Pedras de Fogo – Igreja de Nossa Senhora da Conceição


Imagem: Prefeitura Municipal

A Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Pedras de Fogo-PB, foi tombada por sua importância cultural para o Estado da Paraíba.

IPHAEP – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba
Nome Atribuído: Igreja de Nossa Senhora da Conceição
Localização: Pedras de Fogo-PB
Decreto de Tombamento: Decreto n° 22.915, de 03/04/2001

Histórico do município: Com o tempo, Pedras de Fogo foi desligada de Pilar pela Lei Estadual nº 10, de 06 de agosto de 1860, passando à categoria de Vila. A história de Pedras de Fogo, no entanto, teve um rumo turbulento, em razão de conflitos políticos e administrativos entre as classes representativas locais. Essas questões motivaram a extinção da Vila, em 1896, quando o mesmo foi incorporado ao Município de Cruz do Espírito Santo. Dois anos depois, ocorreu um processo inverso, passando Espírito Santo a pertencer a Pedras de Fogo, pela Lei Estadual nº 125.
A Emancipação Política do Município de Pedras de Fogo ocorreu no dia 05 de maio de 1953. Desde então, Pedras de Fogo tem sido ponto de destaque na historiografia paraibana e tem relação contígua com o igualmente valente e bravo estado de Pernambuco, através da cidade de Itambé. Pedra de Fogo e Itambé surgiram como um único aglomerado urbano e, mais tarde, se separaram por questões políticas.

Pedras de Fogo foi primordialmente habitada por indígenas das nações Tabajara e Potiguara, tende este último se situado mais tarde ao norte do Município, ou seja, no local onde hoje está situada a Zona Urbana de Pedras de Fogo. Entre os personagens mais ilustres da história de Pedras de Fogo, destaca-se o Capitão André Vidal de Negreiros, oficial das tropas portuguesas que expulsaram os holandeses da Província, durante o processo de colonização.
Vital Maria Gonçalves de Oliveira nasceu em 27 de novembro de 1844, no Engenho Aurora, Pedras de Fogo, Freguesia de Itambé, Pernambuco, divisa com a Paraíba. Filho do Capitão Antônio Gonçalves de Oliveira e D. Antônia Albina de Albuquerque, D. Vital iniciou seus estudos sob a direção do Padre Antônio Generoso Bandeira, na Escola Pública de Itambé. Em seguida, mudou-se para Recife, onde estudou no Colégio Benfica, que era dirigido por sacerdotes.
Foi aluno destaque e logo conquistou a estima dos mestres e colegas. Entrou para o Seminário de Olinda e recebeu a tonsura (cerimônia religiosa em que o Bispo dá um corte no cabelo do ordenado ao conferir-lhe o primeiro grau do clericato) das mãos de D. João da Purificação, em 1861, merecendo a distinção de ir estudar Teologia no Seminário de Issy. Em Paris, onde ficou até 1863, quando entrou para o Convento dos Capuchinhos, em Versailles.
Em 1868, concluiu seus estudos sacerdotais e em Toulouse, na França. Retornado ao Brasil ensinou Filosofia no Seminário Maior de São Paulo. Em 1871, D. Vital foi escolhido pelo Imperador D. Pedro II para ser o bispo de Olinda. Em maio de 1872, com apenas 27 anos, D. Vital assumiu a sua Diocese, sendo recebido com solenidade e tomando posse de seu cargo na Igreja do Espírito Santo. Logo iniciou campanha contra a Maçonaria, o que originou a chamada Questão Religiosa. Nessa época, a Maçonaria era proibida pelo Papa aos católicos. Todavia no Brasil a Maçonaria atuava normalmente e era seguida pela maioria das personalidades do império e até havia prestado relevantes serviços no processo de independência do Brasil.
D. Vital encontrou na Diocese muitos padres maçons e confrarias governadas por maçons, em sujas mãos estavam às chaves das Igrejas e até as do sacrário. O próprio Primeiro Ministro, da época, o Visconde de Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos) era Grão – Mestre da Maçonaria. Por ocasião das comemorações da Lei do Ventre Livre, a Maçonaria organizou, no dia 2 de março de 1872, uma festa que foi prestigiada por grande número de pessoas.
Os Bispos D. Vital e D. Macedo foram presos e condenados a quatro anos de prisão e trabalhos forçados, a mando do Imperador, que ainda enviou um emissário a Roma, o Barão de Penedo, com a finalidade de conseguir do Papa Pio IX uma condenação para os bispos. Finalmente, através do Decreto 4.993, de 17 de setembro de 1875, foi decretada a anistia. Ao ser libertado da prisão, D. Vital viajou para Roma com a Finalidade de esclarecer sua posição perante o Papa, uma vez que o Barão de Penedo e o Barão de Araguaia tinham deturpado a verdade.
D. Vital doente e exausto solicitou sua exoneração do cargo, mas não foi atendido, nem por Pio IX e nem por seu sucessor Leão XIII. Dessa forma, em outubro de 1876, voltou à sua Diocese, onde foi recebido com manifestações de boas-vindas.
Conquistou seu trabalho restaurador, concluindo a obra interrompida em decorrência das questões religiosas. Porém, seu estado de saúde agravou-se e ele teve de voltar à Europa, onde morreu no dia 4 de julho de 1878, com 33 anos de idade. D. Frei Vital é considerado mártir da fé e defensor dos direitos da Igreja Católica. Depois de três anos, os restos mortais de D. Vital foram transferidos para o Brasil e sepultados, solenemente na Basílica da Penha, no Recife.
Fonte: Prefeitura Municipal.

MAIS INFORMAÇÕES:


2 comments

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.