Dois Irmãos – Casa Dienstmann


Imagem: Ficha de inventário – Compac

A Casa Dienstmann foi tombada pela Prefeitura Municipal de Dois Irmãos-RS por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Dois Irmãos-RS
Nome Atribuído: Casa Dienstmann
Localização: Av. São Miguel, n° 1961 – Dois Irmãos-RS
Decreto de Tombamento: Portaria municipal de tombamento n° 116/2003, de 11 de abril de 2003.
Ficha de inventário – Compac

Importância: O bem se destaca por apresentar valor nas seguintes Instâncias:
1 – Instância Cultural: Enquanto referência histórica; pelo valor de antiguidade; pelo valor tradicional para a comunidade e pelo valor de referência coletiva;
2 – Instância Morfológica: Valor arquitetônico: pela qualidade formal, Valor pela referência historiográfica; Valor pela raridade formal; Valor como elemento referencial na paisagem urbana;
3 – Instância Funcional: Compatibilização com a estrutura urbana e pela permanência dos usos originais nas estruturas existentes.
4 – Instância Técnica: Valor pelo risco de desaparecimento e Valor pelo bom estado de conservação;
5 – Instância Paisagística: Valor pela compatibilização com a paisagem urbana; Valor pelo conjunto de unidades – estruturação do cenário da quadra e Valor como elemento referencial.
6 – Instância Legal: legislação de preservação em nível municipal (Lei de Tombamento e Zoneamento em Plano Diretor).
Fonte: Ficha de inventário – Compac.

Descrição: A história da família Dienstmann inicia em Dois Irmãos com a vinda do imigrante Johann Jacob Dienstmann, no ano de 1827. Johann, sua esposa Maria Eva Mayer e os filhos Mathias e Johann eram da cidade alemã Bacharach, localizada na Renânia-Platinado. A primeira edificação construída pela família ficava em outro ponto do terreno, posteriormente foi construída a casa atual, em fins do século passado.
A família exerceu inicialmente a agricultura, já Albino da terceira geração da família exerceu a marcenaria, visto que vários móveis foram fabricados por ele, bem como plantou acácias na propriedade para fins comerciais. Já sua esposa Leopoldina Dienstmann era costureira e alguns objetos utilizados em seu trabalho ainda se encontram salvaguardados na casa.
Posteriormente o filho do casal, Oscar Dienstmann, residiu na edificação e teve grande importância na organização do transporte até a fábrica DEAL, em Porto Alegre, entre as décadas de 1940 a 1950. Este transporte consistia em parte do leite que era produzido em Dois Irmãos, tanto na sua propriedade, como em outras.
Oscar também era reconhecido como um veterinário na cidade, pois tendo interesse no trato de animais doentes era requisitado pela vizinhança quando surgia algum problema e aplicava injeções ou receitava remédios. Ele e sua esposa Joana foram os últimos moradores da casa; Joana era doceira e utilizava em seu trabalho equipamentos de última geração na época. Para tanto se verificou que os eletrodomésticos como geladeira, fogão elétrico, batedeira, entre outros, seriam um dos primeiros deste gênero na cidade. Também foram um dos primeiros a adquirir uma televisão, porém também apreciavam livros e jornais, de diferentes assuntos, o que demonstra o riquíssimo acervo material e imaterial que a edificação salvaguarda.
A Casa Dienstmann foi objeto de estudo do pesquisador Jean Roche, que além de apresentar a planta baixa da propriedade, descreve minuciosamente suas características, apresentando-a como referência da “casa de tijolos, com telhado assimétrico”. Faz referência aos proprietários que possuíam regular abastança, bem como os materiais utilizados para sua construção – telhas e tijolos – teriam sido fabricados em Dois Irmãos, já a madeira teria provindo da propriedade.
No ano de 1921 foram pavimentadas com tijolos o pátio e a varanda atrás da casa principal, para ligá-la a uma construção de madeira feita no mesmo ano e que encerra uma segunda cozinha e um depósito (ROCHE, 1969, p.204). Além disto, o autor descreve outros elementos que compunham o entorno da edificação: cisterna de tijolos, um poço no jardim, tinas para lavar tarros, parreiras e forno de pão de tijolos e coberto de telhas.
Fonte: Ficha de inventário – Compac.

Histórico do município: Município integrante do Vale do Rio Feitoria, afluente do Rio Caí, sua história está ligada à colonização alemã no Estado, parte da antiga Colônia de São Leopoldo, instalada em 1824. Dois Irmãos recebeu os primeiros colonos a partir de 1825, entre eles Pedro Baum e família, lavrador e sapateiro, do Hunsrück.
A leva mais significativa de colonos imigrantes que ocuparam parte dos 249 lotes da “Linha Grande de Dois Irmãos”, foi a dos ex-náufragos do navio Cecília. O veleiro partiu do porto de Hamburgo em 1827 e surpreendido por uma tempestade no Canal da Mancha. Parcialmente destroçado, o navio com seus passageiros foi abandonado por seu capitão e pela marinhagem, ficando sem rumo até ser encontrado por um barco inglês que o conduziu para Plymouth, na Inglaterra. Aí permaneceram por cerca de dois anos, aguardando a definição de seus destinos. Aportaram no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1829, dia de São Miguel. Conta a tradição que em homenagem ao Arcanjo estabeleceram essa data como seu marco fundante. Até hoje ela é comemorada no “Michelskerb”, Kerb de São Miguel.
Em 1832 os colonos católicos inauguraram a capela em honra a São Miguel. O lugar onde foi erguido o templo é, provavelmente, o mesmo onde a partir de 1869 foi construído o outro, com traços góticos, concluído em 1880, que hoje se encontra a Antiga Igreja Matriz de São Miguel, tombada pelo Patrimônio Histórico do Estado.
Fonte: Prefeitura Municipal.

MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal
Site da família


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