Ouro Preto – Igreja do Bom Jesus do Matozinhos


Imagem: Iphan

Em 1771, os moradores de Passa Dez obtiveram licença da Mesa Capitular do Bispado de Mariana para erigir a Igreja do Bom Jesus do Matozinhos.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja do Bom Jesus do Matozinhos
Outros Nomes: Igreja de São Miguel e Almas
Localização: R. Alvarenga, s/n – Cabeças – Ouro Preto-MG
Número do Processo: 75-T-1938
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 245, de 08/09/1939
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.

Descrição: A confraria responsável pela edificação da Igreja do Bom Jesus das Cabeças tem a particularidade de reunir as invocações dos Santíssimos Corações de Jesus, Maria e José, Bom Jesus de Matozinhos e São Miguel e Almas, nada se sabendo, entretanto, sobre a sua formação. Em 1771, os moradores de Passa Dez obtiveram licença da Mesa Capitular do Bispado de Mariana para erigir uma capela sob a invocação do Santíssimo Coração de Jesus e São Miguel e Almas. As obras foram iniciadas no mesmo ano e em 1778 encontravam-se bastante adiantadas, quando se ajustou com o Mestre Pedro Francisco Rodrigues Lajes, a edificação do frontispício, que incluía, entre outras obras, a confecção do óculo, janelas e cruz. Em 1783, foi feito novo contrato com o pedreiro Pedro Miguel Moreira Gomes para a obra das torres, que permaneceu no canteiro de obras até 1793, responsabilizando-se também pela edificação da sacristia e calçadas de pedra. Assim, em 1793 a igreja estava praticamente concluída. Durante o século XIX, a edificação foi contemplada com sucessivos auxílios para obras, como indicam os Relatórios do Presidente da Província relativos aos anos de 1855, 1874 e 1879. Já no século XX, sabe-se somente que a igreja estava incluída no Plano de Obras do IPHAN para o ano de 1954.
Embora construída em fins do século XVIII, a Igreja do Bom Jesus de Matozinhos das Cabeças assemelha-se às construções religiosas da primeira metade do século, sobretudo no que diz respeito à fachada, que pertence ao tipo clássico, caracterizado pelo corpo central coroado por rígido frontão triangular, encaixado entre duas torres de secção quadrada e elevação moderada.
A planta segue o partido tradicional das igrejas da segunda metade do século, com divisão em nave, capela-mor e sacristia, colocada transversalmente no fundo do edifício, com acesso franqueado por corredores ao longo das paredes da nave. A execução da portada é atribuída ao Aleijadinho, embora não existam elementos documentais que comprovem a autoria. Em 1778, foi preparada a pedra talhada para as esculturas, que devem datar aproximadamente deste período. Para Germain Bazin, as características do Mestre são evidentes nessa obra, particularmente o buquê de três cabeças de querubins arrematando o arco, idêntico ao de São Francisco, de Ouro Preto e ao de São Francisco, de São João del Rei. Assinala ainda Bazin, tratar-se esta portada de obra híbrida, realizada em duas etapas, visto que a concepção arcaica da mesma, centrada na ideia de um nicho com estátua, parece ser obra anterior.
Quanto ao seu interior, a decoração é extremamente simples, nada apresentando de particular interesse no que diz respeito à talha. Merecem referência especial a imagem do Senhor do Sepulcro e duas pinturas de Manuel da Costa Athaíde (Ceia e Crucificação) nos corredores laterais. A iconografia é bastante complexa, reunindo as três invocações da Igreja: São Miguel e Almas, Sagrados Corações e Bom Jesus de Matozinhos, esta, representada pelo pelicano, emblema do sacrifício da Paixão.
Fonte: Iphan.

FOTOS:

PANORAMA 360 GRAUS

MAIS INFORMAÇÕES:
Patrimônio de Influência Portuguesa


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