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Os Túmulos do Dr. Peter Wilhen Lund e de seus colaboradores, em Lagoa Santa-MG, foram tombados por sua importância científica.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Túmulos do Dr. Peter Wilhen Lund e de seus colaboradores Pedro Andreas Brandt, Guilherme Behrens e João Rodolfo Müller, e mais o pequeno cemitério em que se acham situados
Localização: R. Caiçara, esquina com R. Aquiles de Lisboa – Lagoa Santa – MG
Número do Processo: 603-T-1959
Livro do Tombo Histórico: Inscr. nº 331, de 09/05/1960

Descrição: O Dr. Lund – cognominado o pai da paleontologia brasileira – cuja vida, estimulada por Frederico II e Cristiano IV, da Dinamarca, foi magistralmente descrita por Reinhardt, e cuja obra empolgou os homens de ciência da Europa, uma vez que serviu de base à reconstrução de um mundo desaparecido com usa fauna e flora, distinguiu-se como um dos mais eminentes sábios de que se tem notícia: filósofo, botânico, zoólogo, geólogo, paleontólogo e antropólogo, realizou trabalhos verdadeiramente notáveis para o conhecimento dos fenômenos que caracterizaram as épocas geológicas mais vizinhas de nossa era.
Viveu no Brasil mais da metade de dua útil existência. Nascido em 1801 e falecido em 1880, aqui esteve pela primeira vez em 1825, por um período de três anos, estudando a flora e fauna dos arredores do Rio de Janeiro, quando escreveu as seguintes obras: “Estudo do Gênero Eunope”, “Descrição dos Costumes das formigas brasileiras” e “Memórias sobre o envólucro dos ovos de Moluscos gasterópodos”, as quais, apresentadas à Academia de Ciências de sua terra natal, Copenhague, lhe serviram para defesa de tese do título de bacharel em filosofia. Retornando em caráter definitivo ao nosso país, em 1833, após conhecer vários países europeus e iniciar estudos sobre a vida dos peixes da bacia do Mediterrâneo, seguiu em direção aos “Campos Gerais”, onde percorreu, entre outras, as localidades de Sabará, Curvelho e Ouro Preto; explorou os vales dos rios São Francisco e das Velhas; escreveu “Notas sobre as plantas das estradas e ervas bravas do Brasil” e “Memórias sobre os Campos Gerais”; estudou mamíferos, aves e roedores; descobriu as cavernas de Sumidouro e Maquiné, sujos diversos compartimentos descreveu; deu a conhecer, pela primeira vez, os mamíferos extintos que habitaram a região de Lagoa Santa durante o período pleistocônico; estudou a fauna pré-histórica; classificou algumas dezenas de gêneros e, pelo menos, dois milhares de espécies fósseis.
O valor científico da coleção Lund é bem conhecido no mundo inteiro. Suas preciosas memórias documentadas sobre a fauna fóssil permitiram – afirma H. V. Walter – que os irmãos Hinge, com J. Reinhardt, Udgiverem e S. Hanesn, completassem seu trabalho comparativo meticuloso, e o publicassem em “Muzeum Lundii”, de Copenhague.
Lund, entre tantas terras que conheceu, amou verdadeiramente a nossa e quis conhecer-lhe os segredos. Seduziram-no os encantos do cerrado e em particular a região de Lagoa Santa, onde viveu até que a morte o levasse e onde recebeu a visita excelsa de S. M. o Imperador Pedro II, do Conde D’Eu e de inúmeros cientistas e exploradores, entre os quais Burmeister, R. Burton, O. St. John, John Allén, Salomonsen, Reinhardt,Lindberg, Mósen e Regnell. A respeito, disse Waming – o sábio que estabeleceu no cerrado os fundamentos da ecologia – que Lund transformou aquele humilde lugarejo em local clássico na história das ciências.
Fonte: Processo de Tombamento.

Prefeitura Municipal de Lagoa Santa-MG
Nome atribuído: Túmulos do Dr. Lundi e todas as suas áreas de entorno
Localização: Lagoa Santa-MG

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