Ponta Grossa – Antiga Alfaiataria Muzzillo


Imagem: Prefeitura Municipal

A Antiga Alfaiataria Muzzillo, em Ponta Grossa-PR, pertenceu ao Sr. Antônio Muzzillo. Possuía grandes variedades de figurinos da moda, na década de 1960.

Prefeitura Municipal de Ponta Grossa – PR
COMPAC – Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Ponta Grossa – PR

Nome Atribuído: Antigo Rei do Real
Localização: Av. Vicente Machado, n° 27 – Ponta Grossa-PR
Processo: 39/2001

Descrição: Imóvel localizado na Av. Vicente Machado n. 27, funcionou como a Alfaiataria Muzzillo, propriedade do Sr. Antônio Muzzillo, que possuía grandes variedades de figurinos da moda, na década de 60, o prédio foi sede da colchoaria Leão. No ano de 1943, Augusto Canto Júnior assumiu a direção do estabelecimento e perpetuou a tradição aos seus três filhos. Edifício de estilo eclético tombado no ano de 2001.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: O antigo nome da Avenida Vicente Machado, Rua do Comércio, já demonstrava a grande vocação em abrigar as mais conceituadas casas de comércio de Ponta Grossa. Por volta de 1910, a Avenida foi pavimentada com paralelepípedos e alguns anos depois, foram plantadas árvores em sua parte central, mas na década de 40, estas foram derrubadas, bem como as árvores das ruas Balduíno Taques e Bonifácio Vilela. Já o afastamento da Avenida Vicente Machado foi realizado nos anos 60.

O comércio ponta-grossense foi referência para todo o Estado, pois abastecia as cidades vizinhas com seus grandes atacadistas, depósitos, armazéns, açougues, casas de armarinhos e alfaiatarias de grande prestígio, que possuíam clientes elegantes e que exigiam bom gosto no divertir-se.

O imóvel de número 27, da Avenida Vicente Machado, está inserido neste contexto, pois no local funcionou a Alfaiataria Muzzillo, propriedade do Sr. Antonio Muzzillo, que possuía grande variedade em figurinos da moda.

Na década de 60 (1963- conforme foto do Álbum de Ponta Grossa deste ano), o prédio foi sede da Colchoaria Leão, comandada pelo Sr. Leon Judkowitch, fábrica especializada em colchões e acolchoados.

Há também a importância histórica e social dos arredores do imóvel em questão, pois ele confronta-se de um lado com um prédio que pertenceu a Augusto Canto Júnior e posteriormente foi de seus três filhos: Norma Canto de Azevedo Bueno, Luiz Gonzaga Canto e Augusto Guilhermino Canto.

Augusto Canto Júnior destacou-se na Literatura pelos artigos que escreveu para os jornais da cidade; foi autor de crônicas e histórias de Ponta Grossa; escreveu a obra “Menina dos Meus Olhos” (relatando fatos ponta-grossense), desta maneira, defendeu a ideia de preservar a memória e a identidade cultural da cidade.

Seu pai, Augusto Canto, foi um dos primeiros imigrantes germânicos a chegarem em Ponta Grossa e um dos pioneiros em vários empreendimentos da cidade, entre eles o primeiro cinema, Cine Recreio, onde a sociedade princesinha marcava presença nos finais de semana. Também fundador, em 1883, da “Casa Canto” – casa das sementes que revende para todo o Brasil.

No Ano de 1943, Augusto Canto Júnior assumiu a direção do estabelecimento e perpetuou a tradição aos seus três filhos, que mantêm a “Casa do Canto” com muito trabalho há mais de cem anos.

Atualmente o prédio é de propriedade do Sr. Luis Eduardo Wambier, médico de Ponta Grossa. A família Wambier possui grande tradição na cidade, pois vários de seus membros seguem carreira nas áreas da Medicina e Odontologia.

Cabe destacar, ainda desta família, o Sr. Daily Luiz Wambier, que trabalhou nos seguintes campos profissionais: ferroviário, jornalismo e na política. Foi colunista de jornais e literário. Sempre engajado em assuntos sociais, participou ativamente de ações e obras comunitárias.
Pesquisadora: Claudine Cavalli Fontoura.
Supervisora: Isolde Maria Waldmann.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: Conta-nos a tradição, que os fazendeiros, se reuniram para decidir o local onde seria construída uma capela em devoção à Senhora de Sant’Ana e que também seria a sede do povoado. Como não chegavam a um acordo, pois cada um queria construí-la próximo a sua fazenda, decidiram então soltar um casal de pombos e, onde eles pousassem, ali seria construída uma capela, bem como seria a sede da Freguesia que estava nascendo.

Os pombos após voarem, pousaram em uma cruz que ficava ao lado de uma grande figueira no alto da colina. Problema resolvido, o local escolhido, todos ajudaram na construção de uma capela simples de madeira e, em sua volta a freguesia cresceu e se desenvolveu.

O povoamento: Ponta Grossa teve sua origem e seu povoamento ligado ao Caminho das Tropas. Porém, a primeira notícia de ocupação da nossa região, foi em 1704, quando Pedro Taques de Almeida requereu uma sesmaria no território paranaense. Foi seu filho José Góis de Morais e seus cunhados que vieram tomar posse das terras, trouxeram empregados e animais e fundaram currais para criar gado. Suas terras eram formadas pelas sesmarias do Rio Verde, Itaiacoca, Pitangui, Carambeí e São João, de onde surgiram as primeiras fazendas. Parte dessas terras José Góis de Morais doou aos padres jesuítas que construíram no local (Pitangui), a Capela de Santa Bárbara. Várias fazendas surgiram às margens do Caminho das Tropas. Os tropeiros durante suas viagens paravam para descansar e se alimentar em lugares que passaram a ser chamados de ranchos ou “pousos”. Desses pousos surgiram povoados, como Castro e Ponta Grossa. As fazendas contribuíram para o aumento da população, que levou ao surgimento do Bairro de Ponta Grossa, que pertencia a Castro. Com o crescimento do Bairro, os moradores começaram a lutar para a criação de uma freguesia, pois uma Freguesia tinha mais autonomia. Construíram então um altar na Casa de Telhas, aonde o vigário de Castro vinha de vez em quando rezar missas e também realizar casamentos e batizados.

O crescimento e desenvolvimento: Ponta Grossa foi elevada à Freguesia em 15 de setembro de 1823 e foi escolhido um local no alto de uma colina, perto do Caminho das Tropas para a construção de uma nova capela em homenagem à Senhora de Sant’Ana. Este local foi escolhido para ser a sede da Freguesia e em seu entorno passaram a ser construídas casas de moradia e de comércio. Esta colina é onde hoje se encontra a Catedral de Sant’Ana.

Em 1855, Ponta Grossa foi elevada à Vila e em 1862 à cidade. Cada vez mais pessoas aqui chegavam, sendo que a cidade cresce e se desenvolve, tornando-se a mais importante do interior do Paraná.

Foi com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro, que Ponta Grossa se tornou um grande centro comercial, cultural e social. A ferrovia transformou a cidade em um grande entroncamento, destacando-se na Região dos Campos Gerais e no Paraná. Isso fez com que inúmeras pessoas escolhessem o local para trabalhar, estudar e viver. Foi nesse momento que chegaram os imigrantes, que contribuíram para o crescimento cada vez maior da cidade.

Aqui se estabeleceram os ucranianos, os alemães, os poloneses, os italianos, os russos, os sírios e libaneses entre tantos outros, que contribuíram para o crescimento da cidade, bem como no desenvolvimento social, político, econômico e cultural de Ponta Grossa. Ponta Grossa se destacou no século XX, com muitas lojas de comércio, indústrias, escolas, cinemas, teatros, jornais, biblioteca, entre outros. Pode-se dizer que aquela pequena vila, surgida como pouso dos tropeiros, cresceu e se transformou em uma grande cidade.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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