Ouro Preto – Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré


Imagem: Google Street View

Sabe-se que a construção da Matriz de Nossa Senhora de Nazaré data da primeira metade do século XVIII, sendo um dos mais antigos templos de Minas Gerais.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré
Localização: Distrito de Cachoeira do Campo – Ouro Preto – MG
Número do Processo: 403-T-
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 327, de 29/11/1949

Descrição: Conforme indica o historiador cônego Raimundo Trindade, a freguesia foi instituída por provisão episcopal em 1710, sendo elevada à categoria de colativa pelo alvará de 16 de fevereiro de 1724. Sabe-se que a construção da Matriz de Nossa Senhora de Nazaré data da primeira metade do século XVIII, sendo um dos mais antigos templos de Minas Gerais. A edificação é em alvenaria de pedra e apresenta partido retangular. A planta se desenvolve em nave, capela-mor, capela na lateral direita, sacristia e cômodos na lateral esquerda. Possui escada externa de acesso ao coro, em pedra. Na segunda metade do século XIX houve um acréscimo, com construção da Capela do Santíssimo na lateral esquerda.
O frontispício original, ameaçando ruir em 1849, foi substituído por outro, em 1860, de aspecto simplificado, principalmente em relação ao suntuoso interior da Matriz. O frontispício é liso, prolongando-se em frontão, que termina em cruz sobre pedestal. Apresenta duas torres laterais de seção quadrada, salientes do corpo da igreja, que se elevam acima do frontão. A porta é larga, encimada por arco abatido, ladeada por duas sacadas dispostas um pouco acima. Entre as sacadas, em posição mais elevada, óculo cruciforme envidraçado. Em frente à porta principal, existe um cruzeiro de pedra. Internamente, a harmonia e a suntuosidade se expressam na beleza e raridade do conjunto de retábulos de transição do estilo nacional português para o joanino.
Em 1726, foi contratado pela Irmandade do Santíssimo Sacramento o entalhador Manoel Ferreira de Matos para a execução de um dos retábulos, supondo-se tratar do retábulo do altar-mor, visto ser o que mais corresponde estilisticamente à data acima mencionada, em virtude da maior presença de elementos do nacional-português do que o restante dos retábulos. O retábulo-mor é característico da transição do estilo nacional português para o estilo joanino, trazendo uma talha de maior relevo, com a inclusão de elementos antropomorfos. Apresenta decoração profusa em folhas de parreira, cachos de uva, folhas de acanto, fênix, cariátides, querubins e carrancas. Este retábulo diferencia-se dos demais por apresentar, em algumas partes, a talha vazada. Todo confeccionado em madeira, é pintado a óleo, além de ser quase totalmente dourado. Os retábulos laterais inserem-se estilisticamente na transição do nacional português para o joanino (primeira metade do século XVIII), desconhecendo-se a autoria do risco e do responsável pela execução dos mesmos, tendo sido confeccionados mais ao gosto escultórico que arquitetônico. Os retábulos colaterais, filiados ao mesmo estilo, possuem pintura a óleo, com presença de douramento em quase toda a sua extensão.
O forro da capela-mor, abobadado, manifesta pintura decorativa de grande valor artístico,tendo como tema central a Coroação da Virgem. Esta pintura é de autoria do pintor português Antônio Rodrigues Belo, mas encontra-se hoje bastante descaracterizada, em virtude de diversas repinturas. As paredes da capela-mor são revestidas por oito painéis ladeados por colunas salomônicas, com capitéis compósitos, que sustentam cimalha na parte superior. Quatro desses painéis representam os evangelistas, dois dos outro quatro referem-se à infância de Jesus, enquanto que os dois restantes apresentam pintura decorativa em motivos vegetais. Esta pintura, também de autoria de Antônio Rodrigues Belo, data do ano de 1755.
O forro da nave, de abóbada facetada e artesoado, mostra no painel central a representação da Circunscrição, enquanto que os outros painéis, apresentam os ícones da ladainha de Nossa Senhora. Este forro, cuja autoria se desconhece, apresenta características da primeira metade do século XVIII. O forro da sacristia e do átrio também são artesoados e apresentam pintura decorativa. O arco-cruzeiro apresenta talha com tratamento espiralado, seguindo os padrões utilizados nos retábulos. Os púlpitos localizam-se no meio da nave e são em madeira policromada, podendo-se supor, pelas suas características, que foram executados no final do século XVIII ou início do XIX.. A balaustrada do coro é em madeira torneada em cor escura.
Texto extraído de: IEPHA/MG. Projeto de restauração da Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré.1982.
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.
Fonte: Iphan.

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Fonte: Comunicação Social.

MAIS INFORMAÇÕES:
Patrimônio Espiritual
Patrimônio de Influência Portuguesa


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