Mariana – Igreja de Nossa Senhora das Mercês


Imagem: Iphan

A Igreja de Nossa Senhora das Mercês, em Mariana-MG, foi tombada por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja de Nossa Senhora das Mercês
Localização: Rua das Mercês – Mariana-MG
Número do Processo: 71-T-1938
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 201, de 05/08/1938
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.

Descrição: Coube à Irmandade de Nossa Senhora das Mercês, constituída formalmente por Provisão de 16 de maio de 1787, a iniciativa da construção da igreja. Existe, entretanto, controvérsias entre os historiadores com relação a dados para possível esclarecimento da data de início das obras. Cônego Raimundo Trindade indica a data de 28 de janeiro de 1769 para a provisão de benção da igreja, enquanto Salomão de Vasconcelos aponta o ano de 1787 para o início das obras. Provavelmente, a exemplo do ocorrido com outras igrejas mineiras do período, tenha existido anteriormente uma capela da Irmandade, verificando-se mais tarde a edificação da igreja definitiva. A inexistência de elementos documentais, impossibilita também o devido esclarecimento sobre a autoria do projeto e das obras de construção. Embora dada como construída em fins do século XVIII, o que parece ser justificado pela solução adotada em seu frontispício, é constituída, entretanto, na sua parte principal, por estrutura em madeira e taipa, recursos construtivos já abandonados nas construções religiosas daquele período.
Possivelmente, em 1871, o edifício se encontrava em obras, uma vez que naquele ano a Irmandade solicitou à Câmara Municipal a doação de degraus de pedra do antigo Pelourinho da cidade, então demolido, para a construção de uma escada para o Presbitério da Capela. Esta hipótese encontra sustentação na ampliação do telhado, indicando aumento ou reforma do corpo principal e da sacristia. No século XX, novas restaurações e alterações ocorreriam, algumas delas descaracterizantes como a de 1936, quando foram realizados os seguintes serviços: substituição dos velhos muros de pedra do jardim por balaustrada; entijolamento do átrio, em lugar das lajes antigas; colocação de aldrabas cimentadas nos beirais.
A Igreja de Nossa Senhora das Mercês se assemelha, tanto na arquitetura como na decoração da talha, com a capela da Arquiconfraria de São Francisco, construída pela mesma época. Sua fachada é encimada por um campanário, como a maioria das capelas de fins do século XVIII, resguardando, entretanto, a feição das construções do início do século, especialmente por se tratar de uma construção de madeira e taipa. Internamente caracteriza-se pela simplicidade do conjunto das talhas e despojamento decorativo dos altares laterais. As colunas são retas e lisas, assim como os captéis. O altar do lado do Evangelho pertence, desde a sua origem, ao grupo da Sagrada Família. As imagens são em madeira, decoradas em ouro. O altar do lado da Epístola, é consagrado a Nossa Senhora do Parto, obra também rara, talhada em madeira e dourada, parecendo da mesma procedência. Destacam-se no conjunto, as grades do coro e a balaustrada da nave, em madeira torneada, de jacarandá preto. Além das imagens de boa qualidade, a igreja conserva na sacristia painéis, objetos de cunho religioso, uma mesa artística que pertenceu ao Frei Cipriano e poltronas em estilo Luís XV, que foram de D. Manuel da Cruz, primeiro bispo de Mariana.
Fonte: Iphan.

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MAIS INFORMAÇÕES:
Patrimônio de Influência Portuguesa


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