Nova Friburgo – Antiga Residência do Barão de Nova Friburgo


Imagem: Fundação D. João VI

A Antiga Residência do Barão de Nova Friburgo-RJ foi construída em 1843 para ser residência urbana de Antonio Clemente Pinto.

INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Câmara Municipal de Nova Friburgo e Biblioteca de Nova Friburgo, antiga residência do Barão de Nova Friburgo, na Praça Getúlio Vargas
Processo de Tombamento: E-18/300.276/85
Localização: Praça Getúlio Vargas – Nova Friburgo – RJ
Tombamento Provisório: 07/01/1988
Uso atual: Fundação D. João VI

Descrição: A Fundação D. João VI tem como sede uma das mais antigas construções de Nova Friburgo: o solar da família Clemente Pinto. Localizado na Praça Getúlio Vargas, nascedouro da história de Nova Friburgo, o prédio foi construído em 1843 para ser residência urbana de Antonio Clemente Pinto, futuro Barão de Nova Friburgo.

Anteriormente, o terreno (de 40,2 x 25 braças) era ocupado por uma casa de estilo colonial de número 25, que foi demolida em 1841, quando a propriedade foi aforada por Antonio Clemente Pinto, para dar lugar à edificação em estilo neoclássico, que perdura até os dias de hoje. A residência, projetada pelo engenheiro holandês Jacob van Erven, amigo e sócio de Antonio Clemente Pinto, tinha aos fundos um jardim que se estendia até a margem do rio Bengalas.

Sabemos que, com as mortes do Barão e da Baronesa de Nova Friburgo, a casa foi herdada pelo primogênito do casal, 1º Barão e Conde de São Clemente, Antonio Clemente Pinto. Posteriormente, serviu de residência para o 2º Barão de São Clemente.

O prédio foi vendido para a municipalidade e abrigou diversos órgãos administrativos ao longo do século XX: Prefeitura (1921-1969); Câmara Municipal (1922-2001); Biblioteca (1941-2001); Fórum e sala do júri (1938-1941); Cadeia (1938–1940), também depósito de materiais da prefeitura; Em maio de 1961, foi inaugurado o Porão das Artes, atual Centro de Artes; Abrigou também a Oficina Escola até o ano de 2013.

Atualmente o edifício segue sendo reformado, contudo sem deixar de servir aos seus propósitos culturais. Em 2016 a inauguração de uma de suas salas principais, possibilitou ao público o reencontro com a coleção de estátuas “Quatro Estações”, recém recuperadas. Essa sala é uma pequena mostra do que poderá vir a ser, no futuro, o Museu do Solar do Barão.
Fonte: Fundação D. João VI.

Descrição: Em 1985, a Prefeitura Municipal encaminhou ao Inepac o pedido de tombamento estadual de onze imóveis, identificados pela comunidade como expressivos da cultura arquitetônica de Nova Friburgo. O significativo número de adesões ao abaixo-assinado demonstra o apreço da população ao seu patrimônio edificado. São antigas residências do século XIX; sedes do poder público municipal; arquitetura religiosa; o conjunto da antiga estação ferroviária e construções escolares.

Residência urbana do barão de Nova Friburgo, foi construída no século XIX diante da praça central ajardinada pelo paisagista francês Auguste Glaziou. A edificação, uma das mais antigas do local, tem as características da arquitetura tradicional do período imperial, com linguagem classicizante.
Fonte: Inepac.

Histórico do município: O local que hoje constitui o município de Nova Friburgo se estabeleceu em uma área indígena conhecida nos tempos do império como “sertão ocupado por várias nações dos índios brabos”. Os primeiros habitantes nativos da região eram povos das tribos Puri, Puri-Coroado e Guayacaz, que viviam em cabanas simples nas margens dos rios.

Os primeiros europeus que chegaram à região foram os portugueses, atraídos pelo cultivo do café, que se expandiu a partir de Cantagalo. Junto com eles, vieram os escravos africanos, que trabalhavam na lavoura e nos serviços caseiros. No atual distrito de Lumiar, em Benfica, e em São Pedro da Serra, há evidências culturais de quilombos formados por negros e suas famílias, foragidos das fazendas de Cantagalo e da Baixada Fluminense.

Em 1818, o Rei D. João VI, interessado em intensificar a colonização do interior do Brasil, baixou um decreto que autorizava o agente do Cantão de Friburgo, na Suíça, a estabelecer uma colônia de cem famílias na Fazenda do Morro Queimado, no Distrito de Cantagalo, no norte do Estado do Rio de Janeiro. A sede da colônia recem formada recebe o nome de Nova Friburgo, em função da procedência dos seus primeiros colonizadores. No final de 1919 e início de 1920, depois de uma longa e penosa viagem em que muitos morreram, os suíços começaram a chegar, depois de serem construídos os edifícios imprescindíveis à vida da colônia.

Após a proclamação da Independência, o governo imperial enviou o major George Antônio Scheffer à Alemanha para contratar mais imigrantes. Em maio de 1824, chegaram a Nova Friburgo 343 alemães protestantes, liderados pelo pastor Frederico Sauerbronn. O contingente que chegou ao município trouxe consigo a novidade do protestantismo para a região e um povoamento maior do que o até então existente. Assim, Nova Friburgo abrigou a primeira comunidade luterana do Brasil e a primeira Igreja Luterana da América Latina. Mais tarde, a região também recebeu imigrantes italianos e sírios, acentuando o progresso da localidade. Além dos portugueses, africanos, suíços, alemães, sírios e italianos, presentes na cidade, outros imigrantes chegavam do Japão, Espanha, Hungria, Áustria e Líbano. Nova Friburgo tornou-se assim a única cidade do país colonizada por dez nações.

Em 1870, com a inauguração da estrada de ferro Leopoldina Railway, que transportava o café de Cantagalo para o porto do Rio, surgiram estabelecimentos comerciais, hotéis, escolas – o Colégio Anchieta e o Colégio das Dorothéas – e indústrias do ramo da construção civil. Esses empreendimentos se transformaram no centro urbano da região, onde os barões do café tinham propriedades. No final do século 19, Nova Friburgo era o principal produtor de alimentos da região oriental do Vale do Paraíba do Sul. Em 1890, foi elevada à categoria de cidade.

Nos primeiros anos do século 20 – enquanto na região do entorno desmoronava a economia que havia se sustentado sobre o latifúndio escravista –, Nova Friburgo convivia com o crescimento comercial e urbano: já existiam alfaiatarias, sapatarias e outras oficinas do setor de vestuário e de fabricação de ferramentas, pequenas fábricas de cerveja e café, além de um próspero comércio ambulante. A cidade foi se afirmando também como um pólo de atração para pessoas em busca de melhores oportunidades, devido às condições adversas da vida no campo.

Em 1910, o presidente da República, Dr. Nilo Peçanha, inaugurou na cidade o Sanatório Naval, com a missão inicial de tratar as vítimas de beribéri, tuberculose e outras doenças. O clima frio era favorável para a recuperação dos convalescentes. O imóvel, hoje tombado pelo Patrimônio Histórico, também foi utilizado como campo de internação para tripulantes de navios alemães, aprisionados pelo governo brasileiro em vários portos durante a Primeira Guerra. A partir de então, a cidade passa a receber diversos visitantes em busca de tratamentos de saúde. Muitos deles, acabaram fixando residência na cidade.

Em 1935, o trem que passava pelas ruas da cidade, ao lado de automóveis e ônibus, ganhou a sua estação de passageiros, no prédio onde atualmente funciona a Prefeitura Municipal. Dois anos depois, a fábrica de Ferragens Hans Gaiser (Haga), em que o nome da empresa são as iniciais do proprietário, se instalou na cidade. Nova Friburgo se transformava em pólo industrial e comercial do Centro-Norte fluminense, atraindo moradores das cidades vizinhas, que enfrentavam um processo de esvaziamento.

Em 1960, o município contava com cerca de 70 mil habitantes. Crescia o êxodo rural: quase 80% da população vivia na área urbana. Ali se instalaram novas fábricas, principalmente no setor metalúrgico. No entanto, mesmo com o crescimento do setor de mecânica e metalurgia, ainda eram as fábricas têxteis (em maior número e poder econômico) que empregavam maior contingente de trabalhadores. Naquela década surgiram as primeiras iniciativas voltadas para o planejamento urbanístico da cidade e promovidas políticas de relações diretas com o governo da Suíça para consolidar a imagem de Nova Friburgo como “a Suíça Brasileira”. Destes contatos, resultaram iniciativas como a construção da Queijaria-Escola, em convênio estabelecido por meio da Associação Fribourg – Nova Friburgo; a produção de vasto material de pesquisa e propaganda sobre as raízes helvéticas do município e o estímulo para que os friburguenses buscassem informações sobre suas árvores genealógicas no Departamento da Pró-Memória da Prefeitura.

No início da década de 1980, o setor têxtil sofre uma forte crise e inúmeras indústrias fecham as suas portas. Deu-se aí, o surgimento de incontáveis micro-empresas atuando na confecção de moda íntima. A princípio, a falência das grandes indústrias poderia representar uma decadência econômica para Nova Friburgo, mas o empreendedorismo daqueles que perderam seus empregos reverteu a situação em favor do desenvolvimento regional.
Fonte: Prefeitura Municipal.

FOTOS:

CONJUNTO:
Nova Friburgo – Conjunto
Prefeitura Municipal
Fundação D. João VI


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