Dois Irmãos – Escola Imaculada Conceição


Imagem: Google Street View

A Escola Imaculada Conceição foi tombada pela Prefeitura Municipal de Dois Irmãos-RS por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Dois Irmãos-RS
Nome Atribuído: Escola Imaculada Conceição
Localização: Av. São Miguel, n° 436 – Dois Irmãos-RS
Decreto de Tombamento: Portaria municipal de tombamento n° 116/2003, de 11 de abril de 2003.
Ficha de inventário – Compac

Importância: O bem se destaca por apresentar valor nas seguintes Instâncias:
1 – Instância Cultural: Enquanto referência histórica; pelo valor de antiguidade; pelo valor tradicional para a comunidade e pelo valor de referência coletiva;
2 – Instância Morfológica: Valor arquitetônico: pela qualidade formal, Valor pela referência historiográfica; Valor pela raridade formal; Valor como elemento referencial na paisagem urbana;
3 – Instância Funcional: Compatibilização com a estrutura urbana e pela permanência dos usos originais nas estruturas existentes.
4 – Instância Técnica: Valor pelo risco de desaparecimento e Valor pelo bom estado de conservação;
5 – Instância Paisagística: Valor pela compatibilização com a paisagem urbana; Valor pelo conjunto de unidades – estruturação do cenário da quadra e Valor como elemento referencial.
6 – Instância Legal: legislação de preservação em nível municipal (Lei de Tombamento e Zoneamento em Plano Diretor).
Fonte: Ficha de inventário – Compac.

Descrição: A história do Colégio Imaculada Conceição inicia no ano de 1899 quando um grupo de pessoas lideradas pelo Pe. Augusto Lohmann vai a Porto Alegre procurar a Congregação do Imaculado Coração de Maria, na pessoa da Reverenda Madre Maria Margarida de São José e solicitaram a criação de uma Escola que oferecesse uma educação completa, na qual fizesse parte o ensino da Educação Cristã. Foram designadas então as Irmãs Maria Gertrudes do Coração de Jesus e a Irmã Maria Sebastaina de São Miguel para verificar o local e as possibilidades da abertura da escola. Após as devidas constatações foi adquirida uma casa com espaço para a residência das Irmãs, um pequeno internato de meninas, capela e sala de aula.
No dia 22 de março de 1900 seguiram de Porto Alegre para a Vila de São Miguel um grupo de Irmãs para administrarem a nova escola, foram recebidas por um grande número de pessoas. Aos quatro dias do mês de junho daquele ano iniciaram as aulas com 40 alunas (36 externas e 4 internas), a Madre Maria Sebastiana atuava como superiora, eram ministradas aulas de Ensino Religioso, Português pela Irmã Maria Rita e Alemão pela Irmã Irene, também aprendiam trabalho de agulha, confecção de flores, pintura, música e teatro, coordenados os serviços domésticos pela Irmã Maria Francisca. Ao final de cada ano letivo eram feitas apresentações artísticas e exposições dos trabalhos de artes.
No ano de 1911 foi construído o prédio com três andares, com espaços mais adequados para os educandos. O espaço usado inicialmente em 1900 foi demolido no ano 1948. No ano seguinte, em 4 de dezembro foi dada a benção juntamente com o lançamento da pedra fundamental do outro prédio com três andares, que fora inaugurado no dia de Nossa Senhora do Imaculado Coração, em 8 de dezembro.
Para atender melhor a comunidade em 1951 foi criado o Jardim de Infância e em 1962 iniciam-se as obras do terceiro prédio, com dois andares, destinado ao internato das meninas, inaugurado dois anos após. Em 1968 o mesmo prédio passa por ampliações sendo construídas cinco salas de aula e três salas especiais para administração. Na época o ano letivo iniciava em meados de janeiro e encerrava em 15 de dezembro, possibilitando a ampliação do currículo e dos conteúdos das disciplinas práticas e teóricas.
No ano de 1978 a escola que tinha denominação de “Ginásio Imaculada Conceição” passa a ser chamada de “Escola Imaculada Conceição, como é reconhecida até hoje. Mantém em suas características filosóficas e proposta pedagógica a “educação humana cristã de qualidade”, procurando adaptar-se às mudanças requeridas pelas exigências legais. Foi pioneira no oferecimento da Pré-Escola e do Curso Ginasial na cidade. Também ofereceu cursos de Datilografia, Corte e Costura e bordados diversos, incluindo tricô, crochê, pintura em tecido e outros. A comunidade sempre esteve engajada através da Associação de Pais e Mestres e o Clube de Mães; desde a sua fundação foram realizadas doações em dinheiro ou materiais para a construção dos prédios, além de gêneros alimentícios.
Inicialmente o internato contou com meninas internas, posteriormente abriu-se o internato para meninos da cidade e da região. Em 1970 a média de alunos foi de 720, ao final desta década é fechado o internato masculino e em 1980 o feminino também, o que diminuiu o número para 320 a 400 em média. Não sendo utilizado o internato, o espaço foi negociado para ser usufruído para atividades educacionais da comunidade, posteriormente foi locado à Prefeitura Municipal e também sediou uma Escola Estadual de 2º Grau.
A instituição pertence à Sociedade Educação e Caridade, e sempre foi dirigida pela Irmãs do Imaculado Coração de Maria, atualmente o prédio mais antigo é utilizado para residência das Irmãs e o prédio ao lado possui salas de aula da própria instituição, que conta aproximadamente com 500 alunos, seu quadro de funcionários é de 35 profissionais de sala de aula, mais 23 entre o administrativo e demais auxiliares. No diurno atende da Educação Infantil ao Ensino Médio e no noturno o Curso Técnico em Administração, implantado em 2008.
Fonte: Ficha de inventário – Compac.

Histórico do município: Município integrante do Vale do Rio Feitoria, afluente do Rio Caí, sua história está ligada à colonização alemã no Estado, parte da antiga Colônia de São Leopoldo, instalada em 1824. Dois Irmãos recebeu os primeiros colonos a partir de 1825, entre eles Pedro Baum e família, lavrador e sapateiro, do Hunsrück.
A leva mais significativa de colonos imigrantes que ocuparam parte dos 249 lotes da “Linha Grande de Dois Irmãos”, foi a dos ex-náufragos do navio Cecília. O veleiro partiu do porto de Hamburgo em 1827 e surpreendido por uma tempestade no Canal da Mancha. Parcialmente destroçado, o navio com seus passageiros foi abandonado por seu capitão e pela marinhagem, ficando sem rumo até ser encontrado por um barco inglês que o conduziu para Plymouth, na Inglaterra. Aí permaneceram por cerca de dois anos, aguardando a definição de seus destinos. Aportaram no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1829, dia de São Miguel. Conta a tradição que em homenagem ao Arcanjo estabeleceram essa data como seu marco fundante. Até hoje ela é comemorada no “Michelskerb”, Kerb de São Miguel.
Em 1832 os colonos católicos inauguraram a capela em honra a São Miguel. O lugar onde foi erguido o templo é, provavelmente, o mesmo onde a partir de 1869 foi construído o outro, com traços góticos, concluído em 1880, que hoje se encontra a Antiga Igreja Matriz de São Miguel, tombada pelo Patrimônio Histórico do Estado.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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