Paraty – Conjunto Arquitetônico e Paisagístico


Imagem: Secretaria de Estado de Cultura

A geometria simples da composição urbana do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico de Paraty-RJ é realçada por uma arquitetura que utiliza grandes planos cegos de alvenaria.

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
Nome atribuído:
Paraty e Ilha Grande — Cultura e Biodiversidade
Localização: Paraty-RJ
Número do Processo: 563-T-1957
Lista do Patrimônio Mundial Misto

Descrição: Região engloba o Parque Nacional da Serra da Bocaina, o Parque Estadual da Ilha Grande, a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, a Área de Proteção Ambiental de Cairuçu e o Centro Histórico de Paraty e Morro da Vila Velha.
[…]
A área de abrangência do novo patrimônio brasileiro envolve porções territoriais de oito municípios dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, sendo que a maior parte da área núcleo está em Paraty e Angra dos Reis. A região engloba o Parque Nacional da Serra da Bocaina, o Parque Estadual da Ilha Grande, a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, a Área de Proteção Ambiental de Cairuçu e o Centro Histórico de Paraty e Morro da Vila Velha.
Fonte: Unesco.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Município de Paraty (nome original: Conjunto arquitetônico e paisagístico da cidade de Paraty e, separadamente, o edifício da Santa Casa)
Localização: Paraty-RJ
Número do Processo: 563-T-1957
Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: Inscr. nº 17, de 13/02/1958 e 01/03/1974
Observações: Em 01/03/1974, foi inscrito sob o nº 510, o Município de Parati, inscrição esta que também inclui o Conjunto arquitetônico e paisagístico da Cidade de Paraty.

Descrição: A trama viária da cidade de Paraty revela um traçado urbano, em xadrez, que deve ser considerado como referências os pontos cardeais resultando “ruas direitas encruzadas retamente”, em pitoresca descrição de cronista do século XIX, com sete ruas correndo do nascente para o poente e seis do norte para o sul. Não se sabe se o arqueamento, observado principalmente nas ruas que correm do norte para o sul, foi resultado da necessidade de aproveitar a declividade natural do terreno para facilitar o escoamento das águas pluviais, ou se decorreu da tentativa de englobar, num mesmo traçado urbanístico, edificações já existentes e que não obedeciam exatamente ao mesmo alinhamento. É fora de dúvida entretanto que, a partir de então, as edificações ficaram sujeitas a licença prévia dos oficiais da câmara.
O caráter da vila ficou perfeitamente expresso na extraordinária impressão de densidade proporcionada pela construções, alinhadas umas encostadas às outras, formando massa edificada compacta que envolve inteiramente os quarteirões e lhes empresta monumentalidade, apesar das limitadas dimensões. Sem contar o largo da matriz, centro cívico colonial onde se grupavam os poderes temporais e espirituais, nenhum outro largo ou vazio significativo marca a paisagem urbana, que é formada pelo entrecortar de ruas mais ou menos estreitas, em que predominam casas térreas ou assobradadas dos prédios comerciais ou misto (residencial).
O ritmo característico das envasaduras dos prédios comerciais é aqui e ali amenizado, ou mesmo interrompido, pelo aparecimento de um prédio residencial, térreo ou assobradado, ou de longo muro que envolve ou fecha os quintais. As edificações para uso exclusivamente residencial destacam-se, às vezes, pelo uso de materiais mais nobres e brasões. Com exceção dos largos, não existia arborização nas ruas de Paraty. A vila se afirmava frente à imensa mata que a circundava, admitindo árvores apenas quando enclausuradas, no fundo de seus quintais. A vila de Paraty, apesar de diminuta, impôs-se assim ao imenso cenário constituído pela paisagem serrana que a envolve, e que parece apenas emoldura-la, estabelecendo uma escala de relacionamento que a ambas valoriza e que marca definitivamente o caráter do sítio.
A geometria simples de sua composição urbana é realçada por uma arquitetura que utiliza grandes planos cegos de alvenaria, simplesmente rebocados e caiados, ou alternâncias de cheios e vazios que imprimem na paisagem natural, envolvente o ritmo característico da ação humana. As filigranas decorativas, de meados do século XIX, são percebidas apenas quando, com a proximidade, o observador se torna íntimo da vila. O vocabulário arquitetônico dominante em Paraty é característico da Segunda metade do século XVIII e primeiras décadas do XIX. Alguns prédios, pela robustez e simplicidade de tratamento, são muito provavelmente, remanescentes da primeiras décadas do século XVIII. Na realidade, tais características poderiam indicar também sobrevivências de finais do XVII. No entanto, toda documentação consultada indica como pouco provável a persistência em Paraty de exemplares do século XVII, mesmo que desfigurados.
Entre as principais construções do conjunto podemos destacar: as igrejas de Santa Rita, Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora das Dores e a Matriz de Nossa Senhora dos Remédios; o Forte Defensor Perpétuo; a Santa Casa de Misericórdia; casa na esquina das ruas Dona Geralda com Samuel Costa; sobrados existentes na Rua Dr. Pereira, esquina da Rua Comendador José Luís; sobrado à Rua Tenente Francisco Antônio, com telhões de Louça no beiral.
Fonte: Iphan.

Descrição: Critério V — Ser um excelente exemplo de assentamento humano tradicional, uso da terra ou uso do mar que é representativo de uma cultura (ou culturas) ou interação humana com o meio ambiente, especialmente quando ele se torna vulnerável devido ao impacto de mudanças irreversíveis.
Segundo a candidatura, o quinto critério é observado fortemente no sítio, pois grupos humanos, em diferentes momentos históricos de Paraty, viveram ao lado da paisagem exuberante e exploraram os recursos naturais, terrestres e aquáticos, formando uma interação entre a cultura e a natureza. As comunidades tradicionais de Paraty baseiam suas atividades na utilização da terra e do mar, sendo a pesca artesanal uma atividade intensa, especialmente nas comunidades caiçara e em torno do centro histórico. Ainda nos dias de hoje, paralelamente aos processos de pesca com embarcações modernas e motorizadas, existem práticas e instrumentos tradicionais herdados das culturas indígena, africana e europeia, que são utilizados pelas comunidades tradicionais.
Fonte: Unesco.

Descrição: Critério X – Conter os habitats naturais importantes e significativos para a conservação in situ da diversidade biológica, incluindo aqueles que possuem espécies ameaçadas de valor universal do ponto de vista científico ou de conservação.
O sítio misto está localizado em um dos centros endêmicos da Mata Atlântica e representa uma das áreas de maior diversidade biológica para este local. A biodiversidade acentuada reconhecida nesta área deve-se a fatores históricos e evolutivos associados a fatores geográficos, que criaram uma diversidade única de paisagens com um conjunto de altas montanhas e forte variação altitudinal, onde seus ecossistemas ocupam áreas desde o nível do mar até cerca de 2 mil metros de altura. Esta seção da Mata Atlântica representa a maior riqueza de endemismo para plantas vasculares ao longo deste local e também apresenta 57% do total de aves endêmicas da região, o maior percentual encontrado entre as áreas mais importantes para a conservação de aves identificadas na Mata Atlântica.
Fonte: Unesco.

CENTRO HISTÓRICO EM REALIDADE VIRTUAL:

Notas Sobre Realidade Virtual
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Fonte: Iphan/RJ.

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