Florianópolis – Antigo Instituto Politécnico


Imagem: FCC

O Antigo Instituto Politécnico foi a primeira instituição de ensino superior do Estado de Santa Catarina, criado no ano de 1917.

SEPHAN – Serviço do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Município
Nome atribuído: Antigo Instituto Politécnico
Outros Nomes: Casa José Boiteux, Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, Academia Catarinense de Letras
Localização: Centro – Florianópolis-SC
Uso Atual: Academia do Comércio de Santa Catarina
Descrição: Arquitetura eclética, de 1921
Fonte: SEPHAN.

Descrição: Primeira instituição de ensino superior do Estado de Santa Catarina, o Instituto Politécnico foi criado no ano de 1917. Em 14 de fevereiro daquele ano, os jornais O Estado e A Época, de Florianópolis, noticiaram a respeito de sua fundação que se efetivou com uma reunião de cirurgiões-dentistas, farmacêuticos e médicos, além de engenheiros, bacharéis em direito, um oficial da Marinha e um guarda-livros, que decidiram pela formação de comissões para elaboração dos planos de cursos que integrariam a instituição – odontologia, farmácia, comércio, agrimensura e pilotagem. Dentre os seus fundadores destacaram-se os médicos Joaquim David Ferreira Lima, Carlos Corrêa, Jonas Miranda, Ervino Presser, Felipe Machado Pereira, Agripino de Mello, Francisco de Mattos; os farmacêuticos Paulino Horn, Antônio Mâncio da Costa, Henrique Brüggmann, Francisco Pereira de Oliveira Filho, Diógenes de Oliveira, Christiano Vasconcellos; os cirurgiões-dentistas Achylles Wedekin dos Santos, José Baptista da Rosa, Álvaro Ramos; além dos bacharéis em direito Nereu Ramos, Marinho Lobo, Henrique Rupp Júnior, Ivo D’ Aquino Fonseca, Cid Campos, Antônio Vicente Bulcão Vianna, José Arthur Boiteux e do Capitão-tenente Lucas Boiteux.
Já em 2 de outubro de 1909, pela lei estadual n° 839, foi prevista a criação de uma Faculdade Livre de Farmácia, Odontologia e Obstetrícia em Florianópolis. Contudo, ela não foi posta em execução.
Desde a República, com a promulgação da Constituição de 1891, ficou formalizado um sistema educacional descentralizado, no qual cabia ao Congresso Nacional e à União legislar sobre o ensino superior, secundário e primário do Distrito Federal. Em contrapartida, aos Estados seria permitido organizar os seus sistemas escolares completos. Neste contexto, a partir do início do século XX, vários cursos de ensino médico de nível superior, principalmente de farmácia e de odontologia, começaram a surgir nas capitais ou mesmo nas cidades maiores dos principais Estados do país. A escassez de recursos para sua implantação explicaria em parte a escolha pelos cursos menores e, por isso, menos dispendiosos.
Anteriormente, nos tempos do Império, em 1809 foi criada dentro do curso médico, a primeira cadeira de matéria médica e farmácia ministrada pelo médico português José Maria Bomtempo, na então Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro. Somente a partir da reforma do ensino médico, em 3 de outubro de 1832, quando as escolas médicas existentes foram transformadas nas Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e Faculdade de Medicina da Bahia, foi fundado o curso farmacêutico, vinculado, contudo, a estas. Nesta época, a Escola de Farmácia de Ouro Preto, criada em 1839, foi uma exceção como instituição autônoma, desvinculada do curso de medicina.
Por outro lado, em relação à odontologia, só pelo decreto nº 9.311 de 25/10/1884, foi autorizado o funcionamento de um curso anexo ao de ciências médicas e cirúrgicas das faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia. Os cursos de farmácia e de odontologia só começaram a se desvincular dessas faculdades de medicina, ganhando autonomia, a partir dos anos de 1930.
Posteriormente, este fato se repetiu pelos outros Estados do país. As aulas do Instituto Politécnico de Florianópolis tiveram início no dia 10 de abril de 1917, sendo as dos cursos de farmácia e de odontologia ministradas inicialmente na rua Trajano. Neste mesmo mês, o Instituto foi transferido para outro prédio cedido pelo governo do Estado, situado à rua João
Pinto esquina da Travessa Ratcliff, nº 41. Pelo decreto federal nº4.763 de 13/12/1923 a instituição foi reconhecida como de utilidade pública, tendo sido liberada neste ano uma verba para a construção de sua sede própria. Além desta verba, foram feitas doações de materiais para a obra por industriais e comerciantes do interior do Estado. Entre 1924 e 1925, o Instituto foi então instalado, no prédio ainda em obras, na avenida Hercílio Luz, nº 47, onde permaneceu até sua extinção. Este novo prédio dispunha de gabinete dentário para assistência gratuita e laboratório de química, além de biblioteca e museu.
Entre 1919 e 1934 formaram-se 95 farmacêuticos e 126 cirurgiões-dentistas. O curso de farmácia diplomou sua primeira turma em 1920 e a última em 1934, sendo que até o final dos anos de 1920 houve um predomínio de turmas pequenas. Já a primeira turma de cirurgiões-dentistas formou-se em 1919 e a última em 1932, predominando entre os formados, alunos da Alemanha e Áustria, que revalidando seus diplomas, voltavam para as cidades no interior do Estado como Blumenau, Joinville e Brusque entre outras. Sendo assim, os que permaneciam na capital eram poucos. O curso de odontologia destacou-se pela assistência gratuita, sendo registrados 753 atendimentos entre os anos de 1917 e 1921.
Fonte: Fiocruz.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
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