Dois Irmãos – Serraria Becker


Imagem: Google Street View

A Serraria Becker foi tombada pela Prefeitura Municipal de Dois Irmãos-RS por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Dois Irmãos-RS
Nome Atribuído: Serraria Becker
Localização: R. Alberto Rübenich, n° 930 – Dois Irmãos-RS
Decreto de Tombamento: Portaria municipal de tombamento n° 116/2003, de 11 de abril de 2003.
Ficha de inventário – Compac

Importância: O bem se destaca por apresentar valor nas seguintes Instâncias:
1 – Instância Cultural: Enquanto referência histórica e pelo valor de antiguidade;
2 – Instância Morfológica: Valor arquitetônico: pela qualidade formal, elemento referencial na paisagem urbana;
3 – Instância Funcional: Compatibilização com a estrutura urbana, e pelo potencial de reciclagem.
4 – Instância Técnica: Raridade no emprego de materiais e pelo risco de desaparecimento.
5 – Instância Paisagística: Compatibilização com a paisagem urbana, como estruturação do cenário da quadra e como
elemento referencial.
6 – Instância Legal: legislação de preservação em nível municipal (Lei de Tombamento e Zoneamento em Plano Diretor).
Fonte: Ficha de inventário – Compac.

Descrição: A Serraria Becker foi fundada no ano de 1872 conforme inscrição encontrada no local e pelo relato dos descendentes de Georg Becker, que adquiriu a propriedade conforme escritura de 1863 onde constam as informações de que a finalidade da mesma era para o uso de serraria, por conta de sua localização próxima ao arroio. Georg Becker casou-se com Anna Maria Wide em 1858 e a mesma faleceu em 1874, fazendo com que ele contraísse matrimônio com Philippine Müller Becker posteriormente.
O segundo proprietário foi Cristiano Becker, casou-se com Wilhelmine Sander em 1901, e que provavelmente herdou a
propriedade, pois consta como donatário na documentação salvaguardada pelos familiares. Posteriormente Jorge Alfredo
e Bruno Armando Becker adquiram a propriedade e atualmente pertence aos seus herdeiros, um deles Hugo Guilherme Becker. Hugo Guilherme e sua esposa Terezinha salvaguardam diversos documentos históricos a respeito da trajetória da família: fotos, livros-caixa da Serraria e livros com cálculos pois cortavam a madeira em m³, além de cadernos, escrituras e certidões.
A Serraria era o único local em que se encontravam todos os tipos de consertos necessários no sentido do trabalho dos
colonos com arados, grades, canga de bois e carroças, demais cabos e utensílios. Desde o ano de 1992 a Serraria está desativada, porém Hugo Guilherme ainda realiza alguns trabalhos artesanais. Além disto o bem cultural fez parte da Rota Colonial Baumschneis, recebendo a visita de diversas pessoas. Em 2011 a Serraria, como demais edificações das imediações foi acometida pela enchente, que acabou levando alguns utensílios e mobiliário, que não foram encontrados
posteriormente na beira do rio.
Fonte: Ficha de inventário – Compac.

Histórico do município: Município integrante do Vale do Rio Feitoria, afluente do Rio Caí, sua história está ligada à colonização alemã no Estado, parte da antiga Colônia de São Leopoldo, instalada em 1824. Dois Irmãos recebeu os primeiros colonos a partir de 1825, entre eles Pedro Baum e família, lavrador e sapateiro, do Hunsrück.
A leva mais significativa de colonos imigrantes que ocuparam parte dos 249 lotes da “Linha Grande de Dois Irmãos”, foi a dos ex-náufragos do navio Cecília. O veleiro partiu do porto de Hamburgo em 1827 e surpreendido por uma tempestade no Canal da Mancha. Parcialmente destroçado, o navio com seus passageiros foi abandonado por seu capitão e pela marinhagem, ficando sem rumo até ser encontrado por um barco inglês que o conduziu para Plymouth, na Inglaterra. Aí permaneceram por cerca de dois anos, aguardando a definição de seus destinos. Aportaram no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1829, dia de São Miguel. Conta a tradição que em homenagem ao Arcanjo estabeleceram essa data como seu marco fundante. Até hoje ela é comemorada no “Michelskerb”, Kerb de São Miguel.
Em 1832 os colonos católicos inauguraram a capela em honra a São Miguel. O lugar onde foi erguido o templo é, provavelmente, o mesmo onde a partir de 1869 foi construído o outro, com traços góticos, concluído em 1880, que hoje se encontra a Antiga Igreja Matriz de São Miguel, tombada pelo Patrimônio Histórico do Estado.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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