Nísia Floresta – Casa de Pedra


A Casa de Pedra, em Nísia Floresta, foi tombada pela Fundação José Augusto por sua importância cultural para o Estado do Rio Grande do Norte.

Governo do Rio Grande do Norte
FJA – Fundação José Augusto
Nome Atribuído: Casa de Pedra
Outros Nomes: Casa de Pedra de Pium
Localização: Nísia Floresta-RN
Data de Tombamento: 17/02/1990

Descrição: A casa de pedra de pium ou casa forte como é denominada tecnicamente pelos historiadores é uma construção portuguesa, de alvenaria de pedra e cal, com um partido de planta retangular com 23m de comprimento e 11,69m de largura. apesar de encontrar-se em estado de ruínas, as paredes de alguns compartimentos apresentam uma altura de 3m e tem uma espessura de 70 cm.
Acredita-se que teria sido construída com as pedras dos rios e cal feito de conchas de moluscos, além do óleo de baleia para dar adesão à argamassa. apresenta algumas peculiaridades,como a presença de seteiras, que são aquelas aberturas em muralhas por onde se atiram setas contra os sitiantes. essas se afunilam da face externa da parede até o interior, recurso bastante utilizado nas edificações antigas, principalmente na arquitetura militar.
Segundo o historiador Roberto Airon Silva “as casas fortes surgiram no início do século XVII ou mesmo após a expulsão dos holandeses, e foram prioritárias principalmente em função das novas estratégias de ocupação e colonização do espaço colonial pós-restauração portuguesa exigindo a adequação de espaços de uso civil,mas com características de defesa militar, e também a sua importância no contexto dos combates contra o gentil bravo, a guerra dos bárbaros.”
Fonte: IHGRN.

Histórico do município: Os primeiros habitantes da região de Papary, conhecida desde os idos de 1600, foram os índios Tupis. O nome Papary vem da lagoa de pesca abundante existente no território, ao lado de várias outras.
Durante o domínio holandês nada de significativo aconteceu na povoação. O tempo passou e os holandeses foram embora. Já em 1703, com a presença portuguesa, o povoado de Paparytomava forma de arruado e a igreja de Nossa Senhora do Ó começava a ser erguida, concluída somente 52 anos depois. O progresso econômico da povoação foi impulsionado pela pesca farta nas várias lagoas das redondezas e terras de boa qualidade para o plantio de várias lavouras especialmente a de Papary, chamada Paraguaçu no século XVII.
Pela Lei número 242, de 18 de fevereiro de 1852, o povoado desmembrou-se de São José de Mipibu, tornando-se município com o nome de Vila Imperial de Papary e em 1 de fevereiro de 1890, passou a denominação de Vila de Papary. Em 1948, a comunidade de Papary em homenagem a sua filha mais ilustre, mudou seu nome para Nísia Floresta. A homenageada nasceu em Papary, mais precisamente no Sítio Floresta, no ano de 1810.
A escritora de Papary, Dionísia Gonçalves Pinto, decidiu usar um pseudônimo literário que veio a se tornar internacionalmente conhecido, Nísia Floresta Brasileira Augusta. Nísia representando a parte final do seu primeiro nome, Floresta é o sítio onde nasceu, Brasileira é uma referência nacionalista para quem teve de viver fora do país, e a palavra Augusta está diretamente ligada à lembrança de seu marido Manoel Augusto de Faria Rocha, pai de sua filha Lívia.
Nísia Floresta começou sua vida literária em 1831, publicando em jornal de Pernambuco artigos defendendo o ideal republicano , igualdade política dos sexos e liberdade aos escravos. A escritora de Papary passou a ser admirada por muitos e questionada por outros.
Foi chamada ao mesmo tempo de extraordinária, de notável, de mestiça, de indecorosa e de monstro sagrado. Devido à saúde de sua filha, Nísia foi morar na Europa em 1849 e entre idas e vindas ao Brasil, 28 anos se passaram. Nísia Floresta Brasileira Augusta morreu no dia 24 de abril de 1885, na Normandia, vítima de pneumonia, e foi enterrada no cemitério de Bonsecours. No dia 12 de setembro de 1954 seus restos mortais chegaram a sua terra natal, Papary, e foram colocados no mausoléu construído em sua homenagem.
Fonte: IBGE.

MAIS INFORMAÇÕES:
IHGRN
Fortalezas.org


Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *