Poços de Caldas – Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde


Imagem: Prefeitura Municipal

A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde foi tombada pela Prefeitura Municipal de Poços de Caldas-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Poços de Caldas-MG
Nome atribuído: Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde
Outros Nomes: Basílica Nossa Senhora da Saúde
Localização: Praça Monsenhor Faria de Castro, s/n – Centro – Poços de Caldas-MG
Processo de Tombamento: Processo de Tombamento n° 14/P1

Descrição: Durante muito tempo, a base do progresso da estância foi os “poços de caldas”, e segundo a tradição, estes foram descobertos por caçadores que, seguindo o trilho dos animais do mato, encontraram no meio do vale cercado de verdes montanhas, aqueles bebedouros por eles apreciados.
No início do século XIX os poços sulfurosos já eram conhecidos em toda a região, atraindo inúmeros visitantes, principalmente enfermos que vinham à procura de remédio para seus males e doenças.

Em 1872, o sesmeiro Joaquim Bernardes da Costa Junqueira doou quarenta alqueires à província para o estabelecimento de uma povoação, que recebeu o nome de Nossa Senhora das Águas de Caldas.

Apesar de colocada sob a proteção da Virgem Maria, a Igreja local, mesmo depois que se tornou sede da freguesia, era dedicada ao Bom Jesus da Cana verde por falta de uma imagem da Padroeira. Em 1887 o português João de Souza Belém, tendo adoecido gravemente de reumatismo, veio a Poços de Caldas e se curou com o tratamento das águas medicinais. Agradecido, enviou ao Dr. Pedro Sanches de Lemos, médico da estância, uma belíssima imagem de Nossa Senhora da Saúde, executada por santeiro lusitano, pintada e dourada a fogo, que foi colocada na Capela Bom Jesus (atual Igreja de Santo Antonio).

Somente na segunda década do século XX a santa foi transferida para o templo construído em sua homenagem, no local onde existira o antigo cemitério. Mais tarde, tornando-se esta igreja pequena demais para abrigar os fiéis, o pároco Monsenhor Faria de Castro mandou demolir a antiga capela, iniciando a construção da atual Matriz, cuja pedra fundamental foi lançada e benta pelo Sr. Bispo Diocesano D. Ranulpho da Silva Farias, a 25 de julho de 1937.

A imagem proveniente de Goa no dia 11 de setembro de 1945, foi colocada sobre o altar-mor do novo templo, onde ainda se mantém.

Em 1951, a paróquia recebeu do casal Isah e Roberto Cardoso, diretor das minas de carvão São Jerônimo, uma cópia em tamanho grande daquela imagem, da autoria do escultor José de Souza, que foi benta e entronizada na sacristia da Matriz.

Este santuário, para o qual o bispo de Guaxupé D. Hugo Bressane de Araújo conseguiu o honroso título de Basílica, foi terminado graças aos esforços do Vigário Monsenhor Geraldo Magela de Amaral Teixeira e sagrado solenemente a 30 de outubro de 1954 pelo Cardeal D. Jaime de Barros Câmara, em meio a grandes festividades, iniciadas nove dias antes, às quais compareceram autoridades civis e religiosas, o povo, as escolas e as comissões de obras da igreja.

Apresenta planta em cruz latina, com uma nave central, duas laterais e transepto. O corpo arquitetônico foi inspirado numa igreja francesa Dieppe.
Fonte: @patrimoniospocosdecaldas.

Descrição: Construída em 1937, no lugar da igreja matriz original, a Basílica foi projetada pelo engenheiro arquiteto Otávio Lotufo, em estilo neorromânico, inspirada numa igreja de Dieppe, na França. Hoje é conhecida como Igreja Matriz.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: A história de Poços de Caldas começou a ser escrita a partir da descoberta de suas primeiras fontes e nascentes, no século XVIII. As águas raras e com poder de cura foram responsáveis pela prosperidade da cidade quando as terras começaram a ser ocupadas por ex-garimpeiros, que passaram a se dedicar à criação de gado. Na época, 1818, a região onde hoje se situa Poços de Caldas pertencia ao capitão José Bernardes Junqueira. Quando o senador Joaquim Floriano Godoy declarou de utilidade pública os terrenos junto aos poços de água sulfurosa, determinou também a desapropriação do local. O próprio capitão se encarregou de doar 96 hectares de suas terras para a fundação da cidade. O ato foi assinado no dia 6 de novembro de 1872, data em que se comemora o aniversário de Poços de Caldas.

Desde 1886 funcionava na cidade uma casa de banho, utilizada para tratamento de doenças cutâneas. Ela se servia da água sulfurosa e termal da Fonte dos Macacos. Em 1889 foi fundado, por Pedro Sanches, outro estabelecimento para o mesmo fim, captando água da Fonte Pedro Botelho. Ali, a água sulfurosa subia até os depósitos por pressão natural. O balneário não existe mais. Em seu lugar foram construídas, no final dos anos 20, as Thermas Antônio Carlos, um dos mais belos prédios da cidade.

Em outubro de 1886, Poços recebeu o Imperador Dom Pedro II. Ele veio acompanhado da imperatriz Tereza Cristina para a inauguração de um ramal da Estrada de Ferro Mogiana. Três anos depois a cidade foi desmembrada do distrito de Caldas e elevada à categoria de vila e município. Seu nome tem relação com a história da família real portuguesa. Na época em que foram descobertos os poços de água sulfurosa e térmica, a cidade de Caldas da Rainha, em Portugal, já era uma importante terma utilizada para tratamentos e muito frequentada pela família real. Caldas possui o mais antigo hospital termal em funcionamento no mundo, desde o século XVI. Como as fontes eram poços utilizados por animais, veio o nome Poços de Caldas.

Na década de 40, era dos cassinos, Poços recebia a visita da aristocracia brasileira, que frequentava os salões do Palace Casino e do Palace Hotel. O presidente Getúlio Vargas tinha uma suíte especial no hotel com a mesma decoração da que ele usava no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então capital do país. O quarto ainda hoje preserva os móveis e o estilo da época, mas uma das maiores atrações do hotel continua sendo sua piscina térmica, construída num suntuoso salão sustentado por colunas de mármore de carrara.

Entre os artistas que passaram pelo Palace Casino naquela época estiveram Silvio Caldas, Carmem Miranda, Orlando Silva e Carlos Galhardo. Estiveram também em Poços de Caldas personagens ilustres como Rui Barbosa, Santos Dumont, o poeta Olavo Bilac e o romancista João do Rio. Entre os políticos, o interventor de Minas Gerais durante o Estado Novo, Benedito Valadares e o presidente Juscelino Kubitschek, entre outros, foram também presenças constantes.

A proibição do jogo, em 1946, e a descoberta do antibiótico tiveram forte impacto para o turismo na cidade. O termalismo deixou de ser a maneira mais eficaz de tratar as doenças para as quais era indicado e os cassinos foram fechados. A economia de Poços sofreu um grande abalo, mas a fase ruim foi superada com a mudança de foco no turismo. A classe média e grandes grupos passaram a frequentar as termas, a visitar as fontes e outros pontos de atração da cidade. Além disso, a cidade abrigou várias indústrias, impulsionando a economia.
Fonte: IBGE.

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