Mariana – Casa do Barão de Pontal


Imagem: Google Street View

A Casa do Barão de Pontal, em Mariana-MG, foi tombada por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Casa à Rua Direita, conhecida como casa do Barão de Pontal
Outros Nomes: Casa à Rua Direita; Solar de Mariana
Localização: R. Direita, nº 50 – Mariana – MG
Número do Processo: 500-T-1954
Livro do Tombo Histórico: Inscr. nº 344, de 06/07/1962

Descrição: Existe controvérsia entre os estudiosos do assunto quanto à época de construção desta edificação. Salomão de Vasconcellos indica o ano de 1752 e atribui a iniciativa de sua construção a Manuel da França Campos, a quem o prédio teria pertencido inicialmente. Já José Wasth Rodrigues, diz que se trata de construção de cerca de 1790. Embora verifica-se uma defasagem de trinta e oito anos entre as duas datações, ambos, entretanto, atribuem a responsabilidade da construção a José Pereira Arouca. Sabendo-se que o prédio pertenceu a diferentes proprietários, inclusive ao seu construtor, José Pereira Arouca, supõe-se que sua feição original tenha sido comprometida, fruto de modificações ocorridas ao longo dos anos. Construída para uso residencial, abrigando porém, cômodos de loja na parte térrea, a edificação tornou-se tradicionalmente conhecida como Casa do Barão do Pontal, título concedido pelo governo do império ao desembargador Manuel Ignacio de Mello e Souza, que exerceu, dentre outros cargos políticos, o de presidente da Província, deputado e senador. Nascido em Portugal, em 1781 ou 1782, e diplomado pela Universidade de Coimbra, veio ainda jovem para Mariana, onde se fixou e foi proprietário desse imóvel. O prédio serviu, durante anos, como sede local dos Correios e Telégrafos.
Embora se enquadre às edificações de partido e gosto arquitetônico da segunda metade do século XVIII, a chamada Casa do Barão de Pontal apresenta algumas particularidades que a fazem distinguir-se entre as mais notáveis edificações da época. Para Robert Smith a novidade reside nos dois pátios internos fechados, que têm a função não só de iluminar e ventilar, como também facilitar a circulação. Por sua vez, José Wasth Rodrigues aponta para as sacadas em pedra-sabão, em delicado rendado, consideradas únicas no gênero no Brasil.
Segundo levantamento feito pelo IPHAN, em 1974, a edificação apresenta estrutura autônoma assentada em esteios e baldrames de madeira, com cunhais em madeira e massa. As paredes de vedação são em taipa de sebe, com revestimento em reboco liso e pintura em caiação. As beiradas são em cimalha, cachorro e caibro corrido e existem quatro sacadas do tipo isolada, com piso em pedra e parapeito em pedra-sabão trabalhada. Uma das portas da frente é almofadada e as demais lisas, todas em vergas retas. As quatro janelas principais do andar superior são rasgadas por inteiro e apresentam postigo sobreposto e vergas em arco. Os forros alternam-se entre os tipos esteira, tabuado liso, estuque e saia-e-camisa, todos com pintura lisa, enquanto os pisos, na sua maior parte, são em tabuado liso. Na cobertura, verifica-se entelhamento em cerâmica de ½ cilindro. Acrescenta-se ainda, a existência de sótão ou mirante, com dois cômodos. Quanto à ornamentação, chama a atenção a singularidade de suas quatro sacadas em pedra-sabão, composta por ornatos vazados formando delicado rendado, conferindo à edificação excepcional valor como exemplar da arte de ornamentação arquitetônica no período colonial mineiro.
José Wasth Rodrigues atribui sua autoria a José Pereira Arouca, enquanto Salomão de Vasconcellos suspeita tratar-se de obra do mesmo autor desconhecido que desenhou e executou o pórtico de São Francisco da mesma cidade. José Wasth Rodrigues destaca ainda o belíssimo altar existente em saleta ou capela localizada na parte da frente do andar superior. Diante da falta de documentação, não há como estabelecer uma cronologia das obras de adaptação, alteração e restauro.
Texto extraído de: Fundação João Pinheiro. Dossiê de Restauração. Plano de Conservação, Valorização e desenvolvimento de Ouro Preto e Mariana. 1973/1975.
Fonte: Iphan.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Patrimônio de Influência Portuguesa
Irene Nogueira de Rezende


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