Fortaleza – Ponte dos Ingleses


Imagem: SeCult

A Ponte dos Ingleses foi tombada pela Prefeitura Municipal de Fortaleza-CE por sua importância cultural para a cidade.

COMPHIC – Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico-Cultural
Nome Atribuído: Ponte metálica (Ponte dos Ingleses)
Localização: Fortaleza-CE
Resolução de Tombamento: Lei n° 6.512/1989

Descrição: Projetada para se estender por 800 metros ao longo do mar, a Ponte dos Ingleses teve sua construção iniciada em 1920, com a proposta de servir como porto de embarque e desembarque de pessoas e mercadorias entre a terra a os ancoradouros que não poderiam se aproximar da orla, já que a Ponte Metálica, principal ‘porto’ de Fortaleza na época, estava em péssimo estado e por isso estava sendo reconstruída no início dos anos 1920. Sua denominação se deve aos responsáveis pelo projeto da estrutura da ponte, desenhado por engenheiros da empresa inglesa Nastor Griffts, daí o nome de Ponte dos Ingleses.

Infelizmente as obras de construção da Ponte dos Ingleses foram suspensas no governo de Artur Bernardes por falta de orçamento e desde então ficou abandonada. A Ponte nunca foi utilizada como porto, porém ao longo dos anos ela foi sendo apropriada pelos turistas e pela população local que passou a frequentar o local para ver o pôr do sol, as noites de lua, praticar surf e, quando se tem um pouco de sorte, os golfinhos que nadam nas proximidades da ponte. E foi por esse especial significado atribuído pela população fortalezense que em 1989 a Câmara Municipal de Fortaleza, através da aprovação do governador Cid Gomes, decreta o tombamento da Ponte dos Ingleses

Em 1994 a Ponte dos Ingleses é reformada e passa a receber nos seus 130 metros de comprimento uma pequena galeria de arte e um observatório marinho da Universidade Federal do Ceará (UFC). Contudo, ao longo dos últimos anos, vem sofrendo com o desgaste natural e com a falta de cuidados e manutenção por parte do poder público, mas nem por isso deixou de ser um espaço fundamental na relação entre a natureza e o homem, que faz da Ponte dos Ingleses um dos locais mais especiais da cidade de Fortaleza.
Fonte: SeCult.

Histórico do município: Capitania dependente, o Ceará teve a sua formação econômica iniciada no século XVII com a pecuária, para fornecer carne e tração à economia açucareira estabelecida na Zona da Mata. E Fortaleza, fundada em 13 de abril de 1726, ficou à margem.

Nessa fase, a cidade primaz era Aracati. Icó, Sobral e Crato também ocupavam o primeiro nível na hierarquia urbana no final do século XVIII. Ao contrário de Aracati, de Icó e de outras vilas setecentistas fundadas nas picadas das boiadas, Fortaleza achava-se longe dos principais sistemas hidrográficos cearenses – as bacias dos rios Jaguaribe e Acaraú – e, portanto, à margem da atividade criatória, ausente dos caminhos por onde a economia fluía no território.

Por todos os setecentos, a vila não despertou grandes interesses do Reino, não tendo desenvolvido qualquer atividade terciária. Mas, em 1799, coincidindo com o declínio da pecuária (a Seca Grande de 1790-1793 liquidou com a atividade), a Capitania tornou-se autônoma, passando a fazer comércio direto com Lisboa, através, preferencialmente, de Fortaleza, que se torna a capital.

De 1808 em diante, com a abertura dos portos, o intercâmbio estendeu-se às nações amigas e, em especial, à Inglaterra, para onde o Ceará fez, em 1809, a primeira exportação direta de algodão.

Como capitania autônoma, o Ceará ingressava então na economia agroexportadora. O viajante inglês Henry Koster, que, exatamente nessa época (1810), visitou Fortaleza, não a enxergava com otimismo: “Não obstante a má impressão geral, pela pobreza do solo em que esta Vila está situada, confesso ter ela boa aparência, embora escassamente possa este ser o estado real dessa terra. A dificuldade de transportes (…), e falta de um porto, as terríveis secas, [todos esses fatores] afastam algumas ousadas esperanças no desenvolvimento da sua prosperidade”.

Em 1822, com o Brasil independente, o Ceará passou a província; no ano seguinte, a vila de Fortaleza foi elevada a cidade, o que robusteceu o seu papel primaz, dentro já da política de centralização do Império. As propriedades agropecuárias da província, a principal riqueza de então, pertenciam a pouco mais de 1% da população livre. Dado que a Lei de Terras, de 1850, só fez contribuir para a concentração fundiária, estavam fincadas então as bases das desigualdades de renda e riqueza que, embora em menor proporção, observam-se até os dias atuais no Ceará e em Fortaleza.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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