João Pessoa – Grande Loja Maçônica Branca Dias


Imagem: Google Street View

A Grande Loja Maçônica Branca Dias, em João Pessoa, foi tombada pelo IPHAEP por sua importância histórica para o Estado da Paraíba.

IPHAEP – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba
Nome Atribuído: Grande Loja Maçônica Branca Dias
Localização: Av. General Osório, n° 128 – João Pessoa-PB
Decreto de Tombamento: Decreto n° 8.631, de 26/08/1980
Publicação no Diário Oficial: D.O. 05/09/1980

Descrição: A Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba foi fundada no dia 24 de agosto de 1927 e regularizada no dia 14 de maio de 1928, como o título de Grande Loja Symbolica Escoceza Soberana para o Estado da Paraíba, que, pelos idos de 1934-1935 foi mudado para Grande Loja de Paraíba, tendo a sua primeira Constituição sido promulgada no dia 03 de junho de 1930.

Com a Constituição promulgada em 14 julho de 1956 passou a ser denominada Grande Loja da Paraíba e, depois, para Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba, com o advento da Constituição promulgada em 21 de janeiro de 1967.

A Constituição de 22 de janeiro de 1977 restabelece o titulo distintivo de Grande Loja da Paraíba, que, mais uma vez, seria mudado pela Constituição de 25 de fevereiro de 1989 para Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba, título este mantido pela Constituição de 06 de maio de 2000.

Criação da Grande Loja da Paraíba: 24 de Agosto de 1927

A Sessão de fundação e instalação da Grande Loja foi realizada no Templo da Loja Maçônica “Branca Dias”, no dia 24 de Agosto de 1927, aberta a sessão, o irmão Augusto Simões, que a instalou e presidiu, fez uma exposição sobre o movimento maçônico que culminou com a criação das Grandes Lojas no Brasil, sob a liderança do Irmão Mário Behring. Fez também, uma conclamação no sentido de que os destinos da Grande Loja fossem entregues às mãos hábeis e seguras de irmãos operosos e dedicados que soubessem e pudessem elevar bem alto a obra maçônica que, naquele instante, todos os presentes estavam empenhados e dispostos a realizar a bem da Ordem Maçônica e da Humanidade.

Por indicação do Irmão Hermenegildo Di Lascio, Venerável Mestre da Loja “Branca Dias”, apoiada pelo Irmão Augusto Simões, foi, então, aclamado Grão Mestre Manoel Velloso Borges. Escolhido o Grão-Mestre, o Irmão Augusto Simões apresenta para ser aclamado Grão-Mestre Adjunto o Irmão João Arlindo Correia.

Escolhidos os supremos mandatários, o Irmão Augusto Simões oferece o malhete, primeiro, ao Grão-Mestre eleito, que declina e pede que o mesmo continue a dirigir os trabalhos, e depois, ao Grão-Mestre Adjunto, que teve igual gesto de não aceitar, considerando os méritos daquele que pode ser considerado o “pai” da Grande Loja da Paraíba.

Em homenagem sincera, proposta pelo irmão José Teixeira Bastos, obreiro da Loja Maçônica “Branca Dias”, foi o Irmão Augusto Simões aclamado Grão-Mestre de Honra, em reconhecimento aos seus méritos e virtudes a serviço da Ordem Maçônica, faltando preencher os demais cargos da administração da Grande Loja, o Irmão Hermenegildo Di Lascio propõe que tal se dê por indicação do Irmão Augusto Simões, uma vez ser este, grande conhecedor das necessidades dos cargos e capacidades do Irmãos.

Aprovada a proposta do Irmão Di Lascio e aclamadas as indicações feitas pelo Irmão Augusto Simões, prestaram o compromisso de estilo e tomaram posse em seus cargos os constituintes da primeira administração da Grande Loja.

Entre a Sessão de fundação e a de regularização da Grande Loja o Grão-Mestre Manoel Velloso Borges, sem motivo aparente, renuncia e é substituído no cargo pelo seu Grão-Mestre Adjunto, o Irmão João Arlindo Corrêa. Assim é que na ata de fundação, lavrada em 11 páginas ofício e somente aprovada quando da sessão de regularização, consta as assinaturas dos Irmãos Augusto Simões, Grão-Mestre de Honra, João Arlindo Corrêa, Grão-Mestre, José Eugênio Lins de Albuquerque, Grande Inspetor Litúrgico do Rito Escocês Antigo e Aceito, Generino Maciel, Grande Orador, Alfredo Augusto Ferreira da Silva, Grande Secretário e Robert Vougham Kerr, Grande Chanceler, tendo ficado em branco o espaço destinado à assinatura do Grão-Mestre Adjunto.

A regularização da Grande Loja Symbolica Escoceza para o Estado da Parahyba se deu em 14 de Maio de 1928- nove meses depois de sua fundação- em sessão realizada no Templo da Loja Maçônica “Branca Dias”, tendo a Comissão Regularizadora sido presidida pelo Irmão José Eugênio Lins de Albuquerque, Grande Inspetor Litúrgico, que comissionou os Irmãos José Calixto de Nóbrega e José Pinto Martiniano Lins para servirem como coadjuvantes.

A Grande Loja da Paraíba, ao lado das que foram criadas no Amazonas, Pará, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, é um das seis Grandes Lojas pioneiras no Brasil, conforme parágrafo 2º do Decreto Nº 7, de 3 de Agosto de 1927, expedido pelo Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito, que, em data de 16 de Fevereiro de 1928, lhe outorgou a Carta Constitutiva Nº 04.

As primeiras lojas da província da Parahyba: No tempo do Brasil Colônia, a capital da Província da Paraíba, e seu principal centro cultural, era a cidade de Mamanguape que, como cidade portuária, uma vez serem os meios de comunicação por vias pluviais os únicos existentes à época, teve o privilégio de receber a visita de Sua Majestade o Imperador Dom Pedro II, cuja casa que hospedou pertenceu ao irmão Aníbal Cavalcanti de Albuquerque, um dos fundadores da Grande Loja da Paraíba.

Em razão disto, conforme registra a história da maçonaria paraibana, ao oriente de Mamanguape foram fundadas duas Lojas Maçônicas. A primeira, Loja Maçônica “Regeneração Brasílica”, apesar de fundada sob os auspícios do Grande Oriente do Passeio, passou, depois, à jurisdição do Grande Oriente do Brasil que, em 1º de abril de 1965, lhe outorgou a Carta Constitutiva Nº162, não se sabendo ao certo a data de sua fundação. A Loja Maçônica “Regeneração Brasílica” adotava para seus trabalhos o Rito Escocês Antigo e Aceito, tendo abatido colunas antes de 1974. A Segunda, Loja Maçônica “Vigilantes e Segredo”, mesmo tendo sido fundada sob os auspícios do Grande Oriente dos Beneditinos, em data ignorada, passou, depois, à jurisdição do Grande Oriente do Brasil que, em 12 de agosto de 1975, lhe outorgou a Carta Constitutiva Nº328, tendo a sua regularização ocorrido no dia 26 de setembro de 1875. A Loja Maçônica “Vigilância e Segredo” adotava para seus trabalhos o Rito Escocês Antigo e Aceito, tendo abatido colunas antes de 1882.

Segundo o nosso pranteado Irmão José Lopes, o AREÓPAGO DE ITAMBÉ, fundado ao oriente de Itambé, Estado de Pernambuco – cidade gêmea de Pedras de Fogo, Estado da Paraíba – foi a primeira Loja Maç6onica a ser criada na Paraíba, em favor do que, assim, argumentou, em artigo publicado no jornal “Tribuna Maçônica”.

As primeiras lojas no oriente de João Pessoa: A história da maçonaria paraibana registra que a primeira Loja Maçônica a ser fundada ao oriente de João Pessoa – então chamada Parahyba do Norte, capital da Província da Paraíba – foi a Loja Maçônica “Regeneração do Norte”, em 16 de outubro de 1898, sob a jurisdição do Grande Oriente do Brasil, que, em 07 de janeiro de 1899, lhe outorgou a Carta Constitutiva Nº640. No ano de 1936 a Loja Maçônica “Regeneração do Norte” abandonou o abrigo obediencial do Grande Oriente do Brasil, passando, desde então, a render obediência à Grande Loja da Paraíba.

Registros históricos existem que fazem crer que, antes da fundação da Loja Maçônica “Regeneração do Norte”, tenha existido, ao oriente de Campina Grande no período compreendido entre julho de 1873 e novembro de 1874, uma “sociedade maçônica” como título distintivo “Segredo e Lealdade”, sendo ignorado o rito adotado para seus trabalhos e a Potência Maçônica a que rendia obediência. Sabe-se, contudo, que suas atividades foram encerradas no dia 21 de novembro de 1874, em virtude de terem sido destruídas e incendiadas suas instalações por fanáticos do movimento QUEBRA-QUILOS, encabeçado pelo Padre Calixto da Nóbrega, conforme descreve o Historiador Elpídio de Almeida em sua História de Campina Grande.

No dia 07 de setembro de 1911, na então vila de Cabedelo, foi fundada a Loja Maçônica “Sete de Setembro II”, sob a jurisdição do Grande Oriente do Brasil, que, em 07 de setembro de 1918, lhe outorgou a Carta Constitutiva Nº902, tendo sua regularização ocorrido em fevereiro de 1912. A Loja Maçônica “Sete de Setembro” foi, depois, transferida para o oriente de João Pessoa e, mais adiante, no ano de 1936, para a jurisdição da Grande Loja da Paraíba.

Em data de 10 de janeiro de 1918, ao oriente de João Pessoa, um grupo de Valorosos Irmãos, tendo à frente o grande Maçom Augusto Simões, fundou a Loja Maçônica “Branca Dias”, sob os auspícios do Grande Oriente do Brasil que, em 15 de abril de 1918, lhe outorgou a Carta Constitutiva Nº942, tendo sua regularização ocorrido no dia 13 de maio de 1918.

Em Campina Grande, no dia 19 de agosto de 1923, era fundada a Loja Maçônica “Regeneração Campinense”, sob a jurisdição do Grande Oriente do Brasil que, em 03 de outubro de 1924, lhe outorgou a Carta Constitutiva Nº1002, tendo sua regularização ocorrido no dia 08 de dezembro de 1924.

Desse modo, à época do movimento maçônico que culminou com a fundação da Grande Loja, existiam em atividade na Paraíba, e sob a jurisdição do Grande Oriente do Brasil, as seguintes Lojas Maçônicas, obedecida a ordem da antiguidade:

Loja Maçônica “Regeneração do Norte” Nº640
Loja Maçônica “Sete de Setembro” Nº 902
Loja Maçônica “Branca Dias” Nº942
Loja Maçônica “Regeneração Campinense” Nº1002

A separação com o Grande Oriente e a criação da nova potência: Desde o ano de 1926, não havia na Paraíba nenhum Inspetor Litúrgico do Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito, quando, em sucessão ao Irmão Ignácio Evaristo Monteiro foi designado Delegado do Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil o Irmão Manoel Velloso Borges, então Venerável Mestre da Loja Maçônica “Branca Dias”, ao oriente de João Pessoa – fundada em 10 de janeiro de 1918 e que adotava no Rito Adonhiramita para seus trabalhos -, o qual manteve como seu secretario o Irmão José Pereira da Silva, obreiro da Loja Maçônica “Regeneração do Norte”, ao oriente de João Pessoa, que, à época ainda se chamava Parahyba do Norte.

Com a separação entre o Supremo Conselho e o Grande Oriente do Brasil, movimento liderado pelo Irmão Mário Behring e que antecedeu a criação das Grandes Lojas no Brasil, foi designado o Irmão José Eugênio Lins de Albuquerque para as funções de Grande Inspetor Litúrgico da Paraíba.

Enquanto foi Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, de 28 de junho de 1922 a 13 de julho de 1925, quando se exonerou do cargo, em sessão do conselho Geral da Ordem, permanecendo, no entanto, no exercício do cargo do Soberano Grande comendador do Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito, o Irmão Mário Behring mantinha intensa correspondência particular com os Irmãos Augusto Simões e João Arlindo Corrêia, os quais estavam inteirados acerca do movimento maçônico que culminou com a criação das Grandes Lojas Brasileiras.

Concretizando o rompimento com o Grande Oriente do Brasil, em data de 17 de junho de 1927, o Irmão Mário Behring convenceu os Irmãos que comungavam dos seus ideais da necessidade de implementar o plano de criação de uma Grande Loja na Paraíba, em razão do que o Irmão Augusto Simões se pôs, imediatamente, em contato com o Irmão José Calixto da Nóbrega, então Venerável Mestre da Loja Maçônica “Regeneração do Norte”, ao oriente de João Pessoa – única Loja a trabalhar no Rito Escocês Antigo e Aceito -, uma vez que o seu prédio, localizado à rua Duque de Caxias, Nº 260, serviria otimamente para a instalação da Nova Potência Maçônica. O Irmão José Calixto da Nóbrega, porém, somente conseguiu entusiasmar uma pequena minoria do quadro de obreiros da Loja Maçônica “Regeneração do Norte” num total de nove, entre eles os seus Vigilantes, Orador Adjunto, Chanceler e mais três outros Irmãos, face a resoluta oposição que lhe fez seu Secretário, o Irmão Francisco Pedro da Silva Andrade.

Tendo falhado o intento de atrair a Loja Maçônica “Regeneração do Norte” para a fundação da nova Potência Maçônica, não restou ao Irmão José Calixto da Nobrega senão formar uma nova Loja Simbólica juntamente com mais oito Irmãos que lhe seguiam. Desse modo, fundaram, em 24 de julho de 1927, a Loja Maçônica “Padre Azevedo”, sob os auspícios do Supremo Conselho presidido pelo Irmão Mário Behring.

Enquanto isso, os Irmãos Augusto Simões e João Arlindo Corrêia – este último, pessoa de confiança do Irmão Mário Behring ao oriente de Campina Grande, onde, em 18 de maio de 1927 fundara o Capítulo Rosa Cruz “Cavaleiros do Nordeste” -, começaram a convencer o Irmão Manoel Velloso Borges, Ex-Venerável Mestre da Loja Maçônica “Branca Dias”, a fazer com que esta acompanhasse o movimento de criação de uma nova Potência Maçônica na Paraíba.

Convencido o Irmão Manoel Velloso Borges, este, por sua vez, acabou influenciando o Venerável Mestre eleito, Irmão Hermenegildo Di Lascio a induzir o quadro da Loja Maçônica “Branca Dias”a ser a detentora da Carta Constitutiva Nº01 da Grande Loja da Paraíba e, naturalmente, abandonar o Grande Oriente do Brasil e o Rito Adonhiramita, passando, então, a dotar o Rito Escocês Antigo e Aceito para seus trabalhos. Em 22 de julho de 1927, a Loja Maçônica “Branca Dias”se desligou do Grande Oriente do Brasil, que, por isso, a declarou suspensa, na conformidade do Decreto Nº868, de 04 de agosto de 1927.

Ao oriente de Campina Grande, a Loja Maçônica “Regeneração Campinense”, motivada pelos argumentos do seu Venerável Mestre, o Irmão João Arilindo Corrêia, editava, em 02 de agosto de 1927, um Decreto onde declarava “…só reconhecer como potência legal e legítima no Brasil o Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito funcionando na rua da Quitanda, Nº32-1º andar do Rio de Janeiro, retirando a sua solidariedade ao GOB…”, em razão do que o Grande Oriente do Brasil declararia a sua suspensão, na conformidade do Decreto Nº867, de 04 de agosto de 1927.

Isto feito e cumpridas as formalidades preliminares, o movimento liderado pelos Imãos Augusto Simões e João Arlindo Corrêia já detinha o controle das três Lojas necessárias para a fundação da nova Grande Loja:

Loja Maçônica “Branca Dias”
Loja Maçônica “Regeneração Campinense”
Loja Maçônica “Padre Azevedo”

Texto: Extraído do artigo publicado pelo Irmão Kurt Prober no jornal “Tribuna Maçônica”, editado pela Loja Maçônica “Sete de Setembro”, Nº11.
Fonte: Site da instituição.

Histórico do município: É controvertido o significado do topônimo dado ao rio Paraíba. Para Elias Erckman, Paraíba significa rio mau, porto ruim, ou mar corrompido. Varnhagen também indica a tradução de rio mau e Teodoro Sampaio, a de rio impraticável. Segundo Coriolano de Medeiros, porém, o significado exato seria braço de mar, pois os primeiros geógrafos que estudaram o rio tomaram-no por um braço de mar, sendo provável, assim, que o gentio da terra como tal o tivesse considerado, dando-lhe o nome com a precisão com que batizavam os acidentes do terreno.

Toda a região do São Domingos (primeiro nome dado ao Paraíba) era habitada por índios, estes influenciados pelos traficantes franceses de pau-brasil, interessados em conservá-los hostis a exploradores de outras nacionalidades. Assim é que, em 1574, foram os índios levados a tomar parte no ataque ao engenho de Diogo Dias, em terras da Capitania de Itamaracá no qual se verificou grande morticínio de brancos. Desde essa época, sucederam-se tentativas de colonização, pois o Rei de Portugal temia que os franceses ali se estabelecessem definitivamente. Foram construídos fortes na foz do rio e em terra travaram-se diversas batalhas, de resultados contrários aos portugueses.

Em março de 1585, chegava à Paraíba Martim Leitão, Ouvidor Geral da Bahia, chefiando uma expedição que deveria restaurar os fortins da barra e desalojar os franceses de diversas posições. Em 2 de agosto do mesmo ano, nova tentativa, chefiada pelo Capitão João Tavares, que se aproveitou das desinteligências surgidas entre as duas tribos que habitavam as margens do Paraíba e rios próximos, conseguindo insinuar-se entre os Tabajaras e firmar um pacto de amizade com o seu morubixaba o índio Piragibe. O acordo verificou-se no dia 5, numa colina à direita do rio Sanhauá, pequeno afluente do Paraíba. É nesse local que hoje se situa a cidade de João Pessoa.

Em homenagem ao santo do dia, o lugar tomou o nome de Nossa Senhora das Neves, até hoje padroeira da cidade. Em honra ao rei da Espanha, que dominava Portugal, a cidade recebeu o nome de Felipéia.
Em novembro do mesmo ano, chegavam várias famílias, levadas pelo Ouvidor-Geral Martim Leitão, que providenciou também a construção de fortes, igrejas e casas de moradia.
As lutas com os índios prosseguiram ainda durante anos, ora contra os Tapuias, que viviam no interior, ora contra os Potiguares, que habitavam o norte.
Desenvolveu-se lentamente a cidade, aonde depois veio a radicar-se Duarte Gomes da Silveira, companheiro de Martim Leitão, numa de suas expedições. A fim de estimular o progresso da cidade, instituiu prêmios para recompensar os habitantes que levantassem casas de moradia tendo fundado (a 6 de dezembro de 1639) o Morgado Salvador do Mundo, como patrimônio da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba.

A 24 de dezembro de 1634 foi a cidade ocupada pelos holandeses, depois de ataques aos fortins da barra, defendidos pelas tropas aquarteladas em Cabedelo. Contava Felipéia 1.500 habitantes e em suas imediações funcionavam 18 engenhos de açúcar. Com a aproximação das forças batavas, o povo abandonou a cidade, depois de incendiar os prédios mais importantes. Comandados pelo Coronel Segismund Von Schkoppe, 2.500 homens invadiram a cidade, que tomou o nome de Frederikstadt.
O povo paraibano não se sujeitou ao jugo estrangeiro e seu espírito de resistência teve como símbolo a figura de André Vidal de Negreiros, organizador do movimento de reação. E em 1654, vencidos os invasores e obrigados a retirada para o seu país, tomou posse do cargo de governador João Fernandes Vieira.
A capital chamou-se Paraíba do Norte até 4 de setembro de 1930, quando teve seu nome mudado para João Pessoa, em homenagem ao Presidente do Estado, assassinado no Recife, em plena campanha política. Sua morte foi uma das causas imediatas da Revolução de 3 de outubro daquele ano.
Fonte: IBGE.

MAIS INFORMAÇÕES:
Site da instituição
Memória João Pessoa
Nélio Gomes de França


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