilo do Guarda-mor José Soares de Araújo, revelada no tratamento compacto da trama arquitetônica e colorido sombrio. É composta, de cada lado da abóbada, por uma série de três grossas pilastras, com cariátides na parte frontal, sustentando pesado entablamento. Os nichos entre as pilastras são decorados por quadros com as figuras das sibilas, Frígia e Tiburtina, do lado direito, e Délfica e Líbica, do lado esquerdo. No quadro central, está representada a cena do Descendimento da Cruz, pintada em tons sombrios, verificando-se curiosa desproporção entre as figuras da parte superior, no alto da cruz e os minúsculos assistentes da parte inferior da composição. As molduras do quadro central e os brasões com os nomes das sibilas são realçados em ouro.
Fonte: Iphan.

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MAIS INFORMAÇÕES:
Patrimônio de Influência Portuguesa


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