Farroupilha – Estação Férrea de Nova Sardenha


Imagem: Prefeitura Municipal

A Estação Ferroviária de Nova Sardenha, em Farroupilha-RS, datada de 1910, tem em suas fundações a pedra basalto de corte irregular.

Prefeitura Municipal de Farroupilha-RS
Designação: Estação Férrea de Nova Sardenha
Localização: Localidade de Nova Sardenha – 3º distrito – Farroupilha-RS
Proprietário: Centro de Ensino Superior Cenecista de Farroupilha-CESF e ao Instituto de Educação Cenecista Ângelo Antonello-ICAA
Data do tombamento: 25/06/2007
Ato normativo: Decreto Municipal nº 4.452, de 19 de junho de 2007
Caráter do tombamento: Municipal
Estado de conservação: Ruim
Uso atual: sem uso

Área: Gleba de terra com vinte e cinco mil e seiscentos e setenta e cinco metros quadrados como parte do recinto da Estação Ferroviária de Caruara, localizado entre os kms 94+000 e km+300 do trecho ferroviário Carlos Barbosa – Caxias do Sul, com as seguintes medidas e confrontações: ao lado esquerdo e numa distância constante de sete metros (7,00 m) acompanhando o eixo da ferrovia, confronta-se por trezentos metros (300,00 m) de extensão com a faixa de domínio da RFFSA; ao norte, em uma extensão de trezentos metros (300,00 m) confronta-se com rodovia estadual que liga Farroupilha a Carlos Barbosa: ao lado direito e numa distância constante de sete metros (7,00 m) ao eixo da ferrovia, confronta-se por trezentos metros (300,00 m) de extensão com a faixa de domínio da RFFSA e ao sul com a rua Maximilhano Schmitz; sobre a parte do terreno no lado esquerdo do eixo da ferrovia está edificado o prédio de alvenaria com área de cento e vinte e dois metros quadrados (122,00m²) construídos e que abrigava a GARE para passageiros e demais espaços que a complementavam. Hoje a situação desta área assim como do prédio, é de completo abandono e decadência.

Descrição: A Estação Ferroviária de Nova Sardenha, datada de 1910, tem em suas fundações a pedra basalto de corte irregular, sendo a maioria em forma de paralelepípedo com cerca de 60/30/30, rejuntadas e com vão gradeados como respiradouros. As paredes externas são em tijolo maciço de argila cozida, sendo dupla nas colunas. A parte anterior foi encontrada em franca demolição. As paredes internas são em tijolos maciços. Em relação as aberturas: as janelas não mais existem, porém apresentam vestígios de alguns marcos em madeira, com secção de cerca de 12 a 15 cm de lado; portas externas inexistem, porém deveriam ser de duas folhas as da parte anterior e uma folha da posterior; as portas internas também inexistem, porém com a probabilidade de serem algumas duplas nos espaços principais e simples nos demais. O assoalho em tábuas largas (30 cm) sobre barroteamento destruído, porém com vestígios. O piso no ambiente da parte posterior e na área de embarque em arenito (Gres) rosado. O forro de tábuas largas (30 cm) matajuntadas (vestígios). A cobertura da Gare é em estrutura de madeira maciça, com seções grandes (em torno de 30×30) em madeira, com cobertura em telhas planas em cerâmica rústica quadrada. A área de embarque apresenta estrutura metálica (ferro) com caibros em madeira e cobertura em telhas de zinco. Sobre a pintura ainda existem vestígios do original: interna, branco em meia parede e cinza claro cerca de 50 cm, terracota cerca de 90 cm; externa, terracota as colunas e ocra as paredes; as aberturas em madeira, provavelmente na cor cáqui, mostarda como as demais construções da RFFSA. A instalação elétrica tem sua fiação aparente com suportes ou afastadores em porcelana branca (vestígios). Não há vestígios de instalação hidráulica. Histórico: O transporte ferroviário, no Brasil, começa a ser implantado a partir de 1850. No Rio Grande do Sul, o ano de 1866 marca o início de nossa história ferroviária, mas que só torna-se realidade no Município de Farroupilha em 1910, mais especificamente em 13 de maio de 1910, com a construção de duas estações férreas. A estação do distrito de Nova Vicenza, hoje centro de Farroupilha e a estação do distrito de Nova Sardenha, ambas servindo ao Ramal Montenegro – Caxias do Sul. De acordo com os arquivos da RFFSA, o prédio da estação de Nova Sardenha, consistia na residência do agente (com cinco cômodos), além da sala de espera da estação e da agência. A região da encosta superior do nordeste passa a ter com as ferrovias uma possibilidade de escoamento maior de suas economias. Após um transporte terrestre e por final fluvial para chegar até a capital, os distritos e as cidades desta região, passam a ser muito mais autônomas e com possibilidades de crescimento. Além de escoar o excedente de suas produções, conseguem adquirir produtos com maior facilidade, além da enorme economia de tempo. No entanto, este olhar inicialmente econômico, traz consigo as etnias, costumes, leituras, danças, cantos, o ensino e o resgate desse acervo significa buscar a identidade cultural, econômica e arquitetônica de uma época, marcadamente da história concreta de um povo. Assim, o restauro desse prédio e a preservação do seu entorno traz envolvida não só a Comunidade local, mas uma população educacional que deseja conhecer, respeitar, cuidar e divulgar a sua história. Além disso, a Estação Férrea de Nova Sardenha consta no inventário do Patrimônio Ferroviário do Rio Grande do Sul realizado pelo IPHAE, publicado em 2002, e o restauro desta estação vem resgatar a importância da mesma para o desenvolvimento econômico da região, destes distritos que possibilitaram a implantação do Município de Farroupilha. A identidade de um povo passa pelo conhecimento e pela preservação de sua história. O restauro resgata não apenas um bem material, mas a importância da pesquisa, do estudo e aponta novas possibilidades, como o implemento do turismo, do lazer e da cidadania.
Fonte: GASPERIN, Alice. Farroupilha: ex-Colônia Particular Sertori. Caxias do Sul: Ed. Autor, 1989. IPHAE. Patrimônio Ferroviário no Rio Grande do Sul. Inventário das Estações 1874-1959. Porto Alegre: Palllotti, 2002.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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Estações ferroviárias


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