Fortaleza – Colégio Dorotéias


 

O Colégio Dorotéias foi tombado pela Prefeitura Municipal de Fortaleza-CE por sua importância cultural para a cidade.

COMPHIC – Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico-Cultural
Nome Atribuído: Colégio Dorotéias
Localização: Av. Visconde do Rio Branco, nº 2078 – Bairro Joaquim Távora – Fortaleza-CE
Resolução de Tombamento: Decreto n° 13.037/2012

Descrição: Fica tombamento, em caráter definitivo, o imóvel localizado na Av. Visconde do Rio Branco, nº 2078, no Bairro Joaquim Távora, nesta capital, denominado COLÉGIO DOROTÉIAS, haja vista o seu alto valor simbólico, portador de inelutável referência à identidade e à memória da sociedade fortalezense.
Fonte: Resolução de Tombamento.

Descrição: A história e a memória da educação no Ceará, na primeira metade do século XX, estão relacionadas as práticas religiosas e as instituições de ensino particulares voltados para a formação de professores e cursos profissionalizantes, considerando a precariedade das escolas públicas e dedicadas à classe pobre. Desse modo, a trajetória escolar do Liceu do Ceará (1845), da Escola Normal (1884), da Casa de Educandos (1856) e da Escola Jesus Maria José (1905), são exemplos significativos para os nossos modelos educacionais.

Concomitante ao funcionamento dessas e de tantas outras escolas, entre os anos 1900-1930, tivemos o aparecimento de inúmeros educandários particulares, dentre eles o Colégio Santa Cecília (1901), o Colégio CearenseMarista (1912) e o Colégio de Nossa Senhora do Sagrado Coração das irmãs Dorotéias (1915)

O Colégio Dorotéias, em especial, fundado no ano de 1915, a convite do 1º Arcebispo Metropolitano de Fortaleza, D. Manuel da Silva Gomes, e dirigido pelas irmãs da Congregação de Santa Doroteia, é construído de acordo com quatro referenciais importantes, nesse momento, para a educação da elite feminina do Ceará: os ideais católicos; os pressupostos patrióticos baseados na República recém instaurada; preparação para o casamento, à família e o lar e, por fim, estava condizente com o bem-estar saudável e civilizador oferecido pela arquitetura monumental do prédio que se estabelecera.

Entre 1920 e 1934, a direção das Doroteias compra com recursos próprios os imóveis adjacentes ampliando suas instalações para atender a grande procura por vagas, às necessidades pedagógicas e higiênicas em voga. Desse modo, “pode levantar novos dormitórios e salas de aulas (…) com acréscimo de salões para festas, novas salas de estudos, galerias para piano, banheiros e um vastíssimo terraço para recreio das alunas, tornando-se assim bastante confortável (…)”. A Capela existente foi inaugurada em 1940.

Submetido à inspeção preliminar, por despacho ministerial de 05 de outubro de 1938, o Colégio Sagrado Coração das irmãs Doroteias, como ficou mais conhecido, passa por vários trâmites relacionados à estrutura e funcionamento do saber escolar e momentos de avaliação em busca de uma melhor atuação no sistema educacional de nossa cidade. Esses fatores e outros, mencionados a seguir, são, portanto, elementos de reconhecimento e consolidação do Colégio Dorotéias entre a comunidade fortalezense.

Em 1980 o Padre Gothardo Lemos, professor-diretor do Colégio Juventus/Fortaleza-Ce, aluga por quase oito anos o prédio do Colégio Sagrado Coração das irmãs Dorotéias e ocupa o cargo de direção, antes gerenciado pela Irmã Maria Teresinha de Lima, que permanecerá na escola em outras atividades educacionais. Nesse período, observamos enorme ênfase na recepção de turmas mistas, homens e mulheres, contando 956 alunos, do pré-escolar à última série do segundo grau (atual ensino médio). E durante os anos de 1989 a 1992, o Dorotéias foi arrendado ao grupo educacional Geo Stúdio e só em fevereiro do ano de 1993 é que ficou novamente sob a direção das irmãs Doroteias, porém o colégio foi adquirido pela instituição de ensino superior Bureau Jurídico S/A, mantenedora da Faculdade Mauricio de Nassau, com o intuito de sediar uma unidade de ensino superior, que está em construção.
Fonte: SeCult.

Histórico do município: Capitania dependente, o Ceará teve a sua formação econômica iniciada no século XVII com a pecuária, para fornecer carne e tração à economia açucareira estabelecida na Zona da Mata. E Fortaleza, fundada em 13 de abril de 1726, ficou à margem.

Nessa fase, a cidade primaz era Aracati. Icó, Sobral e Crato também ocupavam o primeiro nível na hierarquia urbana no final do século XVIII. Ao contrário de Aracati, de Icó e de outras vilas setecentistas fundadas nas picadas das boiadas, Fortaleza achava-se longe dos principais sistemas hidrográficos cearenses – as bacias dos rios Jaguaribe e Acaraú – e, portanto, à margem da atividade criatória, ausente dos caminhos por onde a economia fluía no território.

Por todos os setecentos, a vila não despertou grandes interesses do Reino, não tendo desenvolvido qualquer atividade terciária. Mas, em 1799, coincidindo com o declínio da pecuária (a Seca Grande de 1790-1793 liquidou com a atividade), a Capitania tornou-se autônoma, passando a fazer comércio direto com Lisboa, através, preferencialmente, de Fortaleza, que se torna a capital.

De 1808 em diante, com a abertura dos portos, o intercâmbio estendeu-se às nações amigas e, em especial, à Inglaterra, para onde o Ceará fez, em 1809, a primeira exportação direta de algodão.

Como capitania autônoma, o Ceará ingressava então na economia agroexportadora. O viajante inglês Henry Koster, que, exatamente nessa época (1810), visitou Fortaleza, não a enxergava com otimismo: “Não obstante a má impressão geral, pela pobreza do solo em que esta Vila está situada, confesso ter ela boa aparência, embora escassamente possa este ser o estado real dessa terra. A dificuldade de transportes (…), e falta de um porto, as terríveis secas, [todos esses fatores] afastam algumas ousadas esperanças no desenvolvimento da sua prosperidade”.

Em 1822, com o Brasil independente, o Ceará passou a província; no ano seguinte, a vila de Fortaleza foi elevada a cidade, o que robusteceu o seu papel primaz, dentro já da política de centralização do Império. As propriedades agropecuárias da província, a principal riqueza de então, pertenciam a pouco mais de 1% da população livre. Dado que a Lei de Terras, de 1850, só fez contribuir para a concentração fundiária, estavam fincadas então as bases das desigualdades de renda e riqueza que, embora em menor proporção, observam-se até os dias atuais no Ceará e em Fortaleza.
Fonte: Prefeitura Municipal.

MAIS INFORMAÇÕES:


Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *