Nova Friburgo – Catedral Metropolitana de São João Batista


Imagem: Inepac

A Catedral Metropolitana de São João Batista em Nova Friburgo-RJ foi tombada por sua importância cultural para a cidade.

INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Catedral Metropolitana de São João Batista (antiga Igreja Matriz de São João Batista), na Praça Demerval Barbosa Moreira
Processo de Tombamento: E-18/300.276/85
Localização: Praça Demerval Barbosa Moreira – Nova Friburgo – RJ
Tombamento Provisório: 07/01/1988

Descrição: Em 1985, a Prefeitura Municipal encaminhou ao Inepac o pedido de tombamento estadual de onze imóveis, identificados pela comunidade como expressivos da cultura arquitetônica de Nova Friburgo. O significativo número de adesões ao abaixo-assinado demonstra o apreço da população ao seu patrimônio edificado. São antigas residências do século XIX; sedes do poder público municipal; arquitetura religiosa; o conjunto da antiga estação ferroviária e construções escolares.

Para a instalação da Diocese de Nova Friburgo foi erguida esta nova Catedral Metropolitana em 1869-1870, dedicada a São João Batista, padroeiro da cidade. A fachada principal, de pequena testada, é fortemente marcada por torre sineira central, que lhe confere verticalidade, acentuada ainda pelos quatro pilares toscanos semi-embutidos no paramento da parede. O interior tem ornamentos de desenho clássico e explora com habilidade a espacialidade resultante de sua planta em nave única e cobertura em abóbada de berço.
Fonte: Inepac.

DPHAC – Departamento do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural
Nome Atribuído: Matriz de São João Batista
Localização: Praça Demerval Barbosa Moreira – Nova Friburgo-RJ
Resolução de Tombamento: Tombamento provisório; processo nº E-18/300.276/85; DORJ 07.01.88

Descrição: O prédio da Matriz de São João Batista está situado à Praça Demerval Barbosa Moreira e implantado no alinhamento do logradouro, com recuo nas duas laterais.

TIPOLOGIA: A grande importância desta igreja está na qualidade da composição de sua fachada, cuja harmonia decorre da correta relação entre as suas diversas partes, do equilibrio entre os elementos de cantaria e de paramento pintado e das volutas que integram os dois pavimentos. Diferenciada do padrão tradicional de corpo central ladeado por duas torres, este exemplo demonstra as diferentes influências que chegaram à cidade, como também um maior domínio da linguagem clássica. O esquema de dois pavimentos com trecho superior mais estreito, coroado por frontão triangular e arrematamento lateralmente por volutas, é na verdade uma revivescência tardia de Vignola, no período que já se inicia a influência do estilo neoclássico. A fachada principal, de pequena testada, é fortemente marcada por torre sineira central, que lhe confere verticalidade, acentuada ainda pelos quatros pilares toscanos semi-embutidos no para meto da parede. O interior tem ornamentos de desenho clássico e explora com habilidade a espacialidade resultante de sua planta em nave única e cobertura em abóbada de berço.

HISTÓRIA: Nas condições firmadas por Dom João VI fica determinado, segundo a cláusula XI, que a Igreja Paroquial na colônia “tenha o nome de sua Real Pessoa [São João Batista]” e na cláusula XII, “Sua Majestade, por continuação de sua bondade toma a seu cargo de edificar e paramentar a Capela Mor desta igreja e a provê-la, igualmente de todo o necessário”. Contudo, tal igreja não foi construída e com a chegada da colônia suíça, o padre Jacob Joye instala a matriz provisoriamente numa varanda da Casa da Sede da Fazenda do Morro Queimado – o Chateau du Roi; onde hoje situa-se o Colégio Anchieta. Após 17 anos, ainda sem local próprio transfere-se para a Casa da Câmara Municipal no dia 16 de fevereiro 1837, onde permanece por 37 anos. Até que, em 8 de dezembro de 1869, foi inaugurada “com luz elétrica e tudo” a Matriz da Paróquia de São João Batista, colocando fim a uma espera de 54 anos. O terreno escolhido para a construção da igreja pertencia inicialmente ao Armazém da Colônia e foi leiloado em 12 de novembro de 1836 ao Sr. Antônio Soares de Alvarenga. No ano de 1838, foi comprado por Guilherme Mario Salusse. E, segundo o Livro de Notas nº 3 do extinto cartório do 1º ofício de Nova Friburgo no dia 04 de janeiro de 1851, “O comendador Antônio Clemente Pinto por parte da Província do Estado, compra a Guilherme Mario Salusse e sua mulher Mariana Salusse um terreno na Praça desta Vila para edificar a Matriz, terreno onde existe o Armazém com 120 palmos de frente e fundos até a rua de traz”. As obras demoraram 18 anos até a sua inauguração. O projeto da Igreja foi inspirado na Cúria Júlia de 44 a. C.. Em 1892, foi feita a Capela do Santíssimo Sacramento e, em 1899, a Capela de Sagrada Família Nazaré. Em 1900, houveram algumas reformas, destas destacam-se a colocação de uma cruz de mármore branco e da imagem de Jesus na fachada. A primeira reforma da igreja é datada de 26 de setembro de 1985, quando foi feito o retelhamento de toda a cobertura, embolso do reboco nas paredes e pintura das portas e janelas em tinta óleo e substituição dos vidros. O prédio foi tombado pelo INEPAC em 7 de janeiro de 1988. Hoje, a Matriz encontra-se inclinada para a direita devido ao terreno ser pantanoso.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: O local que hoje constitui o município de Nova Friburgo se estabeleceu em uma área indígena conhecida nos tempos do império como “sertão ocupado por várias nações dos índios brabos”. Os primeiros habitantes nativos da região eram povos das tribos Puri, Puri-Coroado e Guayacaz, que viviam em cabanas simples nas margens dos rios.

Os primeiros europeus que chegaram à região foram os portugueses, atraídos pelo cultivo do café, que se expandiu a partir de Cantagalo. Junto com eles, vieram os escravos africanos, que trabalhavam na lavoura e nos serviços caseiros. No atual distrito de Lumiar, em Benfica, e em São Pedro da Serra, há evidências culturais de quilombos formados por negros e suas famílias, foragidos das fazendas de Cantagalo e da Baixada Fluminense.

Em 1818, o Rei D. João VI, interessado em intensificar a colonização do interior do Brasil, baixou um decreto que autorizava o agente do Cantão de Friburgo, na Suíça, a estabelecer uma colônia de cem famílias na Fazenda do Morro Queimado, no Distrito de Cantagalo, no norte do Estado do Rio de Janeiro. A sede da colônia recem formada recebe o nome de Nova Friburgo, em função da procedência dos seus primeiros colonizadores. No final de 1919 e início de 1920, depois de uma longa e penosa viagem em que muitos morreram, os suíços começaram a chegar, depois de serem construídos os edifícios imprescindíveis à vida da colônia.

Após a proclamação da Independência, o governo imperial enviou o major George Antônio Scheffer à Alemanha para contratar mais imigrantes. Em maio de 1824, chegaram a Nova Friburgo 343 alemães protestantes, liderados pelo pastor Frederico Sauerbronn. O contingente que chegou ao município trouxe consigo a novidade do protestantismo para a região e um povoamento maior do que o até então existente. Assim, Nova Friburgo abrigou a primeira comunidade luterana do Brasil e a primeira Igreja Luterana da América Latina. Mais tarde, a região também recebeu imigrantes italianos e sírios, acentuando o progresso da localidade. Além dos portugueses, africanos, suíços, alemães, sírios e italianos, presentes na cidade, outros imigrantes chegavam do Japão, Espanha, Hungria, Áustria e Líbano. Nova Friburgo tornou-se assim a única cidade do país colonizada por dez nações.

Em 1870, com a inauguração da estrada de ferro Leopoldina Railway, que transportava o café de Cantagalo para o porto do Rio, surgiram estabelecimentos comerciais, hotéis, escolas – o Colégio Anchieta e o Colégio das Dorothéas – e indústrias do ramo da construção civil. Esses empreendimentos se transformaram no centro urbano da região, onde os barões do café tinham propriedades. No final do século 19, Nova Friburgo era o principal produtor de alimentos da região oriental do Vale do Paraíba do Sul. Em 1890, foi elevada à categoria de cidade.

Nos primeiros anos do século 20 – enquanto na região do entorno desmoronava a economia que havia se sustentado sobre o latifúndio escravista –, Nova Friburgo convivia com o crescimento comercial e urbano: já existiam alfaiatarias, sapatarias e outras oficinas do setor de vestuário e de fabricação de ferramentas, pequenas fábricas de cerveja e café, além de um próspero comércio ambulante. A cidade foi se afirmando também como um pólo de atração para pessoas em busca de melhores oportunidades, devido às condições adversas da vida no campo.

Em 1910, o presidente da República, Dr. Nilo Peçanha, inaugurou na cidade o Sanatório Naval, com a missão inicial de tratar as vítimas de beribéri, tuberculose e outras doenças. O clima frio era favorável para a recuperação dos convalescentes. O imóvel, hoje tombado pelo Patrimônio Histórico, também foi utilizado como campo de internação para tripulantes de navios alemães, aprisionados pelo governo brasileiro em vários portos durante a Primeira Guerra. A partir de então, a cidade passa a receber diversos visitantes em busca de tratamentos de saúde. Muitos deles, acabaram fixando residência na cidade.

Em 1935, o trem que passava pelas ruas da cidade, ao lado de automóveis e ônibus, ganhou a sua estação de passageiros, no prédio onde atualmente funciona a Prefeitura Municipal. Dois anos depois, a fábrica de Ferragens Hans Gaiser (Haga), em que o nome da empresa são as iniciais do proprietário, se instalou na cidade. Nova Friburgo se transformava em pólo industrial e comercial do Centro-Norte fluminense, atraindo moradores das cidades vizinhas, que enfrentavam um processo de esvaziamento.

Em 1960, o município contava com cerca de 70 mil habitantes. Crescia o êxodo rural: quase 80% da população vivia na área urbana. Ali se instalaram novas fábricas, principalmente no setor metalúrgico. No entanto, mesmo com o crescimento do setor de mecânica e metalurgia, ainda eram as fábricas têxteis (em maior número e poder econômico) que empregavam maior contingente de trabalhadores. Naquela década surgiram as primeiras iniciativas voltadas para o planejamento urbanístico da cidade e promovidas políticas de relações diretas com o governo da Suíça para consolidar a imagem de Nova Friburgo como “a Suíça Brasileira”. Destes contatos, resultaram iniciativas como a construção da Queijaria-Escola, em convênio estabelecido por meio da Associação Fribourg – Nova Friburgo; a produção de vasto material de pesquisa e propaganda sobre as raízes helvéticas do município e o estímulo para que os friburguenses buscassem informações sobre suas árvores genealógicas no Departamento da Pró-Memória da Prefeitura.

No início da década de 1980, o setor têxtil sofre uma forte crise e inúmeras indústrias fecham as suas portas. Deu-se aí, o surgimento de incontáveis micro-empresas atuando na confecção de moda íntima. A princípio, a falência das grandes indústrias poderia representar uma decadência econômica para Nova Friburgo, mas o empreendedorismo daqueles que perderam seus empregos reverteu a situação em favor do desenvolvimento regional.
Fonte: Prefeitura Municipal.

CONJUNTO:
Nova Friburgo – Conjunto

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