Jaraguá – Igreja de Nossa Senhora da Conceição


Imagem: Google Street View

A Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Jaraguá-GO, foi tombada por sua importância cultural.

SPHA – Superintendência de Patrimônio Histórico e Artístico
Nome Atribuído: Igreja de Nossa Senhora da Conceição
Localização: Praça da Matriz, esquina com antiga R. do Mercado – Centro – Jaraguá-GO
Resolução de Tombamento: Decreto nº 4.943, de 1998
Uso Atual: Museu de Nossa Senhora da Conceição

Descrição: Em 1828 ergueu-se a Igreja Nossa Senhora da Conceição por iniciativa particular do tenente/coronel Antônio de Souza Félix. Escolhida sua localização, junto ao largo da matriz, terreno situado em frente à residência desta família um dos sobrados mais imponentes da cidade na época, teve início a construção da mesma.
Edifício de planta retangular originalmente, com apenas uma galeria lateral sem a simetria tão apreciada e questionada, era exatamente como se encontra hoje. Apenas em um período, quando a Igreja N. S. da Penha foi derrubada, é que se fez necessário a construção da outra galeria para guardar os objetos pertencentes àquela igreja. Na primeira galeria (a mesma que encontramos hoje) inicialmente tínhamos um depósito e a sacristia, hoje temos o Museu de Jaraguá.
A área da galeria que foi construída em virtude da demolição da Igreja Nossa Senhora da Penha foi vendida e hoje no local encontramos comércio. De uma simplicidade que encanta, apresenta os elementos comuns à época em que foi levantada: arco do cruzeiro; a planta constituída da nave, capela-mor, altar-mor, depósito, sacristia e coro; na fachada a porta central e as duas portas-sacadas (janelas) fazendo o triângulo com vértice para baixo, comum às igrejas desse primeiro período, principalmente em Minas e Goiás; o fechamento do telhado com o frontão, e no mesmo o óculo; o campanário fora do corpo da igreja e um cemitério em sua lateral. A maior preocupação em ornamentação se deu no altar principal e no arcocruzeiro.
Hoje apresenta duas funções: a de realizar missas e a de museu. Restaurada no fim do século passado (o término dos trabalhos de restauro se deu no ano de 2000), apresenta no que antes era o depósito, e na sacristia (lateral) o Museu de Jaraguá. Por advento do museu foi construído ao fundo dos túmulos um banheiro público, que segue os mesmos padrões construtivos da igreja. O ato de enterrar pessoas nas Igrejas era muito comum no séc. XVIII, e a Igreja N. Senhora da Conceição apresenta túmulos tanto no seu interior – próximos ao altar 5 sepulturas – como no seu exterior – 2 túmulos, mas admite-se que existem mais corpos enterrados. Esta igreja é um edifício que possui um tombado Estadual (dec. nº 4.943 de 31/08/1998).
A praça em que se localiza foi bastante modificada. O casario que circunda a igreja não é mais o original e ela acaba contrastando com a paisagem em que está inserida. Não possui uma localização imponente, ou que dê destaque ao edifício, como acontece com as demais construções religiosas. Talvez por ter sido levantada por uma família que escolheu o terreno bem à frente da sua casa, sem se preocupar com estes detalhes de implantação.
As técnicas construtivas são as mesmas que a época oferecia: paredes de pedra e barro piso em tábua e mezanela, forro de madeira assim como a estrutura do telhado, cobertura com telhas de barro tipo ‘capa e bica’, esquadrias de madeira – os únicos elementos onde a cor é utilizada.
PAREDES: As paredes da Igreja Nossa Senhora da Conceição são feitas de taipa-de-pilão e pedra, apresentando dimensões amplas e variadas, de espessuras que vão de 1m a 1,10m, sua fundação é estruturada em pedras até o nível da calçada. As paredes do anexo, que hoje é o museu são de adobe.
PISOS: Os pisos da nave, do salão lateral, e sacristia são de mezanela. E na capela-mor e coro o piso é tábua corrida.
COBERTURA: A cobertura é de 3 inclinações: 2 águas sobre a nave e capela-mor e ½ água sobre os “salões” e sacristias, estando a cobertura com a estrutura aparente. As telhas são as mesmas utilizadas na época: capa e bica, feitas manualmente de barro. O madeiramento do telhado na nave é o mesmo utilizado na Igreja Nossa Senhora do Rosário: sistema de caibros armados, e da galeria lateral (museu) também é o mesmo que foi utilizado no depósito lateral da Igreja N. S. do Rosário.
FORRO: Somente no altar-mor é que a estrutura do telhado é revestida de forma abobadada com placas de madeira, também chamado de forro paulista.
ABERTURAS: São de madeira hoje pintadas de azul. Ao total são quinze aberturas: portas – 2 frontais e 6 laterais (sendo que a porta da lateral direita está interditada, pois não temos mais a galeria lateral que tinha acesso pela mesma; e a porta que antes saía da sacristia para o lado externo, hoje com o museu, não existe mais é uma janela); janelas – 2 frontais e 5 laterais, e dois pequenos vãos laterais de iluminação do altar.
As janelas são de abrir e só de uma folha cega, seu travamento segue os mesmos da Igreja Nossa Senhora do Rosário, ou são com tramelas ou com uma peça de madeira que se encaixa nos dois apoios laterais de ferro. Salienta-se que nas janelas da galeria lateral hoje devido à instalação do museu apresentam grades de ferro, pintadas de azul, para proteção das imagens e demais peças do museu. Todas as portas, com exceção da principal, são de uma folha e possuem fechaduras. Estas fechaduras também foram instaladas devido ao museu. A porta lateral que permitia o acesso a outra galeria lateral, que não existe mais, ainda possui seu fechamento com a trave de madeira.
A porta principal não possui nenhum detalhamento, é de uma folha, e seu travamento hoje é com um trinco externo e cadeado.
CORO: O coro é de madeira com balaústres, compostos por elementos curvos recortados em madeira. Existem nesse ambiente duas janelas e um óculo entre elas. Possui uma escada helicoidal de madeira do lado direito na entrada da igreja que da acesso até o mesmo. Esta escada helicoidal é a única que foi construída neste período (séc.XVIII) no Estado, nas construções religiosas. Possui todos os degraus de madeira fixos a uma coluna central cilíndrica também de madeira. Todo seu fechamento lateral é composto de tiras de madeira que presas umas as outras vão fechando a escada.
ACESSOS: Possui três acessos principais: a porta principal para a nave, outro para o depósito-museu e outro para o campanário; e dois laterais, o do lado esquerdo é o que faz a ligação do museu com a área externa, e o do lado direito hoje não é mais utilizado (antes era a ligação da nave com a galeria lateral direita); outro acesso que foi modificado era um que se encontrava na sacristia permitindo a passagem para o lado externo, hoje com a instalação do museu no interior da igreja, esta porta foi transformada em janela. Da nave para o depósito-museu temos
outra porta que permite esta ligação.
ARCO DO CRUZEIRO: Na passagem da nave para a capela temos o arco do cruzeiro de madeira muito bem trabalhado, e o altar principal segue as mesmas linhas deste elemento.
CAMPANÁRIO: A torre do sino se localiza à esquerda do edifício possuindo uma altura intermediária entre o telhado de meia água ao telhado de duas águas, que acaba por acentuar a assimetria do edifício. É um campanário bastante simples, todo de madeira.
No salão onde hoje é o museu, temos um elemento curioso: na parede ao fundo se encontra um óculo, fato não muito habitual em edifícios deste período, pois o óculo é um tipo de abertura comumente redonda e localizada na fachada principal do edifício acima da porta principal
Fonte: Assunção.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Lorena Sulino Assunção
Wikipedia
Wikimapia


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