Farroupilha – Estação Férrea de Nova Vicenza


Imagem: Prefeitura Municipal

A Estação Férrea de Nova Vicenza, em Farroupilha-RS, tem de influência franco-belga porque sua construção estava a cargo da Cie. Auxiliaire des Chemins de Fer au Brésil (1910-1920).

Prefeitura Municipal de Farroupilha-RS
Designação: Estação Férrea de Nova Vicenza
Localização:  R. Nataly Valentini, n° 5 – Centro – Farroupilha-RS
Proprietário: Concessão de uso para a Câmara de Dirigentes Lojistas de Farroupilha (CDL)
Data do tombamento: 20/10/16
Ato normativo: Decreto Municipal nº 6.108, de 20 de outubro de 2016
Caráter do tombamento: Municipal
Estado de conservação: Regular
Uso atual: sem uso

Área: A área de terras com 4.150,00 m², localizada na Rua Nataly Valentini, destacada de uma área maior com 30.746,80 m², adquirida da Rede Ferroviária Federal S/A por meio da escritura pública de cessão de direitos de posse n.º 6.021, livro n.º 41, fls. 129/133, lavrada em 16-06-1998, no Tabelionato de Notas de Farroupilha, com um prédio de alvenaria da antiga Estação Ferroviária, com área construída de 249,69m², e ratificada pela União, através do Termo de Ratificação de Transferência de Direito de Posse, lavrado 15.04.2010, em livro próprio, n.º 01, fl. 16, na Superintendência do Patrimônio da União no Rio Grande do Sul, valendo o mesmo como escritura pública, de acordo com o art. 74 do Decreto-Lei n.º 9.760, de 05.09.1946.

Descrição: No que tange à antiga Estação Férrea Nova Vicenza, destacam-se os seguintes aspectos urbanístico-arquitetônicos relevantes:

1-Implantação: Se dá em um sítio amplo (Largo Carlos Fetter), com pouca densificação, cuja tipologia construtiva do entorno imediato ainda preserva aspectos de ambiência da época de sua implantação, quando contava com sistema de depósitos e abrigos para a locomotiva e vagões, ao longo da linha férrea. A estação Nova Vicenza é locada lateralmente ao longo da linha férrea.

2- Zoneamento: A edificação situa-se em zona especial (ZAK), definido no Plano Diretor de Desenvolvimento Territorial Integrado – PDDTI, cujos parâmetros urbanísticos se privilegiam a baixa ocupação e pouca altura, tendo seus usos predominantemente residencial, comercial e de serviços. Tais características resguardam o Bem e o aspecto paisagístico do entorno, da densificação urbana maciça.

3- A edificação evidencia seu caráter utilitário e custo reduzido, apresentando volumetria simples e pureza formal, com planta-baixa do tipo retangular, a fim de garantir agilidade na execução e baixo-custo. Possuía, originalmente, cobertura em telhas plana de ardósia ou concreto pré-fabricado, disposto em 2 duas águas, Está localizada lateralmente à ferrovia, com acesso e desembarque na mesma fachada. Estas características a enquadram como sendo do tipo II, tendo no seu programa as funções de estação, bilheteria e depósito, além da residência do chefe da estação.

Observa-se que essa é uma tipologia comum das estações, norteada na influência franco-belga, uma vez que a construção da ferrovia estava a cargo da Cie. Auxiliaire des Chemins de Fer au Brésil (1910-1920). Traz consigo o simbolismo da modernidade, sem, contudo, trazer as grandes inovações europeias do ferro e do vidro. O repertório de elementos arquitetônicos e compositivos, quando analisados comparativamente, sugerem uma tipologia comum, podendo ser tida como padrão ou algo do tipo. A edificação de alvenaria mostra uma preocupação com a composição das fachadas, bastante simplificadas, tendo como elementos decorativos apenas pilastras lisas e molduras das janelas em vergas retas, sendo utilizados arcos abatidos sobre as portas. A cobertura segue o padrão, com estrutura em tesouras de madeira, inclusive nos alpendres, cujo fechamento do corpo se dava em telhas planas de ardósia ou concreto pré-fabricado e, nos alpendres, com telha metálica. As esquadrias seguiam divisão dos vidros em quadrículas. As alvenarias são em tijolos maciços, assentadas sobre alvenaria de pedra basáltica regular. O piso original constituía-se de assoalho de madeira, tendo sido substituído por piso cerâmico em reforma executada em 1999/2000. O forro da área interna, à época da reforma, era em madeira, com encaixes tipo macho/fêmea. Na área externa não há indícios de forro, sendo apenas a telha metálica aparente sobre a estrutura de madeira. Esta edificação tem importância como marco referencial urbano, sendo ela destacada do contexto. Sua volumetria, apesar de simples, pode ser considerada sua maior relevância arquitetônica, pois exprime diretamente o caráter funcional deste Bem. A manutenção das características que expressam a funcionalidade na arquitetura da Antiga Estação Férrea de Nova Vicenza deve ser objeto das propostas de intervenção a fim de conservar a identidade da edificação e sua relação com a identidade de Farroupilha.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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