Fortaleza – Edifício Antonio Gomes Guimarães


Imagem: Google Street View

O Edifício Antonio Gomes Guimarães foi tombado pela Prefeitura Municipal de Fortaleza-CE por sua importância cultural para a cidade.

COMPHIC – Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico-Cultural
Nome Atribuído: Edifício Antonio Gomes Guimarães
Outros Nomes: Hotel de France, Palace Hotel, Associação Comercial do Ceará
Localização: R. Major Facundo, esquina c/ R. João Moreira – Fortaleza-CE
Resolução de Tombamento: Decreto n° 7.669/1994

Descrição: Preservado em suas linhas neoclássicas, como as de outros palacetes que vieram enriquecer a paisagem de Fortaleza, em fins do século passado e início do atual, o Edifício Antonio Gomes Guimarães, nas confluências das Ruas Major Facundo e João Moreira, contemplando o Passeio Público (Praça Mártires), é um testemunho vivo da história da Cidade.

Acolheu, originalmente, o Liceu do Ceará (1845), o Clube Cearense (1872), a Fênix Caixeiral e o Hotel France, passando, em 1925, após a reforma procedida por seu então proprietário José Gentil Alves de Carvalho, a abrigar o Palace Hote que, funcionando no local por quase 50 anos, hospedou as figuras mais importantes da política, da cultura e da economia do país, como Getúlio Vargas, Luiz Carlos Prestes, Assis Chateaubriand, José Américo de Almeida e Procópio Ferreira, além de personagens internacionais que visitaram esta Capital, notadamente no período da Segunda Guerra Mundial.

Adquirido pela Associação Comercial do Ceará em outubro de 1973, serve de sede a essa entidade, fundada a 13 de abril de 1866, que tem conservado até hoje, inclusive restaurando, com absoluta fidelidade, partes dele danificadas pelo tempo.
Fonte: Decreto de Tombamento.

Histórico do município: Capitania dependente, o Ceará teve a sua formação econômica iniciada no século XVII com a pecuária, para fornecer carne e tração à economia açucareira estabelecida na Zona da Mata. E Fortaleza, fundada em 13 de abril de 1726, ficou à margem.

Nessa fase, a cidade primaz era Aracati. Icó, Sobral e Crato também ocupavam o primeiro nível na hierarquia urbana no final do século XVIII. Ao contrário de Aracati, de Icó e de outras vilas setecentistas fundadas nas picadas das boiadas, Fortaleza achava-se longe dos principais sistemas hidrográficos cearenses – as bacias dos rios Jaguaribe e Acaraú – e, portanto, à margem da atividade criatória, ausente dos caminhos por onde a economia fluía no território.

Por todos os setecentos, a vila não despertou grandes interesses do Reino, não tendo desenvolvido qualquer atividade terciária. Mas, em 1799, coincidindo com o declínio da pecuária (a Seca Grande de 1790-1793 liquidou com a atividade), a Capitania tornou-se autônoma, passando a fazer comércio direto com Lisboa, através, preferencialmente, de Fortaleza, que se torna a capital.

De 1808 em diante, com a abertura dos portos, o intercâmbio estendeu-se às nações amigas e, em especial, à Inglaterra, para onde o Ceará fez, em 1809, a primeira exportação direta de algodão.

Como capitania autônoma, o Ceará ingressava então na economia agroexportadora. O viajante inglês Henry Koster, que, exatamente nessa época (1810), visitou Fortaleza, não a enxergava com otimismo: “Não obstante a má impressão geral, pela pobreza do solo em que esta Vila está situada, confesso ter ela boa aparência, embora escassamente possa este ser o estado real dessa terra. A dificuldade de transportes (…), e falta de um porto, as terríveis secas, [todos esses fatores] afastam algumas ousadas esperanças no desenvolvimento da sua prosperidade”.

Em 1822, com o Brasil independente, o Ceará passou a província; no ano seguinte, a vila de Fortaleza foi elevada a cidade, o que robusteceu o seu papel primaz, dentro já da política de centralização do Império. As propriedades agropecuárias da província, a principal riqueza de então, pertenciam a pouco mais de 1% da população livre. Dado que a Lei de Terras, de 1850, só fez contribuir para a concentração fundiária, estavam fincadas então as bases das desigualdades de renda e riqueza que, embora em menor proporção, observam-se até os dias atuais no Ceará e em Fortaleza.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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