Florianópolis – Antigo Cine Ritz


Imagem: Google Street View

O Antigo Cine Ritz, em Florianópolis-SC, foi tombado por sua importância histórica e cultural.

SEPHAN – Serviço do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Município
Nome atribuído: Antigo Cine Ritz
Localização: Centro – Florianópolis-SC
Uso Atual: Templo religioso, curso preparatório (2018).

Descrição: Arquitetura eclética, do século XX.
Fonte: SEPHAN.

Descrição: O cinema em Florianópolis não surgiu isolado. Ele apareceu em conjunto com modificações da infraestrutura da cidade, na chamada Belle Époque (1871-1914), uma época de reformas de higienização urbana e da crença do saber científico como guia do progresso da humanidade. Assim, Florianópolis passou, no início do século 20, por modificações no seu traçado urbano, como a criação de uma avenida sobre a canalização do Rio da Bulha – a hoje chamada Avenida Hercílio Luz. No governo de Gustavo Richard (1906-1910), vieram as primeiras obras de saneamento, a tubulação chegou em 1909, e a primeira lâmpada foi acesa em 1910, além de propostas de ligação via estradas entre a Ilha e o Continente – o que só aconteceria na década de 1920.
Comparando-se essa realidade com as primeiras exibições cinematográficas no mundo, feitas na última década do século 19, até que a coisa começou cedo por aqui. Dia 21 de julho de 1900 foi o dia da primeira exibição cinematográfica em Florianópolis, feita de forma improvisada no Teatro Álvaro de Carvalho. A partir dela, uma série de projeções pontuais começaria no centro da capital, no próprio TAC e em casas de famílias abastadas, com uma difusão do cinematógrafo nesses círculos sociais.
No início, normalmente não havia longas-metragens: as sessões desse período eram de filmetes mudos de aproximadamente vinte minutos, normalmente em casas de famílias abastadas, que podiam arcar com equipamento. Quando havia salas específicas para tanto, eram basicamente teatros, com o telão disposto ao fundo do palco. E o palco, por sua vez, dava espaço para as orquestras ou big-bands. O cinema-mudo era todo animado pelo som delas, com trilhas sonoras que complementavam a história contada na tela, inclusive com efeitos sonoros variados.

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A partir do Ritz, outras salas começaram a ser consolidadas na região central. O Roxy, inaugurado em 1944 no mesmo espaço anexo à Catedral onde funcionaram o Cine Centro Popular e o Odeon, acabaria por se tornar um sucesso de público, com sessões a partir de 14h da tarde, incluindo longas-metragens e séries de filmes em sequência com uma história única, exibidos regularmente.
A família Daux, do setor hoteleiro, investiu nesse período na criação de mais salas. Além do Ritz, o grupo empresarial também abriu mais duas salas em pouco mais de duas décadas. A primeira foi em julho de 1954: o Cine São José, em frente ao Cine Roxy, um cinema com poltronas móveis, iluminação de ponta e altos relevos feitos por Franklin Cascaes. Em 1975, seria a vez do Cecomtur, e assim atravessaram seu período de maior público, na sequência de anos muito prósperos para a cultura em Florianópolis. A primeira emissora de rádio, a Rádio Guarujá, começou a operar nesta época e surgiu também o Museu de Arte Moderna de Florianópolis. A partir daí, por volta da metade do século 50, a cena do cinema de rua ficou razoavelmente estável, os nomes já mencionados faziam a manutenção do mercado local, que por fim perdeu força na década de 90, com o surgimento dos cinemas de shopping, a expansão do VHS e, por fim, a vinda do DVD, em 1997.
Fonte: UFSC.

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