João Pessoa – Estação Ferroviária


A Estação Ferroviária, em João Pessoa, foi tombada pelo IPHAEP por sua importância histórica para o Estado da Paraíba.

IPHAEP – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba
Nome Atribuído: Estação Ferroviária de João Pessoa – Sede
Localização: João Pessoa-PB
Decreto de Tombamento: Decreto n° 22.082, de 03/08/2001
Publicação no Diário Oficial: D.O. 04/08/2001

Descrição: A primeira concessão: A princesa Isabel, em 15 de dezembro de 1871, assinou o Decreto nº 4.838, concedendo aos conselheiros Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque, deputado geral Anísio Salatiel Carneiro da Cunha e André Rebouças, o privilégio de construir e explorar a estrada de ferro Conde D’Eu, ligando a sede da Província à vila de Alagoa Grande, com ramais para as de Ingá e Independência (antigo nome da cidade de Guarabira). Essa concessão não vingou. Em 1880, foi iniciada a construção da estrada de ferro. O historiador Horácio Almeida registra que “o progresso entrou na Paraíba pela linha de ferro. Por onde apitava o trem uma emoção nova nascia: a do progresso econômico, mas foi coisa de pouca monta, porque a área beneficiada era demasiado exígua”.Em 1881, foi inaugurado um trecho de 30 km ligando João Pessoa à localidade Entroncamento, em Sapé. Era a Companhia Estrada de Ferro Conde D’Eu, do Brasil Imperial, detentora da concessão.

A república e a Great Western: Onde o trem chegava, a vida mudava. De Entroncamento, a estrada se bifurcava para o norte, chegando até Mulungu, em 1882, e em 1884, à Guarabira, de onde prosseguiu para Nova Cruz, no Rio Grande do Norte e daí, até Natal. Ao sul, parou em Pilar, em 1883. “Houve maior demora em fazer a ligação da capital ao porto do Cabedelo, numa extensão de apenas 18 km, realizada em 1889. Proclamada a República, os trabalhos pararam. O único trecho construído em onze anos do regime republicano foi o de Mulungu a Alagoa Grande, inaugurado em 1901, numa extensão aproximada de 25 km”. Em julho de 1901, o Governo Federal arrendou a ferrovia à empresa inglesa Great Western Railway, que construiu um ramal de Pilar a Timbaúba, em Pernambuco e completou o trecho de Guarabira a Nova Cruz, no Rio Grande do Norte. Em 1907, o trem chegou a Campina Grande. “A estrada de ferro onde fazia ponta dava vida ao lugar. Se passava adiante, levava consigo o progresso. Itabaiana cresceu quando o trem ali chegou. Estacionou, senão decresceu, quando os trilhos se prolongaram até Campina Grande. Os lugares que ficavam marginalizados, ao longo da estrada, sem vias de acesso, como Mamanguape e Areia, caíram estagnados”.

A Rede Ferroviária e a CBTU: A Great Western operou até 1957, quando o Governo Federal criou a Rede Ferroviária Federal S/A- RFFSA. Em 1982, ainda sob o controle da Rede, o sistema de trens urbanos para transporte de passageiros foi reativado na Paraíba. Em 22 de fevereiro de 1984, surgiu à Companhia Brasileira de Trens Urbana-CBTU (Decreto-lei nº 89.396), vinculada à Secretaria Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes. A CBTU mantém o transporte de passageiros em seis capitais brasileiras :Belo Horizonte, Salvador, Maceió, Recife, João Pessoa e Natal. Em 1º de julho de 1995, foi instalada a Gerência de Trens Urbanos de João Pessoa, desmembrada da Superintendência de Trens Urbanos de Recife. Também neste ano, governo federal privatizou o transporte de carga, que agora é uma concessão da Companhia Ferroviária do Nordeste, compartilhando a via férrea da empresa estatal. Já a Rede Ferroviária Federal (RFFSA) foi extinta.

Estações históricas: A Estação João Pessoa chamava-se Estação Ferroviária Conde D’Eu, situada no Varadouro. Foi construída em 1889. Tinha um estilo eclético, com muitos janelões e entrada principal. Na década de 1940, o prédio foi derrubado e substituído pela atual construção inaugurada em 10 de novembro de 1942, com características do estilo modernista – linhas retas, marquise, mezanino, fachadas sem adornos, esquadrias de ferro e vidro. Também é histórica a Estação de Cabedelo, com arcos e portas de madeira. As demais seguem um padrão moderno, com cores diferentes, mas em todas, o passageiro está ao abrigo das chuvas, encontra acesso para deficientes e bancos para sentar. O sistema atual tem o traçado original e com 30 quilômetros de extensão, nove estações e atende aos municípios de Santa Rita, Bayeux, João Pessoa e Cabedelo.

O trem de João Pessoa: O sistema de trens urbanos da Capital paraibana é composto por três locomotivas e 17 carros de passageiros, formando duas composições que realizam 28 viagens diárias, interligando os municípios de Cabedelo, João Pessoa, Bayeux e Santa Rita, na Grande João Pessoa. Com nove estações modernas e recuperadas, os trens da CBTU de João Pessoa transportam, em média, sete mil passageiros/dia com uma tarifa subsidiada pelo Governo Federal. Nos 30 km de extensão, os passageiros podem desfrutar de uma viagem agradável, segura, econômica e rápida, além de contemplar belas paisagens rurais em plena área urbana. Preocupada com o espaço onde está inserida, a CBTU de João Pessoa, ao oferecer um transporte de passageiros com qualidade, se integra à comunidade lindeira realizando projetos sociais e culturais que visam manter uma sinergia com a população, resgatando os valores do povo paraibano.
Fonte: CBTU.

Histórico do município: É controvertido o significado do topônimo dado ao rio Paraíba. Para Elias Erckman, Paraíba significa rio mau, porto ruim, ou mar corrompido. Varnhagen também indica a tradução de rio mau e Teodoro Sampaio, a de rio impraticável. Segundo Coriolano de Medeiros, porém, o significado exato seria braço de mar, pois os primeiros geógrafos que estudaram o rio tomaram-no por um braço de mar, sendo provável, assim, que o gentio da terra como tal o tivesse considerado, dando-lhe o nome com a precisão com que batizavam os acidentes do terreno.

Toda a região do São Domingos (primeiro nome dado ao Paraíba) era habitada por índios, estes influenciados pelos traficantes franceses de pau-brasil, interessados em conservá-los hostis a exploradores de outras nacionalidades. Assim é que, em 1574, foram os índios levados a tomar parte no ataque ao engenho de Diogo Dias, em terras da Capitania de Itamaracá no qual se verificou grande morticínio de brancos. Desde essa época, sucederam-se tentativas de colonização, pois o Rei de Portugal temia que os franceses ali se estabelecessem definitivamente. Foram construídos fortes na foz do rio e em terra travaram-se diversas batalhas, de resultados contrários aos portugueses.

Em março de 1585, chegava à Paraíba Martim Leitão, Ouvidor Geral da Bahia, chefiando uma expedição que deveria restaurar os fortins da barra e desalojar os franceses de diversas posições. Em 2 de agosto do mesmo ano, nova tentativa, chefiada pelo Capitão João Tavares, que se aproveitou das desinteligências surgidas entre as duas tribos que habitavam as margens do Paraíba e rios próximos, conseguindo insinuar-se entre os Tabajaras e firmar um pacto de amizade com o seu morubixaba o índio Piragibe. O acordo verificou-se no dia 5, numa colina à direita do rio Sanhauá, pequeno afluente do Paraíba. É nesse local que hoje se situa a cidade de João Pessoa.

Em homenagem ao santo do dia, o lugar tomou o nome de Nossa Senhora das Neves, até hoje padroeira da cidade. Em honra ao rei da Espanha, que dominava Portugal, a cidade recebeu o nome de Felipéia.
Em novembro do mesmo ano, chegavam várias famílias, levadas pelo Ouvidor-Geral Martim Leitão, que providenciou também a construção de fortes, igrejas e casas de moradia.
As lutas com os índios prosseguiram ainda durante anos, ora contra os Tapuias, que viviam no interior, ora contra os Potiguares, que habitavam o norte.
Desenvolveu-se lentamente a cidade, aonde depois veio a radicar-se Duarte Gomes da Silveira, companheiro de Martim Leitão, numa de suas expedições. A fim de estimular o progresso da cidade, instituiu prêmios para recompensar os habitantes que levantassem casas de moradia tendo fundado (a 6 de dezembro de 1639) o Morgado Salvador do Mundo, como patrimônio da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba.

A 24 de dezembro de 1634 foi a cidade ocupada pelos holandeses, depois de ataques aos fortins da barra, defendidos pelas tropas aquarteladas em Cabedelo. Contava Felipéia 1.500 habitantes e em suas imediações funcionavam 18 engenhos de açúcar. Com a aproximação das forças batavas, o povo abandonou a cidade, depois de incendiar os prédios mais importantes. Comandados pelo Coronel Segismund Von Schkoppe, 2.500 homens invadiram a cidade, que tomou o nome de Frederikstadt.
O povo paraibano não se sujeitou ao jugo estrangeiro e seu espírito de resistência teve como símbolo a figura de André Vidal de Negreiros, organizador do movimento de reação. E em 1654, vencidos os invasores e obrigados a retirada para o seu país, tomou posse do cargo de governador João Fernandes Vieira.
A capital chamou-se Paraíba do Norte até 4 de setembro de 1930, quando teve seu nome mudado para João Pessoa, em homenagem ao Presidente do Estado, assassinado no Recife, em plena campanha política. Sua morte foi uma das causas imediatas da Revolução de 3 de outubro daquele ano.
Fonte: IBGE.

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