Ouro Preto – Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Perdões


Imagem: Iphan

A Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Perdões, em Ouro Preto-MG, foi tombada por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Perdões
Localização: Rua das Mercês – Ouro Preto – MG
Número do Processo: 75-T-1938
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 242, de 08/09/1939
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.

Descrição: A primitiva capela do Bom Jesus dos Perdões foi edificada no ano de 1742, pelo padre José Fernandes Leite, que nela exerceu as funções de capelão e administrador, até o ano de 1760, segundo informações de cônego Raimundo Trindade. A partir desta data, a capela foi doada à Irmandade de Nossa Senhora das Mercês, advindo daí a denominação de Capela de Nossa Senhora das Mercês e do Bom Jesus dos Perdões, mais tarde simplificada para Capela de Nossa Senhora das Mercês e Perdões. A Irmandade de Nossa Senhora das Mercês existia desde 1743, quando foi fundada na Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, mas sua elevação à dignidade de Ordem Terceira data de 1823. Já a Irmandade das Mercês do bairro de Ouro Preto, só se tornou Ordem Terceira em 1837.
Com a transferência da Irmandade de Nossa Senhora das Mercês da Matriz de Antônio Dias para a Capela do Bom Jesus dos Perdões, realizou-se uma série de consertos para adaptação da velha capela às sua novas funções, cujas obras parecem datar de 1769-1772. Desta forma, foi encomendado a Antônio Francisco Lisboa, autor do projeto da igreja vizinha de São Francisco de Assis, o risco para a nova capela-mor, em 1775. Em 1777, as obras foram arrematadas por Amaro José Nunes, sob a supervisão de Antônio Francisco Lisboa, que executou também, para esta igreja, as imagens de roca de São Pedro Nolasco e São Raimundo Nonato.
Em princípios do século XIX, a edificação sofreu mudanças radicais, incluindo a substituição das paredes de taipa por alvenaria de pedra, mas estas reformas não abrangeram a construção das torres da fachada. Na ocasião, foi construída provisoriamente uma única torre em taipa, do lado direito, para as necessidades do culto. A segunda torre foi construída na segunda metade do século, através de verbas do Governo Provincial. A data de 1872, inscrita no portão de ferro do cemitério, construído nos mesmos moldes dos de São Francisco de Assis e Carmo, parece indicar a sua conclusão.
À época de seu tombamento em 1939, o IPHAN empreendeu uma restauração geral na edificação, que incluiu a substituição de todo o encaibramento do telhado e de algumas peças na parte do Arco-cruzeiro e Sacristia, além de caiação e pintura externa. Outras pequenas obras foram realizadas no decorrer do deste século, com vistas à sua conservação.
A fisionomia atual da igreja de Nossa Senhora das Mercês muito se difere da primitiva construção do século XVIII. A reedificação do século XIX, além da substituição da taipa por alvenaria de pedra e construção de um novo frontispício, implicou em total reformulação do jogo de volumes, pela mudança de orientação do edifício. Seu aspecto hoje se assemelha ao da Matriz de Antônio Dias, mas em termos de planta apresenta uma diferença significativa, que é a ausência de corredores laterais ao longo da nave.
Uma curiosidade à parte, são as pinturas simulando janelas com almofadas e bandeiras, nas paredes laterais desta igreja, cuja origem poderia estar ligada à mudança de orientação do edifício, verificada em princípios do século XIX. No que se refere aos trabalhos de talha, os quatro altares laterais, sob a invocação de Santa Catarina, Santo Antão, São Lourenço e Nossa Senhora da Saúde, seriam procedentes de uma igreja incendiada em Rio das Pedras, sabendo-se que o altar-mor data de 1890.
A Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Perdões conserva em seu interior um rico acervo de imaginária, merecendo destacar as três peças atribuídas ao Aleijadinho: São Pedro Nolasco, imagem de roca, do altar-mor; São Raimundo Nonato e um crucifixo, cuja imagem foi atribuída ao Aleijadinho e segundo Germain Bazin, deve ser situada em período anterior ao dos Cristos de Congonhas.
Fonte: Iphan.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Patrimônio de Influência Portuguesa
Wikipedia


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