Maceió – Sociedade Nossa Senhora do Bom Conselho


Imagem: Arquitetura alagoana

A Sociedade Nossa Senhora do Bom Conselho, em Maceió-AL, foi tombada por sua importância cultural.

SECULT-AL – Secretaria de Estado da Cultura
Nome atribuído: Sociedade N. Sra. do Bom Conselho
Localização: R. Cícero de Góes Monteiro e Cônego Costa, nº 3674 – Bebedouro – Maceió-AL
Processo de Tombamento: 38081
Resolução de Tombamento: Decreto Nº 38.081, de 19/07/1999
Livro de Tombo dos Edifícios e Monumentos Isolados

Descrição: No século XIX surgem as primeiras escolas de Maceió, vinculadas ao crescimento e maior complexidade da vida urbana na capital. Adotando uma arquitetura de caráter eclético, tais instituições se estabeleceriam até a década de 1930, quando começam a prevalecer outros estilos de tônica modernizadora, e contribuiriam para firmar a imagem edificada projetada na cidade.
Em sua maioria, firmavam-se como colégios associados a instituições religiosas, sobretudo católicas, que detinham a primazia do ensino privado no período. Este é o caso do Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, prédio edificado em 1877 no bairro de Bebedouro.
Consta que nesse ano, Alagoas passava por uma grande seca que castigava a região. Era grande o número de órfãos, também em função da morte de muitos soldados alagoanos, enviados à Guerra do Paraguai, o que desestruturou inúmeras famílias. Tomando conhecimento disto, Dom Pedro II liberou verbas para a província, que foi utilizada em parte pelo então governante de Alagoas, Antônio dos Passos de Miranda, para criar o Asylo das Órphans Desvalidas de Nossa Senhora do Bom Conselho, com o objetivo de ensinar às meninas as primeiras letras e prendas domésticas.
A história do colégio atesta de forma reveladora o desenvolvimento do bairro que o abriga, um dos mais tradicionais da cidade, estruturado inicialmente como um pouso de veraneio algo afastado. Banhado pela lagoa Mundaú, que por sua vez se liga ao mar, Bebedouro apresentava-se como um lugar de passeio, o que era facilitado pela existência de um pequeno porto, onde atracavam as embarcações. Era também um local de confluência, surgido graças à presença de um riacho onde cavaleiros e veículos, seguindo a estrada em direção ao norte, podiam se deter e dar de beber aos animais.
Inserido no processo de modernização da cidade, o bairro assistirá à construção de diversas vias, no início do século XX, interligando-o ao Centro de Maceió e outros lugares de fluxo intenso, a exemplo da Avenida General Hermes, que garantirá a Bebedouro acesso fácil, conferindo-lhe maior desenvolvimento e importância, incentivando o comércio e novas construções no bairro, que se fortalece como bairro habitacional de ampla tradição em Maceió, passando a receber praças, obras de infraestrutura, casarões e mais instituições como igreja, teatro, orfanato, escolas etc.
A configuração do colégio Nossa Senhora do Bom Conselho se dará em meio a este contexto. Já em 1938 o antigo asilo é transformado em “Escola Normal Rural Nossa Senhora do Bom Conselho” e nos anos seguintes, diversas gestões administrativas cuidariam de adaptar o estabelecimento à legislação vigente, de modo a torná-lo um colégio de excelência no cenário da educação em Alagoas.
A atualmente denominada Escola Estadual Nossa Senhora do Bom Conselho está localizada na Avenida Major Cícero de Góes Monteiro, principal via do bairro. Situado num grande terreno, de costas para a Lagoa, o prédio tem seu acesso realizado por meio de um amplo jardim romântico, possível em função de um vasto recuo frontal, configurando um arranjo paisagístico que emoldura o edifício em estilo Neoclássico, cuja fachada se apresenta marcada pela simetria, também caracterizada em planta, bem como pela limpeza de ornamentos.
A planta demonstra ainda uma forte hierarquia rebatida nos espaços, marcada pelo fato das salas do presidente e das irmãs religiosas estarem dispostas na parte frontal do edifício. Construído originalmente como orfanato, o prédio principal apresenta salas projetadas para este uso, junto com cozinha e refeitório. De fato, a adaptação para o uso escolar tornou-se mais fácil devido à coincidência de funções institucionais, já que o orfanato abrigava atividades relacionadas à educação das crianças, contando com aulas de costura, piano, canto, entre outras.
Fonte: Arquitetura Alagoana.

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