Fortaleza – Antiga Sede do Sport Club Maguary


Imagem: Google Street View

A Antiga Sede do Sport Club Maguary foi tombada pela Prefeitura Municipal de Fortaleza-CE por sua importância cultural para a cidade.

COMPHIC – Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico-Cultural
Nome Atribuído: Antiga Sede do Sport Club Maguary
Localização: R. Barão do Rio Branco, nº 2955 – Bairro de Fátima – Fortaleza-CE
Resolução de Tombamento: Decreto n° 13.043/2012

Descrição: Fica tombado, em caráter definitivo, o imóvel localizado na Rua Barão do Rio Branco, nº 2955, no Bairro de Fátima, nesta capital, denominado ANTIGA SEDE DO SPORT CLUB MAGUARY, haja vista o seu alto valor simbólico, portador de inelutável referência à identidade e à memória da sociedade fortalezense.
Fonte: Resolução de Tombamento.

Descrição: O Maguary Sport Club, fundando em 1924, foi uma agremiação ligada a prática esportiva, principalmente o futebol, esporte este voltado exclusivamente para o público masculino, chegando a ser quatro vezes campeão e sete vezes vice-campeão cearense da primeira divisão. O Sport Club Maguary iniciou suas atividades como clube de futebol no bairro Alagadiço, hoje São Gerardo. A segunda sede do clube foi no bairro Benfica, na avenida Visconde do Cauipe, atualmente Avenida da Universidade.

Em 1946 é construída a sede social do Maguary, situada à rua Barão do Rio Branco, nº 2955. Com a extinção do departamento futebolístico, o clube passa a investir na área social; o Maguary não se caracterizou como um clube da elite, tampouco como clube suburbano, o público frequentador do Maguary eram de pessoas advindas da classe média, universitários e outros setores que não frequentavam com tanta assiduidade os chamados clubes elegantes, como o Ideal, o Náutico e o Country Club.

A sede do Maguary, na rua Barão do Rio Branco, foi assinada pelo arquiteto Sílvio Jaguaribe Ekman que ao lado de Emilio Hinko e Mainha, talvez tenham sido os arquitetos mais famosos até o terceiro quartel do século XX. Sílvio Jaguaribe foi também o responsável pelo projeto do Ideal, outro clube famoso em Fortaleza que ainda está em plena atividade e que faz parte do patrimônio Histórico e Cultural de Fortaleza, tombado pelo poder público municipal.

O Maguary talvez tenha sido um dos clubes de Fortaleza menos restritivos ao comportamento da juventude no chamado Anos Dourados. Nas décadas de 1950 e 1960 a rigidez e controle socialprincipalmente no relacionamento entre os sexos era atenuada nos eventos festivos, e as tertúlias, os vesperais e matinais do Maguary ficaram famosas em toda a cidade, talvez por ter frequência marcante da juventude universitária, em especial aqueles oriundos do interior que moravam em repúblicas ou nas residências universitárias.

Na euforia da era JK, segunda metade da década de 1950, o Maguary se destacou como agremiação de entretenimento que chamou a atenção da população fortalezense. O ponto máximo dessa euforia foi a eleição da Miss Maguary, Emília Correia Lima, que fora eleita Miss Ceará e, posteriormente, Miss Brasil, certame promovido pelos diários associados (jornal, rádio e TV); foi a glória do Clube dos Príncipes, como era carinhosamente chamado.

Entretanto, contrastando com a felicidade, euforia e ufanismo, a perspectiva no plano internacional já prenunciava o que poderia acontecer no plano nacional: a chamada Guerra Fria esquentava com a Guerra do Vietnã e a Revolução Cubana ganhava simpatia da juventude brasileira e o temores da elite reacionária e conservadora; é dentro deste contexto que se instala a ditadura militar de 1964. Mesmo diante de um ambiente político repressor, a chamada Jovem Guarda o amenizava e/ou animava com suas músicas despretensiosas e ingênuas, levando a juventude ao embalo. Cantores com Jerry Adriani, Wanderley Cardoso e Wanderléa tinham suas músicas como principal repertório nas tertúlias, matinês e vesperal ou mesmo nos bailes das festas comemorativas do clube.
Fonte: SeCult.

Histórico do município: Capitania dependente, o Ceará teve a sua formação econômica iniciada no século XVII com a pecuária, para fornecer carne e tração à economia açucareira estabelecida na Zona da Mata. E Fortaleza, fundada em 13 de abril de 1726, ficou à margem.

Nessa fase, a cidade primaz era Aracati. Icó, Sobral e Crato também ocupavam o primeiro nível na hierarquia urbana no final do século XVIII. Ao contrário de Aracati, de Icó e de outras vilas setecentistas fundadas nas picadas das boiadas, Fortaleza achava-se longe dos principais sistemas hidrográficos cearenses – as bacias dos rios Jaguaribe e Acaraú – e, portanto, à margem da atividade criatória, ausente dos caminhos por onde a economia fluía no território.

Por todos os setecentos, a vila não despertou grandes interesses do Reino, não tendo desenvolvido qualquer atividade terciária. Mas, em 1799, coincidindo com o declínio da pecuária (a Seca Grande de 1790-1793 liquidou com a atividade), a Capitania tornou-se autônoma, passando a fazer comércio direto com Lisboa, através, preferencialmente, de Fortaleza, que se torna a capital.

De 1808 em diante, com a abertura dos portos, o intercâmbio estendeu-se às nações amigas e, em especial, à Inglaterra, para onde o Ceará fez, em 1809, a primeira exportação direta de algodão.

Como capitania autônoma, o Ceará ingressava então na economia agroexportadora. O viajante inglês Henry Koster, que, exatamente nessa época (1810), visitou Fortaleza, não a enxergava com otimismo: “Não obstante a má impressão geral, pela pobreza do solo em que esta Vila está situada, confesso ter ela boa aparência, embora escassamente possa este ser o estado real dessa terra. A dificuldade de transportes (…), e falta de um porto, as terríveis secas, [todos esses fatores] afastam algumas ousadas esperanças no desenvolvimento da sua prosperidade”.

Em 1822, com o Brasil independente, o Ceará passou a província; no ano seguinte, a vila de Fortaleza foi elevada a cidade, o que robusteceu o seu papel primaz, dentro já da política de centralização do Império. As propriedades agropecuárias da província, a principal riqueza de então, pertenciam a pouco mais de 1% da população livre. Dado que a Lei de Terras, de 1850, só fez contribuir para a concentração fundiária, estavam fincadas então as bases das desigualdades de renda e riqueza que, embora em menor proporção, observam-se até os dias atuais no Ceará e em Fortaleza.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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