Poços de Caldas – Sobrado Conde Prates


Imagem: Santiago, Cuperschmid

O Sobrado Conde Prates foi tombado pela Prefeitura Municipal de Poços de Caldas-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Poços de Caldas-MG
Nome atribuído: Sobrado Conde Prates
Outros Nomes: Chalé Conde Prates
Localização: R. Junqueiras, n° 130 – Poços de Caldas-MG
Processo de Tombamento: Processo de Tombamento n°23/P1
Decreto de Tombamento: Ata de 08-10-2015

Observação: Em fins de agosto de 2019 o casarão sofreu um incêndio.
Fonte: Santiago, Cuperschmid.

Descrição: O Conde Eduardo Prates iniciou a construção de sua residência em Poços de Caldas na década de 1880, o qual era uma casa térrea. Com o tempo, passou por uma série de remodelações e acréscimos nos anos subsequentes, as mais relevantes, na década de 1890, 1910 e finais dos anos 1920, configurando diferentes fases evolutivas, por assim dizer. A segunda fase, até onde foi possível averiguar, compreende o período entre meados de 1880 aos primeiros anos da década de 1910. É provável que por volta do final da década de 1880 a casa térrea tenha dado lugar a um sobrado em estilo normando, com fachadas em alvenaria aparente, ornadas com detalhes em madeira de modo a simular um enxaimel, e telhado muito inclinado e recortado. A terceira fase corresponde ao intervalo entre meados da década de 1910 e início dos anos 1920. Pelas fotografias e desenhos disponíveis, é possível perceber que a edificação passa no período considerado por uma remodelação completa, tanto quanto à sua retórica arquitetônica quanto à sua disposição interna e acréscimos de área. Quanto à sua imagem, os elementos que caracterizam o estilo normando foram abolidos e a retórica arquitetônica revista. A quarta fase compreende, de forma aproximada, ao período entre 1922 e 1928, com uma série de acréscimos aos fundos e lateral posterior à rua Dr. Francisco Faria Lobato. A quinta, às intervenções levadas a cabo nos anos 1928 e 1929, sendo que o aspecto atual do casarão corresponde em grande medida às alterações desse período.

Em seus aproximadamente 125 anos de existência, pouco menos de um terço corresponde ao período de domínio e utilização presumíveis por parte do proprietário original, sendo sua configuração atual um legado dos últimos anos deste. Não sendo o conde, a princípio, uma figura de suma relevância para o município de modo a justificar alguma forma de culto a sua personalidade, os argumentos em prol da preservação e tombamento do bem se calcam na sua resiliência e adaptabilidade, pelo fato de ter suportado diversos usos ao longo do tempo, mantidas suas principais características espaciais e sua imagem, e seu pertencimento ao núcleo histórico e turístico da cidade, compondo sua paisagem. Sua relevância e valor histórico dão, portanto, nessas bases: o fato de ter recebido usos diversos ao longo do tempo mantendo suas principais características formais e espaciais demonstra que sua permanência e conservação não conflita com possibilidades de receber novos usos futuros, e sua presença na paisagem histórica e turística da cidade é de alta relevância para a manutenção da coesão estética e espacial desse fragmento do tecido urbano.

Em 2019 o casarão será reformado e se transformará em um restaurante. E no fundo estará tendo um prédio de 6 andares, que funcionará como um hotel.
Fonte: @patrimoniospocosdecaldas.

Descrição: Construído em 1886 para servir como casa de veraneio para o Conde Eduardo Silva Prates, além de histórico, possui elementos arquitetônicos de extrema importância. A casa sofreu algumas alterações com o tempo. Era uma casa térrea , depois surgiu um pavimento. Antes carregava um estilo normando e depois desconfigurou-se para uma mistura de estilos. Porém, as intervenções estão marcadas na casa e é possível identificar a parte original e o que foi alterado ao longo do tempo. “Arquitetonicamente o sobrado tem características especiais”, esclarece Haroldo Paes Gessoni.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: A história de Poços de Caldas começou a ser escrita a partir da descoberta de suas primeiras fontes e nascentes, no século XVIII. As águas raras e com poder de cura foram responsáveis pela prosperidade da cidade quando as terras começaram a ser ocupadas por ex-garimpeiros, que passaram a se dedicar à criação de gado. Na época, 1818, a região onde hoje se situa Poços de Caldas pertencia ao capitão José Bernardes Junqueira. Quando o senador Joaquim Floriano Godoy declarou de utilidade pública os terrenos junto aos poços de água sulfurosa, determinou também a desapropriação do local. O próprio capitão se encarregou de doar 96 hectares de suas terras para a fundação da cidade. O ato foi assinado no dia 6 de novembro de 1872, data em que se comemora o aniversário de Poços de Caldas.

Desde 1886 funcionava na cidade uma casa de banho, utilizada para tratamento de doenças cutâneas. Ela se servia da água sulfurosa e termal da Fonte dos Macacos. Em 1889 foi fundado, por Pedro Sanches, outro estabelecimento para o mesmo fim, captando água da Fonte Pedro Botelho. Ali, a água sulfurosa subia até os depósitos por pressão natural. O balneário não existe mais. Em seu lugar foram construídas, no final dos anos 20, as Thermas Antônio Carlos, um dos mais belos prédios da cidade.

Em outubro de 1886, Poços recebeu o Imperador Dom Pedro II. Ele veio acompanhado da imperatriz Tereza Cristina para a inauguração de um ramal da Estrada de Ferro Mogiana. Três anos depois a cidade foi desmembrada do distrito de Caldas e elevada à categoria de vila e município. Seu nome tem relação com a história da família real portuguesa. Na época em que foram descobertos os poços de água sulfurosa e térmica, a cidade de Caldas da Rainha, em Portugal, já era uma importante terma utilizada para tratamentos e muito frequentada pela família real. Caldas possui o mais antigo hospital termal em funcionamento no mundo, desde o século XVI. Como as fontes eram poços utilizados por animais, veio o nome Poços de Caldas.

Na década de 40, era dos cassinos, Poços recebia a visita da aristocracia brasileira, que frequentava os salões do Palace Casino e do Palace Hotel. O presidente Getúlio Vargas tinha uma suíte especial no hotel com a mesma decoração da que ele usava no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então capital do país. O quarto ainda hoje preserva os móveis e o estilo da época, mas uma das maiores atrações do hotel continua sendo sua piscina térmica, construída num suntuoso salão sustentado por colunas de mármore de carrara.

Entre os artistas que passaram pelo Palace Casino naquela época estiveram Silvio Caldas, Carmem Miranda, Orlando Silva e Carlos Galhardo. Estiveram também em Poços de Caldas personagens ilustres como Rui Barbosa, Santos Dumont, o poeta Olavo Bilac e o romancista João do Rio. Entre os políticos, o interventor de Minas Gerais durante o Estado Novo, Benedito Valadares e o presidente Juscelino Kubitschek, entre outros, foram também presenças constantes.

A proibição do jogo, em 1946, e a descoberta do antibiótico tiveram forte impacto para o turismo na cidade. O termalismo deixou de ser a maneira mais eficaz de tratar as doenças para as quais era indicado e os cassinos foram fechados. A economia de Poços sofreu um grande abalo, mas a fase ruim foi superada com a mudança de foco no turismo. A classe média e grandes grupos passaram a frequentar as termas, a visitar as fontes e outros pontos de atração da cidade. Além disso, a cidade abrigou várias indústrias, impulsionando a economia.
Fonte: IBGE.

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