Mariana – Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré


Imagem: Iphan

A Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré, em Mariana-MG, foi tombada por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré
Outros Nomes: Igreja de Nossa Senhora de Nazaré
Localização: Distrito de Santa Rita Durão – Mariana-MG
Número do Processo: 356-T-
Livro do Tombo Histórico: Inscr. nº 240, de 05/11/1945
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 306, de 05/11/1945
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.

Descrição: Santa Rita Durão, antiga Inficionado, teve sua matriz construída pelo sargento-mor Paulo Rodrigues Durão, cuja benção se deu a 28 de maio de 1729. Entretanto, informa Germain Bazin que o templo atual não é o primitivo, acrescentando que o Livro de Receita e Despesa da Irmandade do Santíssimo Sacramento, faz alusão aos trabalhos executados na segunda metade do século XVIII, por Domingos Francisco Teixeira. Consta que se concedeu licença para reedificar a capela-mor em 1779, tendo sido dadas as condições e orçamento para essa reedificação em 1780, pelo conhecido construtor José Pereira Arouca Sabe-se que Domingos Francisco Teixeira executou toda a obra de carpinteiro e de pedreiro pertencente a esta Irmandade até 1794, ano em que ainda ali trabalhava.
Trata-se de uma construção mista de madeira, adobe e taipa. O frontispício tem a composição habitual, com duas torres sineiras, cobertas com telhados piramidais, curvilíneos, com esfera armilar, cata-vento. Possui frontão triangular com óculo quadrilobado e treliçado, cornija moldurada coberta de telhas de topo. A porta central é almofadada, de verga curvilínea, encimada por uma composição arcaica de gosto renascentista, e nicho com imagem. Apresenta duas janelas rasgadas, de verga curva, almofadadas, com postigo envidraçado central.
No interior, o coro, apoiado sobre quatro colunas e três arcos, possui balaustrada com almofadas e treliça. Os corredores laterais abrem para a nave em arcos sobre pilares. Acima estão as tribunas. A grade e mesa de comunhão são em balaústres torcidos e torneados. A capela-mor, com teto curvo, apresenta altar e retábulo em talha suntuosa. Compõe-se de quatro colunas torsas, com ornamentação floral entalhada, arco no nicho central, com sanefa, figura de anjos e ornatos, no estilo D. João V. No trono central encontra-se a imagem da padroeira. O sacrário é ladeado por figuras de anjos. Os retábulos laterais ao arco-cruzeiro são de estilo semelhante, com dominante vertical. Há ainda dois altares na nave, correspondendo ao mesmo estilo.
O teto da igreja manifesta pintura de gosto rococó, em perspectiva ilusionista, convergindo para o painel central, onde encontra-se representado o milagre de Nazaré: a Virgem nos céus protegendo o cavaleiro Dom Fuas Roupinho, à beira do penhasco, enquanto o veado caçado voa para o abismo. A qualidade da pintura é ingênua, apresentando, entretanto, traçado elegante dos concheados e da rocaille. Margeando o quadro central no sentido longitudinal, vemos as figuras dos apóstolos São Pedro, com as chaves (arco-cruzeiro) e São Paulo, com a espada (coro) e no sentido transverso, as figuras do dominicano São Tomás de Aquino e do franciscano São Boaventura. Nos quatro cantos, em balcões, estão os quatro grandes doutores da Igreja. Esta pintura é atribuída a João Batista de Figueiredo, pintor dos mais conceituados nas Minas Gerais do século XVIII e reconhecido, hoje, como um dos mais importantes daquele período.
Texto extraído de: Inventário Nacional de Bens Móveis e Integrados. VITAE/IPHAN. IEPHA/MG. Santa Rita Durão. Matriz de Nossa Senhora de Nazaré. Projeto de restauração da Pintura do forro da nave. 1983.
Fonte: Iphan.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Patrimônio de Influência Portuguesa
Wikipedia


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