Ouro Preto – Fazenda São José do Manso


Imagem: Iepha

A Fazenda São José do Manso, no Parque Estadual do Itacolomi, é um exemplar arquitetônico de influência paulista identificado como Bandeirista.

IEPHA – Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico
Nome atribuído: Fazenda São José do Manso
Localização: Ouro Preto-MG
Resolução de Tombamento: 22/09/1998
Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico
Livro do Tombo de Belas Artes
Livro do Tombo Histórico, das Obras de Arte Históricas e dos Documentos Paleográficos ou Bibliográficos
Uso Atual: Museu Lavras Novas

Descrição: Localizada no Parque Estadual do Itacolomi distante a cerca de 6 km de Ouro Preto, a casa é um exemplar arquitetônico de influência paulista identificado como Bandeirista. Foi construída com emprego de alvenaria de pedra, mantendo a forma e caráter de construção rural. O perímetro de tombamento envolve os seguintes bens: casa-sede e seus muros de pedra, o chafariz e parte do córrego do Manso. A casa da antiga Fazenda remonta ao início do século XVIII e foi construída por Domingos da Silva Bueno. Mais tarde pertenceu a Manoel Manso da Costa com a denominação de Fazenda da Vargem da Olaria. Com o tempo, a propriedade passou a ser conhecida como Fazenda do Manso.
Fonte: Iepha.

Descrição: A Fazenda São José do Manso está localizada no Parque Estadual do Itacolomi e dista cerca de 6 km de Ouro Preto. A antiga sede da fazenda está localizada em um vale de rara beleza paisagística, em cujo entorno conformam-se encostas cobertas por vegetação diversa, cursos d’água, grutas e espécies de animais em extinção. A casa é um raro testemunho da influência paulista na arquitetura rural mineira, juntamente com outros dois exemplares – a Casa de Amarantina e a Fazenda da Pedra em Cristiano Otoni. Esse tipo de construção, identificado como modelo Bandeirista, possui uso de habitação familiar, cujas características básicas são: volume retangular erguido sobre plataforma natural ou construída; cobertura em quatro águas com telhas de capa e canal, e na fachada principal uma varanda entalada entre a capela de um lado e o quarto de hóspedes do outro. O quarto de hóspedes dá acesso apenas para a varanda não se comunicando internamente com as demais dependências. Na casa do Manso, esse quarto pode ter tido outras funções como depósito, quarto de arreios, oficina de trabalho, etc. A sede do Manso difere-se dos modelos construídos em São Paulo pelo emprego da alvenaria de pedra em sua técnica construtiva no lugar da taipa de pilão.
Comenta Melo Franco (1988), que esse modelo largamente usado durante o século XVII nos arredores da vila de São Paulo tem, segundo estudiosos da arquitetura paulista, procedência palladiana. Nas Minas do século XVIII, esse modelo sofreu adaptações e soluções individualizadas, condicionadas aos aspectos histórico-sociais e reinterpretada nos aspectos técnico-construtivos, mantendo, no entanto, a forma e seu caráter de construção rural (inexistindo nos meios urbanos).
Na fazenda do Manso, a casa foi construída com suas paredes externas em pedra, e as internas, hoje inexistentes, teriam sido em pau-a-pique. Seu baldrame, também em pedra, é construído de forma a criar uma plataforma de nivelamento do terreno natural, característica condicionante dessa tipologia que, nesse caso, resultou em um porão nos fundos da casa, no quadrante oeste. Em sua fachada principal, a proporção tende à horizontalidade, definida pelo vazio da varanda, que, além da pouca altura, recebia forração de esteira, e pelos corpos laterais fechados. A boa proporção de seus elementos ameniza a grandiosidade do volume. Essa monumentalidade presente também em seu interior era quebrada pela complexidade da planta (com uma área de aproximadamente 440m²) e pela presença de forro que configurava um sótão em todo o perímetro do telhado.
O perímetro de tombamento da antiga Fazenda do Manso envolve a casa-sede e seus muros de pedra, o chafariz e parte do córrego do Manso que estão dentro de uma via perimetral de terra batida que circunda a área contígua
à Casa Bandeirista.
A história sobre a Casa Grande do Manso remonta ao início do século XVIII e mostra-se controversa ou incompleta,
segundo pesquisas contratadas pelo IEF – Instituto Estadual de Florestas. De acordo com o historiador Tarquínio José Barbosa de Oliveira, que foi o último proprietário da fazenda antes de sua aquisição pelo IEF, a casa foi construída por Domingos da Silva Bueno, 2º Guarda-Mor do Distrito das Minas Gerais, entre os anos de 1706 e 1708, para cobrança dos quintos, vigilância e defesa do acesso às minas do Ouro Preto, guardando ainda os acessos do Sertão dos Cataguases. O historiador identifica a casa como sendo o primeiro edifício público da história de Minas.
Porém, não é possível afirmar que a casa erguida pelo Guarda-Mor seja a casa hoje existente. É possível que uma primeira construção, de feitura mais simples, tenha sido erguida no mesmo local ou em local próximo e posteriormente tenha sido substituída pela atual construção.
Documentos encontrados nessa pesquisa permitiram traçar, embora com algumas lacunas, a história de seus sucessivos proprietários ao longo dos anos.
A fazenda foi arrematada em 1772, pelo sargento-mor Manoel Manso da Costa Reis sendo, nessa época, conhecida
como Fazenda da Vargem da Olaria, passando então a ser tratada como Fazenda do Manso. Mais tarde, seu filho Valeriano Manso da Costa Reis assume a fazenda. Por essa época, aí funcionou uma olaria que fabricava telhas e tijolos que eram comercializados.
Em 1856 – o Registro Paroquial de Terras da freguesia de Nossa Senhora do Pillar de Ouro Preto, informa ser a fazenda de propriedade de José Bento Soares, permanecendo com seus sucessores por vários anos. Enquanto pertenceu aos Soares, a propriedade foi hipotecada à Fazenda Provincial de Minas Geraes, tendo sido resgatada pelos mesmos Soares.
Nesse período existiu aí uma fábrica de ferro, havendo documentos que citam o capitão José Bento Soares como
proprietário de uma fábrica de ferro no Manso (Almanack administrativo civil e industrial da Província de Minas Geraes para o anno de 1864, citado por TERRA).
De 1909 até 1931 a história do Manso permanece incompleta. Sabe-se que foi vendida a Francisco Diogo de
Vasconcelos, mas não foi possível precisar quando se teria dado tal fato. Tem-se notícias que a única atividade existente na fazenda, por esta época, era a exploração do carvão.
Em 1932 a fazenda foi adquirida por José de Salles Andrade. Com esse proprietário, o Manso prosperou, cultivando-se aí o chá da Índia. A produção do chá, que recebeu o nome de EDELWEISS, desenvolveu-se principalmente no início da década de 1930 e persistiu até fins dos anos 50, sendo sua produção exportada em especial para a Alemanha.
Fonte: Iepha.

Descrição: No Parque, a Fazenda São José do Manso é um exemplar da arquitetura colonial deixado pelos bandeirantes em Minas. A Fazenda é tombada pelo IEPHA. Restaurada, a antiga sede da fazenda, a Casa do Bandeirista, é o Centro de Visitantes do Parque foi construída entre 1706 e 1708 e é uma das três amostras da arquitetura paulista em Minas Gerais, considerada por especialistas o primeiro prédio público do Estado, pois servia para cobrança de impostos e vigilância das minas. Foi tombada em 1998.
A Fazenda do Manso foi um pólo produtor de chá na primeira metade do século 20. O Museu do Chá abriga o maquinário alemão usado no beneficiamento do chá colhido nas lavouras da fazenda.
Fonte: IEF.

FOTOS:

PANORAMA 360 GRAUS

MAIS INFORMAÇÕES:
Iepha
Iepha – Guia vol.2 – p. 93-96
IEF


1 comments

  1. Fernando Vasconcelos |

    Boa tarde, meu bisavô foi proprietário desta fazenda em 1909 à 1931.Dr Francisco Diogo de Vasconcelos, tem foto de meu avô je bisavô juntos.História pode ser completa da fazenda Nanso.

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