Garanhuns – Igreja de Nossa Senhora de Nazaré do Timbó


Imagem: Carla Bismarck Lopes

A Igreja de Nossa Senhora de Nazaré do Timbó, em Garanhuns-PE, foi tombada por sua importância cultural para o Estado.

Governo do Estado de Pernambuco
CEC-PE – Conselho Estadual de Cultural de Pernambuco
FUNDARPE – Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco

Nome atribuído: Sítio Histórico da greja de Nossa Senhora de Nazaré do Povoado de Timbó
Localização: Garanhuns-PE

Descrição: […] Zé Vitorino chegou por volta de 1814, trazendo consigo da Bahia uma imagem de Nossa Senhora de Nazareth, para a qual erigiu a Igreja do Timbó. Ao longo desses duzentos anos, a descendência de Vitorino, a qual se encontra na oitava geração, se territorializou na área em que nomearam de Timbó, assim se autodenominando Timbozeiros ou Negros do Timbó, como são até hoje identificados também pela população de Garanhuns e das redondezas. […]
A igreja, que é a mais antiga de Garanhuns, ainda se encontra erguida. Atualmente, ela sofre o processo de tombamento como patrimônio material pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (RTID do Timbó, 2011).
Fonte: Meneses.

Descrição: O surgimento da comunidade do Timbó foi data por volta de 1814, através da chegada de Zé Vitorino, que trouxe consigo da Bahia uma imagem de Nossa Senhora de Nazareth, para tal construí a Igreja do Timbó, sendo considerada a igreja mais antiga de Garanhuns (RTID do Timbó, 2011). Com mais de duzentos anos, os descendentes de Zé Vitorino, se afirmaram e investiram no seu território, construindo uma história singular, de uma especificidade, onde a memória, a tradição e as práticas sociais coletivas se cruzam e se interpenetram (AMORIM apud SCHWARCZ, 2000). A essa área de valor simbólico e político foi nomeada de Timbó, em referência ao cipó (Paullinia Pinnata) bastante encontrado na região (INCRA, 2011).
[…]

A história de construção da comunidade de Timbó se entrelaça com a história da Igreja e da imagem de Nossa Senhora de Nazareth, observa-se que a religiosidade cristã esteve presente no grupo desde a sua formação, rememorando que Zé Vitorino fez uma promessa para a santa que seria paga com a doação de partes da terra em seu nome. Parte dessas terras compõe hoje a área chamada de “Patrimônio”, onde os moradores vivem seu cotidiano permeado da religiosidade popular (SILVA; CORDEIRO, 2015).
Fonte: Carla Bismarck Lopes.

Histórico do município: Remontam ao século XVII as primeiras penetrações nas terras do atual Município de Garanhuns, primitivamente habitadas, presume-se, por um ramo dos cariris. Fugindo provavelmente ao jugo holandês e a escravidão, brancos e negros iniciaram o povoamento da região. Posteriormente, novas levas de escravos foragidos estabeleceram-se nos brejos, em aldeamentos esparsos.

Em 1658, o mestre-de-campo Nicolau Aranha Pacheco, o capitão Cosmo de Brito Cação, Antonio Fernandes Aranha e Ambrósio Aranha de Farias obtiveram de André Vidal de Negreiros, então Governador da Capitania de Pernambuco, uma sesmaria de 20 léguas de terras, em dois lotes, um nos campos dos Garanhuns e outro no Panema. Na sesmaria dos Garanhuns, fundou-se uma fazenda com a denominação de Sítio do Garcia, no local onde hoje se encontra a sede do Município.

Tudo indica estivesse a fazenda em franco desenvolvimento quando, por volta de 1670, foi destruída pelos quilombolas dos mocambos de Curica Zumbi, Alto do Magano e outros, passando a ser chamada, daí por diante, Tapera do Garcia, denominação simplificada para Tapera, como ainda hoje é conhecida.

A Guerra dos Palmares prejudicou sensivelmente o progresso da região, pois as fazendas ali localizadas estavam sob a ameaça constante de depredações, saques e morticínios, que obrigavam seus proprietários a abandoná-las, juntamente com a população branca.

Exterminados, em 1696, os últimos redutos negros, parece que a região se recuperou rapidamente, porquanto já em 1699, conforme F. A. Pereira da Costa, era expedida Carta Régia criando varas de Juízo, ou julgados, em diversas freguesias do sertão entre elas Garanhuns, sede da Capitania do Sertão de Ararobá, como era conhecida toda a zona entre o Cimbres e o Pajeú das Flôres.

Em 1704, a Tapera do Garcia foi comprada pelo coronel Manoel Pereira de Azevedo, passando vários anos mais tarde, por morte deste, a ser administrada por sua viúva, D. Simoa Gomes de Azevedo, figura em torno da qual há um misto de lenda e história. A ela se deve a doação de um trecho de terras de meia légua em quadro à Confraria das Almas da Matriz de Garanhuns, no local onde posteriormente se construiu a cidade.

Com a criação da vila de Cimbres, em 1762, e sua instalação no ano seguinte, Garanhuns deixou de ser a sede da Capitania do Sertão de Ararobá para ser apenas sede da freguesia de Santo Antônio de Garanhuns. Graças, porém, à fertilidade do solo, ao seu magnífico clima e à excelência de suas águas continuou a desenvolver-se, sendo elevado, em 1796, à condição de sede de vicariato.

Há muita controvérsia quanto à procedência do topônimo Garanhuns. Segundo o Professor João de Deus Oliveira Dias, é ele originário do nome de uma tribo cairu, da raça cariri ou quiriri que habitava a serra no começo da colonização, ‘que pela corruptela típica deu Guiranhu ou Unhannhu, de Guirá-Guará, ave vermelha pernalta, aquática (guara rubra-Linneu) e Anhu ou anhun-anum, pássaro preto, crotófago (Crotophaga ani Marcgrave) que habitavam o vale do rio Mundaú, perto da sua nascente, local da primitiva aldeia’.

Já o Dr. Mário Melo, em sua Toponímia Pernambucana, diz: ‘Garanhuns – (Mun. e cidade) – Corr. Guirá-nhum, os pássaros pretos (Theodoro Sampaio, 124) – Alfredo de Carvalho’. A derivação deve ser Guara-nhum, indivíduo preto, aplicada no quilombo da serra, pois ainda hoje os índios carijós de Águas Belas conhecem Garanhuns como Claiô, no seu dialeto Iatê-clai, branco lô, não; não branco, escuro, preto, aplicado aos quilombos. Convém ainda notar que a serra de Garanhuns era conhecida pelo nome da tribo Garanhuns, de origem cariri, que a habitava.
Fonte: IBGE.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES: 
Meneses
José Alfredo da Silva Jr
Carla Bismarck Lopes


1 comments

  1. Que bela história, aqui em nossa região existem muitas histórias perdidas no tempo, onde nossos filhos nunca iram ouvir ou saber, ou seja, a tradição será perdida pra sempre

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *