João Pessoa – Antigo Hotel Globo


Imagem: Marcos Elias de Oliveira Júnior

O Antigo Hotel Globo, em João Pessoa, foi tombado pelo IPHAEP por sua importância histórica para o Estado da Paraíba.

IPHAEP – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba
Nome Atribuído: Antigo Hotel Globo
Localização: Largo São Frei Pedro Gonçalves, n° 7 – Varadouro – João Pessoa-PB
Decreto de Tombamento: Decreto n° 8.639, de 26/08/1980
Publicação no Diário Oficial: D.O. 05/09/1980

Descrição: O Hotel Globo faz parte do conjunto arquitetônico do pátio de São Frei Pedro Gonçalves e é tombado pelo Patrimônio Histórico (Nóbrega, 1982). Seu estilo pertence ao movimento eclético. Suas linhas denotam influências dos estilos Neo-clássico, Art, Nouveau e Art Decó (Cabral, 1998a).

Foi construído em 1928 pelo hoteleiro Henriques Siqueira, conhecido como “Marinheiro” (Nóbrega, 1982). Na época de sua inauguração, possuía uma localização privilegiada por estar situado próximo ao Porto do Varadouro, mais conhecido como Porto do Capim, que era o principal centro comercial da cidade.

Durante muito tempo, cerca de 15 anos, foi ponto de encontro da sociedade da época, desempenhando função bastante significativa, pois foi o primeiro hotel de 1ª categoria da cidade. Era, inclusive, local de realização de bailes e banquetes oferecidos pelo Governo e pela sociedade da época, hospedando várias pessoas importantes: Procópio Ferreira, Bibi Ferreira, Tônia Carreiro, Ernesto Geisel, Gratuliano de Brito, entre outros, tais como usineiros, negociantes e viajantes estrangeiros (CPCH, 1999).

Seu período de auge foi de 1929 a 1938. Já a partir de 1935, com a inauguração do Porto de Cabedelo, o Porto da Cidade foi, aos poucos, sendo desativado. Com isso, ocorreu a decadência da área e, conseqüentemente, do Hotel Globo (CPCH, 1999).

Durante as décadas de 40 e 50, funcionou mais como um Bar de Boêmios do que como um hotel (CPCH, 1999). Em 1994 foi restaurado através do Convênio Brasil/Espanha. Hoje serve como um espaço cultural, sediando a Oficina Escola de João Pessoa, a Comissão do Centro Histórico e a Subsecretaria de Cultura do Estado (Cabral, 1998a).

Constitui local de importante riqueza em termos de cultura regional, sendo, muitas vezes, palco de eventos culturais, tais como lançamentos de livros e exposições de artistas plásticos. E, do pátio que conserva no seu exterior, pode-se observar um belo por-de-sol, tendo como paisagem o rio Sanhauá (CPCH, 1999).
Fonte: UFPB.

Descrição: Fundado em 1909, por Henrique Siqueira, pioneiro na indústria hoteleira na capital paraibana conhecido como Seu Marinheiro, foi primeiramente chamado de Hotel Central. Funcionou na antiga Rua dos Ferreiros – atual João Suassuna – até a sua demolição na década de 1920, para alargamento das ruas do Bairro do Varadouro que levavam ao antigo porto da cidade, o Porto do Capim.

Em 1929 foi transferido para a o imóvel atual, passando a chamar-se Hotel Globo. Na década de 1930 foi construído o segundo bloco, inspirado nos hotéis europeus mais populares da época, e era considerado o melhor hotel da cidade, com seus salões, ornados por espelhos de cristais tchecos, ricas luminárias, mobiliário e ornamentos importados dos mais diversos países da Europa. Foi palco dos grandes acontecimentos sociais e políticos de João Pessoa, sendo um marco da paisagem urbana e geográfica da capital.

Com a transferência do Porto do Campim para a cidade de Cabedelo, o Hotel manteve a sua função até meados da década de 1970, mas passou por um processo lento e gradual de decadência, que levou a seu fechamento na década de 1980, sendo posteriormente desapropriado pelo Governo do Estado.

Entre 1990 e 1994, o prédio recebeu a primeira restauração integral, e foi a primeira obra realizado no âmbito do Projeto de Revitalização do Centro Histórico de João Pessoa, através da Cooperação Brasil-Espanha, estabelecida entre o Iphan, a Agência Espanhola de Cooperação Internacional (AECI), Governo do Estado da Paraíba e Prefeitura Municipal de João Pessoa.

A maior parte dessa obra foi realizada por alunos da Oficina-Escola e o prédio passou a abrigar a Comissão Permanente de Desenvolvimento do Centro Histórico de João Pessoa, ponto de informação turística e memorial sobre o antigo hotel, tornando-se um referencial cultural para a cidade, e servindo como espaço para lançamentos de livros, exposições de artes plásticas, apresentações artísticas, eventos folclóricos e seminários.
Fonte: IPHAN.

Histórico do município: É controvertido o significado do topônimo dado ao rio Paraíba. Para Elias Erckman, Paraíba significa rio mau, porto ruim, ou mar corrompido. Varnhagen também indica a tradução de rio mau e Teodoro Sampaio, a de rio impraticável. Segundo Coriolano de Medeiros, porém, o significado exato seria braço de mar, pois os primeiros geógrafos que estudaram o rio tomaram-no por um braço de mar, sendo provável, assim, que o gentio da terra como tal o tivesse considerado, dando-lhe o nome com a precisão com que batizavam os acidentes do terreno.

Toda a região do São Domingos (primeiro nome dado ao Paraíba) era habitada por índios, estes influenciados pelos traficantes franceses de pau-brasil, interessados em conservá-los hostis a exploradores de outras nacionalidades. Assim é que, em 1574, foram os índios levados a tomar parte no ataque ao engenho de Diogo Dias, em terras da Capitania de Itamaracá no qual se verificou grande morticínio de brancos. Desde essa época, sucederam-se tentativas de colonização, pois o Rei de Portugal temia que os franceses ali se estabelecessem definitivamente. Foram construídos fortes na foz do rio e em terra travaram-se diversas batalhas, de resultados contrários aos portugueses.

Em março de 1585, chegava à Paraíba Martim Leitão, Ouvidor Geral da Bahia, chefiando uma expedição que deveria restaurar os fortins da barra e desalojar os franceses de diversas posições. Em 2 de agosto do mesmo ano, nova tentativa, chefiada pelo Capitão João Tavares, que se aproveitou das desinteligências surgidas entre as duas tribos que habitavam as margens do Paraíba e rios próximos, conseguindo insinuar-se entre os Tabajaras e firmar um pacto de amizade com o seu morubixaba o índio Piragibe. O acordo verificou-se no dia 5, numa colina à direita do rio Sanhauá, pequeno afluente do Paraíba. É nesse local que hoje se situa a cidade de João Pessoa.

Em homenagem ao santo do dia, o lugar tomou o nome de Nossa Senhora das Neves, até hoje padroeira da cidade. Em honra ao rei da Espanha, que dominava Portugal, a cidade recebeu o nome de Felipéia.
Em novembro do mesmo ano, chegavam várias famílias, levadas pelo Ouvidor-Geral Martim Leitão, que providenciou também a construção de fortes, igrejas e casas de moradia.
As lutas com os índios prosseguiram ainda durante anos, ora contra os Tapuias, que viviam no interior, ora contra os Potiguares, que habitavam o norte.
Desenvolveu-se lentamente a cidade, aonde depois veio a radicar-se Duarte Gomes da Silveira, companheiro de Martim Leitão, numa de suas expedições. A fim de estimular o progresso da cidade, instituiu prêmios para recompensar os habitantes que levantassem casas de moradia tendo fundado (a 6 de dezembro de 1639) o Morgado Salvador do Mundo, como patrimônio da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba.

A 24 de dezembro de 1634 foi a cidade ocupada pelos holandeses, depois de ataques aos fortins da barra, defendidos pelas tropas aquarteladas em Cabedelo. Contava Felipéia 1.500 habitantes e em suas imediações funcionavam 18 engenhos de açúcar. Com a aproximação das forças batavas, o povo abandonou a cidade, depois de incendiar os prédios mais importantes. Comandados pelo Coronel Segismund Von Schkoppe, 2.500 homens invadiram a cidade, que tomou o nome de Frederikstadt.
O povo paraibano não se sujeitou ao jugo estrangeiro e seu espírito de resistência teve como símbolo a figura de André Vidal de Negreiros, organizador do movimento de reação. E em 1654, vencidos os invasores e obrigados a retirada para o seu país, tomou posse do cargo de governador João Fernandes Vieira.
A capital chamou-se Paraíba do Norte até 4 de setembro de 1930, quando teve seu nome mudado para João Pessoa, em homenagem ao Presidente do Estado, assassinado no Recife, em plena campanha política. Sua morte foi uma das causas imediatas da Revolução de 3 de outubro daquele ano.
Fonte: IBGE.

CONJUNTOS:
João Pessoa – Centro Histórico
João Pessoa – Centro Histórico Inicial

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João Pessoa – Residência ao Largo São Frei Pedro Gonçalves, n° 75

FOTOS:

PANORAMA 360 GRAUS 1
PANORAMA 360 GRAUS 2

MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal
UFPB
Iphan


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