Poços de Caldas – Chalé “Carola” Junqueira


Imagem: @patrimoniospocosdecaldas

O Chalé “Carola” Junqueira foi tombado pela Prefeitura Municipal de Poços de Caldas-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Poços de Caldas-MG
Nome atribuído: Chalé “Carola” Junqueira
Localização: R. Amazonas, nº 146 – Centro – Poços de Caldas-MG
Processo de Tombamento: Processo de Tombamento n° 17/P1 (antigo 13/P2)

Descrição: O chalé é implantado na área da antiga fazenda Barreiro, o primeiro núcleo habitado da cidade. A fazenda foi fundada em 1820, quando o coronel Joaquim Bernardes da Costa Junqueira, a pedido de seu pai, o fazendeiro Joaquim Bernardes da Costa, adquiriu sesmarias neste local. Em 1872, a família Junqueira fez a doação das terras junto com as nascentes sulfurosas, para a fundação da cidade.

A moradia foi construída em 1887, um ano após a inauguração do ramal de Caldas da estrada de ferro Mogiana, e fez parte do cenário urbano construído nesta região resultante da vinda da ferrovia.

Até metade do século passado, as construções brasileiras seguiam o modelo colonial, e pouco a pouco a arquitetura foi mudando, e com o surgimento das calhas, deu-se o uso das platibandas, e passaram a usar o jardim lateral, entre outros. Porém, com a vinda da estrada de ferro, chegou a Poços o gênero arquitetônico mais revolucionário, do final do Séc. XIX, o Chalé.

Naquela época, tudo que era europeu significava civilização e progresso, por isso a tipologia do chalé se tornou a mais comum entre as famílias de maior poder aquisitivo. Quase tudo neles era importado, telhas, escadas, tetos, pisos, instalações sanitárias, etc.

Em Poços de Caldas, os chalés foram introduzidos pelo italiano João Batista Pansini, e foi dentro deste contexto que este chalé foi construído.

A residência foi construída em 1887 provavelmente pelo Arq. Eng. João Batista Pansini, e mestre de obras Joaquim Pereira na tipologia de chalé, e comprada em 1930 pela família Junqueira, constituída por Affonso Junqueira e sua esposa Carolina Cruz Junqueira e filha. Após isso tiveram outros sete filhos, todos nascidos na casa, dentre eles Jayme Affonso Junqueira, entrevistado para a coleta destes dados.

O chalé exibe a mesma tipologia e aparência do chalé Vila Pinhal, hoje demolido, que era situado na Rua Paraíba e que também foi construído por Pansini.

O terreno inicial da residência possuía 50×50 m, depois foram adquiridas novas áreas interligando o terreno com a rua Pe. Henri Mothon.

A Família Junqueira fez algumas mudanças na propriedade, sendo a primeira delas uma grande reforma feita em 1950, onde foi criado um anexo adicionando três quartos e um banheiro, formando uma planta em L. As salas de visita e jantar uniram-se, sendo retirado o quarto que havia entre elas, a varanda e sua cobertura foram alargadas, com a obra foi criada também uma laje apoiada em paredes estruturais, rebaixando em 0,60 cm o teto, retirando o antigo forro de madeira, os jardins laterais antes possuíam canteiros fechados com muretas de tijolos, e nessa reforma, estas muretas foram retiradas. O jardim possuía também um pomar que foi alterado e coberto por um gramado e uma videira plantada em pilares.

Para que o telhado do anexo mantivesse o aspecto antigo que existia no restante da moradia, as telhas foram retiradas da antiga selaria, hoje funcionando como garagem, e as telhas da garagem são mais novas. Essa obra durou cerca de dois anos.

A segunda intervenção foi entre 1972 e 1973, alongando a planta em um novo anexo, quando criou-se então ao final do corredor uma nova sala, dando passagem à antiga cozinha existente e a uma pequena escada levando ao jardim dos fundos.

A água que chegava por encanamentos vinha da Fonte dos Amores, passando depois para a estação do DMAE. Devido à ferrugem nas tubulações, estas foram recentemente trocadas por tubos externos de PVC.

Onde hoje funcionam garagens nos fundos da moradia, era de uso da selaria, onde as visitas da família deixavam seus cavalos enquanto iam fazer compras no antigo mercado municipal.

Caracteriza-se uso residencial com estilo neocolonial. A edificação possui um porão alto e acima dele o pavimento onde se desenvolve a residência.

Sua entrada principal se dá por uma escada de acesso a uma grande varanda que se estende em toda sua fachada frontal. Os elementos arquitetônicos que compõe as fachadas como os beirais, as colunas que sustentam a cobertura da varanda, as portas e janelas emolduradas, os pináculos e os gradis são de uma grande riqueza de detalhes e originais. Todo madeiramento do telhado e detalhes dos lambrequins são de pinho, madeira da região, as telhas tipo francesas foram todas importadas da França, vindas de navio para o Brasil.
Fonte: @patrimoniospocosdecaldas.

Histórico do município: A história de Poços de Caldas começou a ser escrita a partir da descoberta de suas primeiras fontes e nascentes, no século XVIII. As águas raras e com poder de cura foram responsáveis pela prosperidade da cidade quando as terras começaram a ser ocupadas por ex-garimpeiros, que passaram a se dedicar à criação de gado. Na época, 1818, a região onde hoje se situa Poços de Caldas pertencia ao capitão José Bernardes Junqueira. Quando o senador Joaquim Floriano Godoy declarou de utilidade pública os terrenos junto aos poços de água sulfurosa, determinou também a desapropriação do local. O próprio capitão se encarregou de doar 96 hectares de suas terras para a fundação da cidade. O ato foi assinado no dia 6 de novembro de 1872, data em que se comemora o aniversário de Poços de Caldas.

Desde 1886 funcionava na cidade uma casa de banho, utilizada para tratamento de doenças cutâneas. Ela se servia da água sulfurosa e termal da Fonte dos Macacos. Em 1889 foi fundado, por Pedro Sanches, outro estabelecimento para o mesmo fim, captando água da Fonte Pedro Botelho. Ali, a água sulfurosa subia até os depósitos por pressão natural. O balneário não existe mais. Em seu lugar foram construídas, no final dos anos 20, as Thermas Antônio Carlos, um dos mais belos prédios da cidade.

Em outubro de 1886, Poços recebeu o Imperador Dom Pedro II. Ele veio acompanhado da imperatriz Tereza Cristina para a inauguração de um ramal da Estrada de Ferro Mogiana. Três anos depois a cidade foi desmembrada do distrito de Caldas e elevada à categoria de vila e município. Seu nome tem relação com a história da família real portuguesa. Na época em que foram descobertos os poços de água sulfurosa e térmica, a cidade de Caldas da Rainha, em Portugal, já era uma importante terma utilizada para tratamentos e muito frequentada pela família real. Caldas possui o mais antigo hospital termal em funcionamento no mundo, desde o século XVI. Como as fontes eram poços utilizados por animais, veio o nome Poços de Caldas.

Na década de 40, era dos cassinos, Poços recebia a visita da aristocracia brasileira, que frequentava os salões do Palace Casino e do Palace Hotel. O presidente Getúlio Vargas tinha uma suíte especial no hotel com a mesma decoração da que ele usava no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então capital do país. O quarto ainda hoje preserva os móveis e o estilo da época, mas uma das maiores atrações do hotel continua sendo sua piscina térmica, construída num suntuoso salão sustentado por colunas de mármore de carrara.

Entre os artistas que passaram pelo Palace Casino naquela época estiveram Silvio Caldas, Carmem Miranda, Orlando Silva e Carlos Galhardo. Estiveram também em Poços de Caldas personagens ilustres como Rui Barbosa, Santos Dumont, o poeta Olavo Bilac e o romancista João do Rio. Entre os políticos, o interventor de Minas Gerais durante o Estado Novo, Benedito Valadares e o presidente Juscelino Kubitschek, entre outros, foram também presenças constantes.

A proibição do jogo, em 1946, e a descoberta do antibiótico tiveram forte impacto para o turismo na cidade. O termalismo deixou de ser a maneira mais eficaz de tratar as doenças para as quais era indicado e os cassinos foram fechados. A economia de Poços sofreu um grande abalo, mas a fase ruim foi superada com a mudança de foco no turismo. A classe média e grandes grupos passaram a frequentar as termas, a visitar as fontes e outros pontos de atração da cidade. Além disso, a cidade abrigou várias indústrias, impulsionando a economia.
Fonte: IBGE.

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