João Pessoa – Conjunto Escultórico da Praça João Pessoa


Imagem: Maria da Conceição Pereira Paulino

O Conjunto Escultórico da Praça João Pessoa, em João Pessoa-PB, foi tombado por sua importância cultural para o Estado da Paraíba.

IPHAEP – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba
Nome Atribuído: Conjunto Escultórico da Praça João Pessoa
Localização: Praça João Pessoa – João Pessoa-PB
Decreto de Tombamento: Decreto n° 23.553, de 11/11/2002

Descrição: Homenagem ao ex-presidente da Província, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque. É também chamada de “Praça dos Três Poderes” por abrigar o Palácio do Governo (Palácio da Redenção), a Assembléia Legislativa e o Tribunal de Justiça do Estado.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: O conjunto é composto por quatro obras: 1. Ação, 2. Civismo, 3. Nego e 4. Estátua do Presidente João Pessoa.
Fonte: Danielle Alves de Oliveira.

Descrição: A solenidade de inauguração da praça durou um dia inteiro, com direito a acrobacias dos aviões da esquadrilha da Marinha de Guerra que acompanharam a excursão presidencial (AIRES, 2006, p. 64). O ministro José Américo de Almeida, chefe do Partido Progressista, fez o discurso oficial, em seguida, o filho de João Pessoa, Epitácio Pessoa Cavalcanti, falou em nome da família ao som do hino em homenagem a seu pai,entoado pelas alunas da Escola Normal. Getúlio Vargas e D. Adaucto descobriram o monumento (AIRES, 2006 p. 64). A descrição de Humberto Cozzo, artista que criou o monumento nos revela alguns pontos interessantes.

[…] iniciando-se por uma ampla base de 14 metros por 10, fazendo com que parte integrante da praça, elevase o monumento por uma harmonia de blocos sobrepostos à altura de 10 metros. Nas partes lateraes do monumento  dois grupos grandiosos e symétricos como requer o conjunto, symbolizando em syntese, os dois traços culminantes da vida gloriosa do grande vulto que se vae homenagear: ACÇÃO e CIVISMO. O primeiro representado por duas figuras masculinas que sustentam em seus braços vigorosos uma bigorna, symbolo do trabalho e actividade, guiados pela figura alada do gênio. O outro, duas figuras determinadas de combatentes, dispostos à luta em defeza de seus ideaes, symbolizarão o “Civismo”. Na parte superior do monumento uma figura enérgica empunhando a bandeira da Parahyba e o braço direito distendido em synal de protesto, symbolizarão a célebre phrase: Nego. Na parte anterior, em attitudes serena e natural, a estátua ao grande brasileiro, tendo em seus ombros, como complemento decorativo, a toga de magistrado. Nas extremidades lateraes da base, dois bancos que serão executados em granito, completa (sic.) o monumento.

No monumento as alegorias revelam sua cuidadosa idealização, cujo objetivo foi perpetuar a imagem de João Pessoa como bom administrador e herói. Neste sentido, de acordo com José Guilherme Abreu, há nas esculturas públicas sentidos intencionais, dos quais destaco dois o da rememoração e da devoção. Assim,

quando a intenção dominante é iconografar acontecimentos ou personalidades de um determinado tempo histórico, pela notoriedade e/ou relevância da sua ocorrência ou acção para a existência e a evolução colectivas, o sentido dominante é o da rememoração. Por outro, quando a intenção dominante é iconografar crenças ou entidades de um tempo sagrado, na transcendência encarnada da sua missão, o sentido dominante é o da devoção. (ABREU, 2003 p. 396) Destaques do autor.

Fonte: Maria da Conceição Pereira Paulino.

Histórico do município: É controvertido o significado do topônimo dado ao rio Paraíba. Para Elias Erckman, Paraíba significa rio mau, porto ruim, ou mar corrompido. Varnhagen também indica a tradução de rio mau e Teodoro Sampaio, a de rio impraticável. Segundo Coriolano de Medeiros, porém, o significado exato seria braço de mar, pois os primeiros geógrafos que estudaram o rio tomaram-no por um braço de mar, sendo provável, assim, que o gentio da terra como tal o tivesse considerado, dando-lhe o nome com a precisão com que batizavam os acidentes do terreno.

Toda a região do São Domingos (primeiro nome dado ao Paraíba) era habitada por índios, estes influenciados pelos traficantes franceses de pau-brasil, interessados em conservá-los hostis a exploradores de outras nacionalidades. Assim é que, em 1574, foram os índios levados a tomar parte no ataque ao engenho de Diogo Dias, em terras da Capitania de Itamaracá no qual se verificou grande morticínio de brancos. Desde essa época, sucederam-se tentativas de colonização, pois o Rei de Portugal temia que os franceses ali se estabelecessem definitivamente. Foram construídos fortes na foz do rio e em terra travaram-se diversas batalhas, de resultados contrários aos portugueses.

Em março de 1585, chegava à Paraíba Martim Leitão, Ouvidor Geral da Bahia, chefiando uma expedição que deveria restaurar os fortins da barra e desalojar os franceses de diversas posições. Em 2 de agosto do mesmo ano, nova tentativa, chefiada pelo Capitão João Tavares, que se aproveitou das desinteligências surgidas entre as duas tribos que habitavam as margens do Paraíba e rios próximos, conseguindo insinuar-se entre os Tabajaras e firmar um pacto de amizade com o seu morubixaba o índio Piragibe. O acordo verificou-se no dia 5, numa colina à direita do rio Sanhauá, pequeno afluente do Paraíba. É nesse local que hoje se situa a cidade de João Pessoa.

Em homenagem ao santo do dia, o lugar tomou o nome de Nossa Senhora das Neves, até hoje padroeira da cidade. Em honra ao rei da Espanha, que dominava Portugal, a cidade recebeu o nome de Felipéia. Em novembro do mesmo ano, chegavam várias famílias, levadas pelo Ouvidor-Geral Martim Leitão, que providenciou também a construção de fortes, igrejas e casas de moradia.

As lutas com os índios prosseguiram ainda durante anos, ora contra os Tapuias, que viviam no interior, ora contra os Potiguares, que habitavam o norte.

Desenvolveu-se lentamente a cidade, aonde depois veio a radicar-se Duarte Gomes da Silveira, companheiro de Martim Leitão, numa de suas expedições. A fim de estimular o progresso da cidade, instituiu prêmios para recompensar os habitantes que levantassem casas de moradia tendo fundado (a 6 de dezembro de 1639) o Morgado Salvador do Mundo, como patrimônio da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba.

A 24 de dezembro de 1634 foi a cidade ocupada pelos holandeses, depois de ataques aos fortins da barra, defendidos pelas tropas aquarteladas em Cabedelo. Contava Felipéia 1.500 habitantes e em suas imediações funcionavam 18 engenhos de açúcar. Com a aproximação das forças batavas, o povo abandonou a cidade, depois de incendiar os prédios mais importantes. Comandados pelo Coronel Segismund Von Schkoppe, 2.500 homens invadiram a cidade, que tomou o nome de Frederikstadt.

O povo paraibano não se sujeitou ao jugo estrangeiro e seu espírito de resistência teve como símbolo a figura de André Vidal de Negreiros, organizador do movimento de reação. E em 1654, vencidos os invasores e obrigados a retirada para o seu país, tomou posse do cargo de governador João Fernandes Vieira.

A capital chamou-se Paraíba do Norte até 4 de setembro de 1930, quando teve seu nome mudado para João Pessoa, em homenagem ao Presidente do Estado, assassinado no Recife, em plena campanha política. Sua morte foi uma das causas imediatas da Revolução de 3 de outubro daquele ano.
Fonte: IBGE.

FOTOS:

PANORAMA 360 GRAUS

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Maria da Conceição Pereira Paulino


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