Ouro Preto – Capela de São José


Imagem: WMF

A Irmandade do Patriarca São José dos Bem-Casados foi formalmente constituída por provisão de 16 de fevereiro de 1730.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Capela de São José
Localização: Ouro Preto-MG
Número do Processo: 75-T-1938
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 244, de 08/09/1939
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.

Descrição: A Irmandade do Patriarca São José dos Bem-Casados foi formalmente constituída por provisão de 16 de fevereiro de 1730, na Matriz de Nossa Senhora do Pilar, tendo funcionado anteriormente na Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias. Mas, já em 1726, construía capela própria no bairro do Pilar, em local e consignado pela Câmara de Vila Rica. Por volta de 1744 os irmãos de São José cogitavam da construção de um novo templo, o que se verifica através de petição enviada a D. João V, solicitando confirmação do terreno concedido pela Câmara. O risco da Igreja foi encomendado em 1746, e tem autoria de Francisco Branco de Barros Barriga. As obras de arrematação foram contratadas com José Pereira dos Santos, mas parecem ter tido início efetivo em 1753, conforme a data do primeiro recibo a ele concedido.
Em 1761, foi concedida a bênção da igreja, data também da visita canônica, supondo-se que as obras deviam então estar bem adiantadas já que a visita veio atender um pedido antigo da Irmandade. Como indica o último recibo concedido a José Pereira dos Santos, a nave foi concluída por volta de 1759, iniciando-se no ano seguinte a construção da capela-mor, arrematada por Antônio Rodrigues Falcato, cujas obras se estenderiam até 1764. Em 1772, Aleijadinho foi contratado pela Irmandade para executar os riscos da torre, que não chegou a ser executado, e o risco do retábulo da capela-mor, cuja obra de talha foi realizada por Lourenço Rodrigues de Sousa entre 1775 e 1778. Finalmente foi contratada a pintura do forro da capela-mor, obra de Manuel Ribeiro Rosa, executada no período 1779-1783 e remonta em princípios deste século.
O medalhão central emoldurado em quadro móvel foi doado a D.Helvécio Gomes de Oliveira, arcebispo de Mariana e encontra-se numa das salas do Seminário Maior da Arquidiocese. O frontispício atual é uma construção de princípios do século XIX, iniciada em 1810 por Miguel Moreira e concluída no período 1828-1829 por José Veloso Carmo e segundo parece, obedeceu ao risco executado em 1801 por João Machado de Sousa e não ao risco do Aleijadinho de 1772. Em reunião da mesa da Irmandade, em 21 de setembro de 1799, ficou decidido dotar a fachada de São José de uma única torre central, o que acarretou modificações no projeto original que previa a construção de duas torres.
A Igreja de São José passou por sucessivas obras de conservação no decorrer do século XIX, que consistiram, entre outros serviços, no reparo do adro, telhado, pintura do corpo da capela, ampliação do cemitério, como ainda douramento e pintura da capela-mor em 1885, por Ângelo Clerici. Em 1954, serviços empreendidos pelo IPHAN compreenderam revisão completa do telhado, consertos generalizados, limpeza, pinturas gerais, retirada de goteiras e escoramento da tesoura junto à torre.
A Igreja de São José filia-se ao partido adotado pela arquitetura religiosa mineira na segunda metade do século XVIII, dividido em nave, capela-mor e sacristia, com acesso pelos corredores ao longo da capela-mor. Sua originalidade reside na torre única, a qual emerge do terraço que a circunda, situado ao nível do segundo pavimento, inaugurando um partido absolutamente singular entre os frontispícios das construções religiosas do período. No frontispício, a cimalha, à altura do segundo pavimento, parece ter sido modificada, uma vez que não inclui as mesmas molduras apuradas da fachada lateral. Quanto à torre, observa-se com visível nitidez a diversidade de tratamento empregado a partir do nível do coro, o que vem comprovar as sucessivas etapas de construção. Neste, as pilastras que os suportam são de massa, e desse nível para cima em cantaria. Embora suas formas e proporções se ressintam de algumas falhas, Paulo F. Santos considera a fachada da Igreja de São José, com seu terraço arredondado, ornado de bela balaustrada de pedra-sabão e sua graciosa torre arrematada por pirâmides, como uma das mais significativas de Ouro Preto.
No que se refere ao campo da talha, cabe destacar a participação de Aleijadinho na execução do risco do altar-mor em 1772, registrando sua importância como primeira obra documentada do Mestre nesse campo. A obra é simples, porém bem ordenada, tendo o artista utilizado o risco do tipo “romano” da época de D. Pedro II, ao apresentar de perfil o arco de enquadramento do altar. Ele reforça esse arco com duas chaves salientes diagonais, e realça a sua delimitação através de dois ornamentos concheados e duas figuras de anjos dispostos nas empostas do mesmo. Duas colunas retas externas conferem maior rigidez ao conjunto, que é amenizada, entretanto, pelos quartelões colocados no vão da tribuna. A ornamentação dispensa os elementos antropomorfos, reduzindo a figuração ao elemento iconográfico (os dois anjos).
Fonte: Iphan.

FOTOS:

PANORAMA 360 GRAUS

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