São Paulo – Igreja de São Miguel Paulista


Imagem: Google Street View

A Igreja de São Miguel Paulista, em São Paulo-SP, foi tombada por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja de São Miguel Paulista / Capela de São Miguel
Localização: Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, s/n – São Paulo-SP
Número do Processo: 0180-T-38
Livro Belas Artes: Nº inscr. 219, vol. 1, f. 038, 21/10/1938
Livro Histórico: Nº inscr. 109, vol. 1, f. 020, 21/10/1938

CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico
Nome atribuído: Igreja de São Miguel
Localização: Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, s/n – São Paulo-SP
Número do Processo: 00368/78
Resolução de Tombamento: Iphan em 21/10/1938, ex-officio em 11/12/74 (Sem Publicação no D.O.E.)
Livro do Tombo Histórico: Nº inscr. 101, p. 14, 06/05/1975

Descrição: A Igreja de São Miguel localiza-se em terras da antiga aldeia de El-Rei de São Miguel de Ururaí, administrada pelos jesuítas nos séculos XVI e XVII. A primeira capela, construída por volta de 1580, foi substituída pela atual em 1622, conforme inscrição existente na verga da porta principal. O edifício alpendrado, em nave única, capela-mor e teto de telha vã, com madeiramento aparente, apresenta técnica construtiva em taipa de pilão e cobertura em duas águas. No seu interior, existem peças em jacarandá torneadas. Em 1691, por determinação do conselheiro Diogo Barbosa Rego, a igreja sofreu reparos. No século XVIII, sob a orientação dos franciscanos, o pé-direito da capela elevou-se de 4 para 6 m, ficando a cobertura da varanda lateral em nível inferior, o que possibilitou o surgimento das janelas do coro. Entre 1939 e 1940, foi restaurada pelo Iphan, sob a direção de Luís Saia.
Fonte: Processo de Tombamento.

CONPRESP – Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo
Nome atribuído:
Igreja de São Miguel
Localização: Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, s/n – São Paulo-SP
Resolução de tombamento:
Resolução 05, de 05/04/1991

Construção: 1620 -1622
Proprietário: Cúria Metropolitana de São Paulo
Gestão: Associação Cultural Beato José de Anchieta
Proteção: Iphan – 1938 | Condephaat – 1974 | Conpresp – 1991
Bibliografa: ALMEIDA, 2016; ARANTES, 1978, 1981, 1984, 2013; AZEVEDO, 1945; BOMTEMPI, 1970; CALDEIRA, 1984; IPHAN, 1938; MORCELLI, 2013; REIS, 2017; SAIA, 1939; SPOSITO, 1987; ROCHA, 1992; TONAKI, 2013.

Descrição: A Capela de São Miguel Arcanjo é um elemento simbólico do passado do bairro. Construída para ser local de culto religioso e escola de catequização indígena, fgurou como principal edifício do bairro até meados da década de 1930. Como decorrência das mudanças pelas quais o bairro passou, ligadas ao crescimento demográfco e nova dinâmica socioeconômica, o antigo espaço onde estão inseridas a capela e a praça passou a ser um entre outros espaços importantes do bairro, como os equipamentos sociais da Nitro Química, e o centro comercial.
No âmbito institucional, a capela foi sinalizada desde o momento de formação do então SPHAN, em 1937, como um dos exemplares coloniais do território brasileiro. Tendo sido tombada em 1938, quando se deu o primeiro trabalho de restauro, elaborado e dirigido por Lúcio Costa, entre 1939 e 1941. Ao longo do século XX a capela passou por muitos momentos, desde a atuação do padre Aleixo Monteiro Mafra, entre os anos 1938 e 1962, até anos de abandono da capela por parte dos órgãos patrimoniais ao longo dos anos 1970 e 1980, quando foi ocupada por moradores em situação de rua.
Esses fatores criaram no imaginário da população a noção de que a capela era um espaço hostil, desconhecido, desagradável, até mesmo porque nesta época encontrava-se em mal estado de conservação – segundo Antônio Augusto Arantes, em conversa com a autora, em março de 2017.
Como consequência a população acabou, de certa forma, se distanciando da capela, até mesmo porque os cultos religiosos passaram a ser realizados na nova Igreja Matriz.
Um importante momento de reaproximação da população do bairro com a capela foi durante a atuação do Movimento Popular de Arte, em 1978, quando foi utilizada como equipamento cultural. Porém, por desalinhamentos burocráticos entre os participantes do MPA, a Cúria e o DPH, a capela não pode continuar sendo ocupada pela via artístico-cultural, e voltou a ser fechada. Afm de evitar novas ocupações por moradores em situação de rua, foram colocadas grades no entorno próximo à capela, mantendo-a isolada.
Foi somente entre 2006 e 2010 que a capela voltou a receber atenção institucional, tendo sido restaurada, recebendo também projeto museográfco para alguns de seus espaços. Além disso, as grades foram mantidas com a justifcativa de proteção do patrimônio.
Diferentemente do que se pode imaginar, estando a capela restaurada e com oferecimento de um circuito de museu, a política de visitações tem se mostrado bastante restritiva. Além disso, as grades contribuem para a manutenção do isolamento da capela, inibindo qualquer relação de pertencimento da população para com o bem. Fato que fca evidente na fala de alguns entrevistados, quando reconhecem que a capela é importante por ser um monumento histórico, embora muitos tenham entrado ali pela última vez há muitos anos, ou nunca o fzeram.
Fonte: Yasmin Darviche.

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Yasmin Darviche


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