Pelotas – Clube Cultural Fica Ahi pra ir Dizendo


Imagem: Iphae

O Clube Cultural Fica Ahi pra ir Dizendo, em Pelotas-RS, foi tombado por sua importância cultural.

IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado
Nome Atribuído: Clube Cultural Fica Ahi pra ir Dizendo
Localização: R. Marechal Deodoro, n° 368 – Pelotas-RS
Número do Processo: 980-1100/12-0
Portaria de Tombamento: 58/2012
Livro Tombo: Inscr. Nº 115, de 06/12/2013
Publicação no Diário Oficial: 22/11/2012

Descrição: A origem dos clubes sociais negros remete à segunda metade do século XIX. Nesse período, além de possibilitarem espaços de sociabilidade para a comunidade negra impedida de frequentar os espaços das elites brancas, também houve casos nos quais os clubes buscavam arrecadação de fundos para finalidades mutualistas e para a alforria de trabalhadores escravizados. No pós-abolição, em princípios do século XX, as associações, nas quais se incluem os cordões carnavalescos, representaram a busca de novas formas de inserção e de sobrevivência em uma sociedade marcada pela desigualdade e pela discriminação. No caso da cidade de Pelotas, há estimativas que indicam que, em fins do século XIX, abrigava cerca de 10% da população negra da Província, em grande parte, por causa do trabalho nas charqueadas.
Em 27 de fevereiro de 1921, foi criado o Cordão Carnavalesco Fica Ahi Pra Ir Dizendo, durante os festejos do carnaval, como um dos blocos negros de Pelotas. Os fundadores foram Osvaldo Guimarães da Silva, Renato Monteiro de Souza e João Francisco Ferreira. A maior parte dos grupos desse período teve duração efêmera. Contudo, o Fica Ahi se tornou uma exceção, pois a iniciativa concebida inicialmente para o carnaval perdurou e se tornou um Clube Social.
No decorrer de sua trajetória, o Fica Ahi ocupou quatro sedes. A primeira foi na R. Félix da Cunha nº 815. Ainda na década de 1920, o Clube foi para a R. Cassiano do Nascimento (o número não foi localizado). Em 1935, retornou para a R. Félix da Cunha nº 774. Enfim, desde 1954, após a construção de uma sede própria, o Clube está localizado na R. Marechal Deodoro nº 368.
Em 1948, o Cordão tornou-se clube carnavalesco. E, no ano seguinte, foi criada a Academia de Samba do Fica Ahi, que posteriormente assumiu uma identidade autônoma, embora mantivesse vínculos de colaboração com o clube. Enfim, no ano de 1953, o Fica Ahi tornou-se um clube cultural, consolidando a formação de uma sociedade constituída por negros voltada à confraternização através de bailes, quermesses, chás, festivais e jogos. Associações dessa natureza desenvolveram relações sociais entre elas, proporcionando grande circulação de seus membros e, também, se desenvolveram relações entre esses clubes e outras associações de natureza diversa, como classistas e esportivas.
No que diz respeito às características do edifício, o prédio que abriga o clube cultural Fica Ahi Pra Ir Dizendo possui características art déco, como a simplificação das linhas, presente nas construções precursoras do Modernismo, denominadas protomodernistas por alguns autores.
Atualmente, no espaço físico do clube são desenvolvidas atividades culturais relacionadas à temática negra. O Clube Cultural Fica Ahi Pra Ir Dizendo foi tombado no âmbito estadual por representar um espaço de memória da cultura afro-brasileira no Rio Grande do Sul.
Fonte: IPHAE.

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