Pau dos Ferros – Centro Cultural Joaquim Correia


Imagem: Marcos Elias de Oliveira Júnior

O Centro Cultural Joaquim Correia, em Pau dos Ferros, foi tombado pela Fundação José Augusto por sua importância cultural para o Estado do Rio Grande do Norte.

Governo do Rio Grande do Norte
FJA – Fundação José Augusto
Nome Atribuído: Centro Cultural Joaquim Correia
Localização: Pau dos Ferros-RN
Data de Tombamento: 06/09/2006

Descrição: Essa investigação histórica focaliza o Grupo Escolar Joaquim Correia localizado no município de Pau dos Ferros, atentando para a história e a memória dessa instituição. Os fragmentos de memória, as sensibilidades, os guardados materiais como cadernos escolares, livros e manuais didáticos, fotografias e outros elementos serão vestígios à nossa investigação que se alicerça metodologicamente nas formulações teóricas de João Barroso (2004) acerca de cultura escolar e de cultura de escola, por considerar as interrelações entre organização societária, escola e escolarização. De forma específica, nesse trabalho perscrutamos fragmentos de história e memória na produção historiográfica local, notadamente Fernandes (2007) e Barreto (1987).
Cada escola possui um conjunto de fatores organizacionais e processos sociais específicos que relativizam a cultura escolar. Assim, a cultura da escola é a expressão da maleabilidade organizativa que resulta do jogo dos atores na definição das suas estratégias e sistemas de ação concreta. (BARROSO, 2004). Desta maneira, pode-se dizer que a cultura escolar e a cultura de escola envolvem um entendimento amplo de cultura, mas de forma estrita voltada às culturas de grupo e do cotidiano. Sendo assim, é necessário analisar que redes institucionais circunscrevem e que relações de poder recortam, delimitam e caracterizam os lugares institucionais e as memórias educacionais.
Pela perspectiva da história cultural emergem novos objetos no seio das questões históricas. Dentre estes as instituições escolares, as práticas pedagógicas e as modalidades de funcionamento escolar. Nessa perspectiva, a escola é entendida enquanto produto de práticas educacionais e sociais e, deste modo, ela torna-se dentro da perspectiva da história cultural objeto de investigação. (CHARTIER, 1990, p. 78).
Nesse campo de história cultural, objetos, temas e problemas de pesquisa são analisados por interpretações diferenciadas no que concerne ao entendimento de cultura escolar e cultura de escola. O historiador português João Barroso (2004) ensaia uma distinção entre cultura escolar e cultura de escola.
[…]

A historiografia local relaciona a construção do prédio, ainda hoje soerguido e acolhendo, atualmente, o Centro Cultural Joaquim Correia, a iniciativa de Joaquim José Correia que viria a ser o patrono desse Grupo Escolar. (FERNANDES, 2002).
Segundo Fernandes (2002, p. 95) a construção do Grupo Escolar, iniciada em 1908, deu-se “[…] de acordo com as exigências da higiene e da pedagogia […]” sendo amplo, sólido e confortável. Em 25 de janeiro de 1911, o referido grupo foi inaugurado “[…] entre as mais vivas demonstrações de regozijo e de entusiasmo.” (BARRETO, 1987).
Participaram da solene inauguração Anfilóquio Câmara, inspetor de ensino, representante do então Governador do Estado Alberto Maranhão, Joaquim Correia como patrono e chefe político de Pau dos Ferros, autoridades civis e religiosas.
O Grupo Escolar Joaquim Correia iniciou suas atividades ofertando o ensino elementar masculino e o feminino, contando com os seguintes professores: Orlando Correia, Idalina Curjão. Como diretor do referido grupo estava Orlando Correia, filho de Joaquim Correia e diplomado em Direito.
Em setembro do mesmo ano foi instalado o ensino infantil misto, tendo como professora Maria Luiza de Lavor Aires, futura esposa de Orlando Correia. Idalina Curjão e Maria Luiza provinham do Estado do Ceará e tinham formação na Escola Normal de Fortaleza. O ensino infantil misto deixou de ser ofertado em 1915 e, o Grupo Escolar passou para o regime de escolas isoladas até a década de 1930, quando é implantado a Escola Noturna (1936) e o Curso Complementar (1937). (FERNANDES, 2002).
Esse Grupo Escolar estabelecia com a cidade uma íntima relação, pois acolhia as crianças e jovens pauferrenses para uma formação pautada nos saberes do ler, escrever e bem contar. Para tanto, a arquitetura do prédio contava com quatro salas amplas e arejadas e um conjunto de mobílias como carteiras, birôs e quadros-negros. Anos mais tarde, em 1938, seria instalada uma biblioteca que continha 800 volumes doados pelo Instituto Nacional do Livro.
Fonte: Olivia de Medeiros Neta.

Histórico do município: Em 19 de janeiro de 1857, o município foi oficialmente instalado, em sessão solene na câmara municipal, que teve como primeiro presidente Manoel Silvestre Ferreira. Em 8 de agosto de 1873, a lei provincial n° 683 criou a comarca de Pau dos Ferros, desmembrada da comarca de Imperatriz, hoje Martins. Após uma grande epidemia de cólera em 1862, que, segundo registros oficiais, matou 199 pessoas, Pau dos Ferros foi afetada por uma grande seca em 1877, que viria a durar três anos, a mais grave já registrada no Brasil e, em seguida, por surtos de sarampo, varíola e disenteria, que também dizimaram parte da população pauferrense, visto que ainda não havia hospitais e outros estabelecimentos de saúde. A partir de 1889, ano da Proclamação da República, deu-se início a construção de um reservatório, que foi inaugurado em 25 de março de 1897, recebendo, por isso, a denominação “25 de Março”. Esse açude foi idealizado em 1888 pelo intendente municipal Joaquim José Correia e, durante muitas décadas, serviu de abastecimento à população local. Mais tarde, também foi construído o Açude Gangorra, hoje localizado em terras do município de Rafael Fernandes.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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Olivia de Medeiros Neta


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