Ouro Preto – Capela do Bom Jesus das Flores


Imagem: Google Street View

A Capela do Bom Jesus das Flores, em Ouro Preto-MG, foi tombada por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Capela do Bom Jesus das Flores
Outros Nomes: Capela do Bom Jesus das Flores do Taquaral; Capela do Taquaral
Localização: Taquaral, freguesia de Antônio Dias – Ouro Preto – MG
Número do Processo: 75-T-1938
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 253, de 08/09/1939
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.

Descrição: No processo de formação de Vila Rica são de extrema importância os primeiros povoados, formados nos vales e morros, nos últimos anos do século XVIII, através de mineradores e comerciantes em busca do ouro na região. O grande sentimento religioso desses povoadores fez surgir, em torno de cada povoação, pequenas capelas cuja conclusão só seria realizada muito mais tarde. Conforme referência do historiador cônego Raimundo Trindade, a capela de Nossa Senhora do Pilar, no Taquaral, freguesia de Antônio Dias, como era chamada, foi erigida a pedido dos moradores, por provisão de 28 de outubro de 1748, tendo sua benção se realizado a dois de novembro do ano seguinte. A mudança da invocação para Bom Jesus das Flores, deu-se em época posterior ao ano de 1855, tendo em vista o Relatório do presidente da Província daquele ano, no qual a edificação ainda figura sob a invocação de Nossa Senhora do Pilar do Taquaral. Diante da lacuna na documentação, não se sabe a autoria do projeto e a quem coube a responsabilidade da execução. No entanto, o ano de 1748 pode ser considerado como data provável para o início das obras, uma vez que a capela foi erigida canonicamente naquele ano, conforme acima mencionado.
A edificação original, estruturada possivelmente em taipa e madeira, posteriormente substituída por alvenaria de pedra, apresenta planta em partido tradicional, composta de nave, capela-mor e sacristia. O frontispício, isento de frontão, inclui duas sineiras sobre os cunhais e duas janelas de coro com balaústres de madeira, partido também adotado na capela de Nossa Senhora da Piedade do Morro de Ouro Preto.
Internamente, a capela apresenta três altares em talha simples, sob a invocação do Senhor Bom Jesus (altar-mor), Nossa Senhora das Dores e Santo Antônio (colaterais). São esses altares colaterais muito interessantes, pois conservam restos da policromia original, provavelmente da segunda metade do século XVIII. As imagens do Senhor Bom Jesus, Sant`Ana, Nossa Senhora das Dores e de Santo Antônio, todas também do século XVIII, acham-se atualmente no Museu do Aleijadinho da Matriz de Antônio Dias. A ornamentação se complementa com o significativo conjunto formado pelos forros, arco-cruzeiro e púlpito.
Merecem destaque os dois forros da nave e capela-mor, executados, provavelmente no século XVIII, de autoria desconhecida. Esses forros encontravam-se repintados desde 1930, supondo-se que a autoria da repintura seja do pintor Geraldo Lemos. As pinturas dos forros contam com as invocações das duas freguesias de Ouro Preto, a de Nossa Senhora do Pilar e a de Nossa Senhora da Conceição.
Em 1977, a Capela do Taquaral passou por obras de restauração, realizadas pela Prefeitura Municipal de Ouro Preto, ocasião em que se identificou a presença de outra pintura sobre a original do forro da nave. Procedeu-se assim a remoção da camada de repintura, e imunização das tábuas contra insetos e umidade. Em 1979, foram reiniciados pelo IEPHA/MG os trabalhos de restauração. As tábuas do forro da nave foram retocadas e remontadas, mantendo, todavia, sua concepção original, com a representação de Nossa Senhora da Conceição pisando o dragão. O forro da capela-mor apresentava o mesmo tipo de problema, estando repintado sob a invocação de Cristo Crucificado e, por baixo, na pintura original, Nossa Senhora do Pilar. Os trabalhos consistiram na consolidação do suporte, colagem de rachaduras, recomposição de cores, montagem das tábuas do forro e o amassamento de frestas. Trata-se de um dos mais interessantes e bem sucedidos trabalhos de restauração de elementos artísticos realizados em Minas Gerais.
Fonte: Iphan.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Carla Mabel Santos Paula
Patrimônio de Influência Portuguesa


Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *