Jardim de Angicos – Casa de Alzira Soriano


Imagem: Google Street View

A Casa de Alzira Soriano, em Jardim de Angicos, foi tombada pela Fundação José Augusto por sua importância cultural para o Estado do Rio Grande do Norte.

Governo do Rio Grande do Norte
FJA – Fundação José Augusto
Nome Atribuído: Casa de Alzira Soriano
Localização: Jardim de Angicos-RN
Data de Tombamento: 14/03/2001

Descrição: Na foto feita em 1930, a solitária mulher ao centro (com figurino típico da novela O Cravo e a Rosa), está rodeada exclusivamente por homens. Alzira teve de enfrentar fofocas e maledicências para conseguir um posto no staff da política do sertão central.
Mas há 71 anos, cravou o nome na história mundial, abrindo caminho para as 285 mulheres eleitas no Estado nas últimas eleições, sejam para o cargo de vereadoras ou prefeitas.

A residência onde Alzira Soriano nasceu, na pequena Jardim de Angicos, a 124 quilômetros de Natal, guarda fotos valiosas do começo do século XX, além de objetos pessoais, todos carinhosamente guardados pela filha caçula da primeira prefeita da América Latina, Ivonilde Soriano de Souza, 80 anos.
Empenhada em não deixar morrer a memória da mãe, Ivonilde solicitou a Fundação José Augusto o tombamento da residência onde Alzira viveu até o casamento. O processo de tombamento está em andamento no Conselho Estadual de Cultura.

Desde 1990, Ivonilde retornou a Jardim de Angicos para resgatar a história da mãe. Solicitou a construção de uma praça, ao lado da residência a ser preservada. Um busto da representante mais ilustre da cidade de 2.660 habitantes ornamenta o passeio público.
Morando na residência desde então, Ivonilde não deixa descaracterizar a casa. Seu maior sonho é transformá-la em memorial com o apoio do poder público municipal.

Há 110 anos, o pai de Alzira Soriano, Miguel Teixeira de Vasconcelos, construiu a casa onde criaria as sete filhas e um filho. A mulher que se tornaria a primeira prefeita eleita da América Latina era a mais velha e sempre o ajudou nas campanhas. Miguel era líder político da região e dono de vastas terras. A residência tem três salas, cinco quartos, uma cozinha, dois banheiros e área.

De acordo com a análise feita pelo arquiteto Paulo Heider, da Fundação José Augusto, e que foi anexada ao processo de tombamento, a residência mantém várias características marcantes do século XIX. “Tanto na técnica construtiva, como nos materiais empregados.”

O telhado é feito com caibros roliços, lavrados feitos de facheiro (espécie de cactus) e linhas de canaúba e aroeira. Tudo providenciado com vegetação abundante na caatinga.
Uma parte da casa está reservada para os objetos de Alzira. Fotos dos casamentos de família, os móveis do quarto dela, os livros da estante pessoal. Na área livre da casa está sendo preparada uma lanchonete, banheiro e mesinhas, com intuito de atender os visitantes.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: Em meados do século XVIII, às margens esquerdas do rio Ceará-Mirim, alguns criadores de gado e agricultores deram início a um povoado, que no início do século XIX, foi denominado de Jardim, e tomou forma a partir da existência de uma fazenda de propriedade de João Paes, que serviu como núcleo integrador dos moradores.
No ano de 1836, a povoação de Jardim estava em crescimento e passou à categoria de distrito do município de Angicos. Suas atividades pecuárias continuavam em ascensão, até que sua trajetória chocou-se com uma grande enchente. Em 6 de abril de 1894, as águas do rio Ceará-Mirim, um dos maiores responsáveis pelo nascimento da povoação, transbordavam, desmoronando, praticamente, toda vila, danificando a Igreja, destruindo cemitério e tudo que fora edificado durante décadas pela população.
Numa localização mais elevada, a vila de Jardim foi reconstruída mas não conseguiu escapar da decadência nem de ser apenas um monte de ruínas chegando a cair para a condição de povoado atrasado e esquecido, em 1914.
Passados dezesseis anos, em 1930, Jardim de Angicos voltou a crescer. Espontaneamente, as casas iam sendo restauradas, surgiram residências e várias fazendas de gado, plantios refeitos e aumentados.
Foi com a construção de um açude que o povoado começou a viver em clima de progresso. Retornou à mesma condição de distrito e vila, pertencente ao município de Lajes.
Depois de 24 anos, através da Lei nº 2.755, de 8 de maio de 1962, Jardim de Angicos desmembrou-se de Lajes e tornou-se um novo município do Rio Grande do Norte.
Fonte: Prefeitura Municipal.

MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal

 


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