Ponta Grossa – Capela Santa Bárbara do Pitangui


Imagem: CPC

A Capela Santa Bárbara do Pitangui foi a primeira capela construída em Ponta Grossa-PR, pelo jesuítas, em 1729, em madeira.

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Capela Santa Bárbara do Pitangui
Localização: Estrada Rural Ponta Grossa-Alagados – Ponta Grossa-PR
Número do Processo: 07/98
Livro do Tombo: Inscr. Nº 135-II

COMPAC – Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Ponta Grossa – PR
Nome Atribuído: Capela Santa Bárbara
Localização: Estrada Rural Ponta Grossa-Alagados – Ponta Grossa-PR

Descrição: Com a proposição de converter os indígenas ao catolicismo, os jesuítas se tornaram, desde logo, responsáveis por um processo de colonização mais “racional” em confronto com a forma puramente predatória utilizada pelos colonos. Os primeiros missionários jesuítas vindos de São Vicente (SP), para o Estado do Paraná, que na ocasião não era Estado, pois estava dividido em duas partes: uma pertencente ao Estado de São Paulo e outra pertencente à colônia espanhola do Paraguai, encontraram como religião entre os índios das diversas tribos dos Guarani, Coroados, Carijós e Botocudos uma cultura original rudimentar que admitia a existência de uma divindade, permitia a poligamia, aceitavam a crença em uma vida imortal e adoravam a lua e o sol.

Após se instalarem em várias regiões do Estado com suas “reduções” (locais onde as aldeias indígenas, embora reproduzindo as formas originais de organização social dos índios, eram minuciosamente administradas pelos jesuítas, gerando excedentes de produção agrícola, comercializados pela Companhia de Jesus junto à população branca).

Em 1710, a Companhia de Jesus, com permissão do capitão-mor Pedro Taques de Moraes, construiu na Fazenda do Pitangui, um oratório em honra à Santa Bárbara. Com o falecimento de Pedro Taques de Almeida, 1713, seu filho José Góis de Moraes, com base em registros no Cartório Borges de Castro, em agosto de 1727, fez a doação da Sesmaria do Itaiacoca, também denominada Fazenda Pitangui.

Em 1729 o Padre Nicolau Rodrigues França, da casa das Missões de Paranaguá, aí missionou conforme consta dos assentos da catedral de Curitiba. Logo após a instalação os padres, teriam substituído o oratório por uma capela construída por José Tavares de Serqueira, parente de José Góis de Moraes, dedicada à Santa Bárbara do Pitangui.

Paralelamente aos serviços religiosos dos jesuítas, estabeleceram uma fazenda de criação, a Fazenda Pitangui, e aí permaneceram até 1759, quando foram expulsos pelo Marquês de Pombal. Em agosto de 1727, fez-se doação da Sesmaria do Itaiacoca, também denominada de Pitangui, à Companhia de Jesus, sendo a capela construída em 1729. Os religiosos da Companhia de Jesus povoaram as Sesmarias de gado e escravos, movimentando suas fazendas.

A estrada do “Continente Sul” que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul, de Jaguariaíva para o sul, vinha em direção ao rio Pitangui, passando pela Sesmaria dos padres da Companhia de Jesus, movimentando assim as zonas das Sesmarias. Os jesuítas do Pitangui, vendo o crescente movimento dos tropeiros e viajantes, apressaram-se na construção de uma capela e a dedicaram à Santa Barbara, para onde iam todos os moradores das fazendas vizinhas receber os Santos Sacramentos e ainda servir aos viandantes.

Com a expulsão dos jesuítas, efetuada por ordem do Marques de pombal, de Portugal e das suas colônias, confiscando todos os seus bens e os anexando à Coroa Portuguesa, dentre estes à Capela de Santa Bárbara, cessaram assim todos os ofícios divinos que eventualmente eram realizados ali, e os escravos que ali viviam, foram alforriados e passaram a viver na ociosidade, de acordo com o que consta no arquivo Paroquial de Castro.

A partir deste ano a capela e a Fazenda Pitangui passaram a ser geridas pelos carmelitas da Fazenda Capão Alto. Em 1772 estes se retiraram do Paraná temerosos que lhes acontecesse o mesmo que houve aos jesuítas.

Enterravam-se os mortos no pequeno cemitério ao lado da Capela Santa Bárbara. A existência de um cemitério na Fazenda, explicaria a aparição de ossadas quando da restauração feita no local em meados da década de 1970, quando os mesmo foram encontrados sob o assoalho apodrecido, o que seria um cemitério das famílias que foram proprietárias da fazenda. No cemitério da capela, estão enterrados todos os primitivos povoadores de Ponta Grossa.

A Capela de Santa Bárbara é uma edificação simples, com traços que dão nítida ideia da vida e religiosidade da época. De pau a pique e reboco, coberta com telhas trazidas de Paranaguá em lombo de burro, foi construída com o dinheiro doado por Ana Siqueira de Mendonça, viúva de Domingos Teixeira de Azevedo, do Cambijú, para pagar uma promessa à Santa Bárbara.

Localizada à margem esquerdo do riacho São Miguel, afluente do rio Pitangui, a capela foi toda construída com material existente em maior quantidade na região – arenito furnas, assentada sobre um grande bloco do mesmo material. Suas paredes são bastantes espessas, tendo a frente voltada para o Sul e, seu atual proprietário, Nestor Carraro fez algumas obras para a sua conservação, entre elas, uma parede de madeira, tanto na frente como na parte traseira da capela, que haviam ruído completamente e também colocando um novo assoalho no lugar do primeiro que se encontrava em péssimo estado.

Segundo o proprietário, estas obras foram efetuadas em 1973. Na obra feita, foram levantadas várias colunas de concreto para amparar as paredes que estavam caindo e também o teto foi completamente restaurado, bem como a fachada da capela.

Para se entrar na capela, antes da obra , subiam-se alguns degraus de pedra já bastante gastas pelo uso. O interior era muito simples, paredes nuas, com uma única janela do lado esquerdo do altar. Desse lado havia um pequeno púlpito de madeira, com uma pequena escada. Sobre o altar encontrava-se a imagem em argila da Santa. Esta tinha sobre a fronte uma coroa de prata com algumas pedras coloridas. Existiam duas pias batismais de madeira, um turíbulo de bronze e um pequeno sino, pesando aproximadamente dez quilos.

Havia apenas uma porta de entrada voltada para o sul. Sobre esta porta teria existido uma placa de madeira com inscrições a fogo, destruída pela ação do tempo, e que foi substituída em parte, por um papel datilografado com os seguintes dizeres copiados do original:

Em 1707 passou pelos Campos Gerais uma Missão Científica composta de Jesuítas, que como em todas as demais fazendas fundaram uma pequena Igreja.

PADRES: Antônio da Cruz, 1707; Tomás de Aquino, 1716; Vitor Antônio, 1717; Manoel Amaro, 1720; João Gomes, 1725; Antônio da Cruz, 1732; Estanislau Cardoso, 1735; Francisco Gomes, 1739; Manoel Rodrigues, 1740; Antônio da Cruz, 1741; Caetano Dias, 1743; Lourenço de Almeida, 1748; Manoel Martins, 1751; Cristóvão da Costa, 1752.

“É conclusivo que da presente relação quase todos os reitores nos campos da Fazenda do Pitangui, aqui estiveram e celebraram Missa”.

Com o passar dos anos e a sucessiva transferência da referida propriedade a obra foi sendo esquecida, chegando quase a ruína total. Embora muito se pretendesse sobre o aproveitamento do local como atração turística da cidade, pois esta relíquia dista 14 quilômetros do centro da cidade.
Fonte: CPC.

Descrição: A história da capela está ligada à presença dos jesuítas e ao movimento das tropas na região. Em 1727 a sesmaria da Conceição ou do Pitangui foi doada à Companhia de Jesus, onde os religiosos estabeleceram a Fazenda Pitangui. Em 1729, foi erguida uma pequena construção de madeira para servir de oratório.

Com a abertura do Caminho das Tropas em 1731 e que passava pelo local, os padres dedicaram a capela à Santa Bárbara. Como foi a primeira capela construída na cidade, ela foi tombada pelo COMPAC em 2000 e totalmente restaurada e preservada.

LOCALIZAÇÃO: O acesso ao local se dá pela rodovia Arichernes Gobbo (deve-se virar à esquerda, após passar o viaduto sobre o pátio da ALL, em direção ao núcleo habitacional Dal Col). Após percorridos 2 km , deve-se virar à direita, passando por baixo de um viaduto da linha férrea. Deve-se seguir em frente por mais 5 km e virar à esquerda, percorrendo mais 2 km até uma porteira.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: Em agosto de 1727, fez – se doação da Sesmaria do Itaiacoca, também denominada de Pitangui á companhia de Jesus, sendo a capela Construída em 1729. Os religiosos da Companhia de Jesus povoaram as Sesmarias de gado e escravos movimentando suas fazendas. A estrada do “Continente Sul” que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul, de Jaguariaiva para o Sul, vinha a direção do Rio Pitangui, passando pela Sesmaria dos Padres da Companhia de Jesus, movimentando assim as zonas das Sesmarias.

Os Jesuítas do Pitangui, vendo o crescente movimento dos tropeiros e viajantes, apressaram-se na construção de uma capela e a dedicaram á Santa Bárbara, para onde iam todos os moradores das fazendas vizinhas receber os Santos Sacramentos e ainda servir aos viajantes.

Encontra-se no local, vestígios de muro de pedra na região, que dizem ter sido construídos pelos índios e escravos negros.

Com a expulsão dos jesuítas, efetuada por ordem do Marquês de Pombal, de Portugal e das Colônias, confiscando todos os seus bens e os anexando á Coroa Portuguesa, dentre esses á Capela Santa Bárbara, cessaram assim todos os Ofícios divinos que eventualmente eram realizados ali, e os que ali viviam, foram alforriados e passaram a viver na ociosidade, de acordo com o que consta no arquivo Paroquial da cidade de Castro.

Á partir desse ano a Capela e a fazenda Pitangui passaram a ser geridas por carmelitas do Capão Alto. Em 1772 estes retiraram-se do Paraná temerosos com medo que lhes acontecesse o mesmo que houve aos jesuítas.

Enterravam-se os mortos nos primeiros tempos, no pequeno cemitério ao lado da Capela Santa Bárbara.

A existência de um cemitério na Fazenda, explicaria a aparição de ossadas quando da “restauração” feita no local em meados da década de 70, quando os mesmos foram encontrados sob o assoalho apodrecido, o que seria um cemitério das famílias que foram proprietárias da fazenda. Quando morria alguém, se era branco, era enterrado num pequeno cercado, junto da casa grande, que servia de cemitério. Se fosse membro da família do fazendeiro, era procurado um cemitério santificado. Se o morto fosse escravo, era enterrado bem distante das habitações em covas rasas.

No cemitério da capela, por exemplo, estão os corpos de todos os primitivos povoadores de Ponta Grossa. Entre as campas, afirmam, está a do primeiro intendente, ou seja, a primeira autoridade civil de Ponta Grossa, Benedito Mariano Ribas. Somente em 24 de junho de 1811, é que foi fundado o primeiro cemitério do então Bairro de Ponta Grossa.

CONSTRUÇÃO:

Construída no séc. XVII e com extensão de 500 alqueires, a primeira capela construída no planalto dos campos Gerais é uma edificação simples, com traços marcantes que dão ideia nítida da vida religiosa da época.

A capela de pau a pique e reboco, coberta com telhas trazidas de Paranaguá em lombo de burro foi construída com dinheiro doado por Ana Siqueira Mendonça, viúva de Domingos Teixeira de Azevedo, do Cambijú, para pagar uma promessa a Santa Bárbara.

Localizada a marguem esquerda do Riacho de São Miguel, afluente do rio Pitangui a capela foi toda construída com material existente de maior quantidade na região – arenito furnas, assentada sobre um grande bloco do mesmo material. Suas Paredes são bastante espessas, tendo a frente voltada para o Sul, e seu atual proprietário Nestor Carraro fez algumas obras para sua conservação, entre elas, uma parede de madeira, tanto na frente como na parte traseira da capela, que haviam ruído completamente e também colocando um novo assoalho no lugar do primeiro que encontrava em péssimo estado.

Segundo o proprietário, estas obras foram efetuadas em 1973. Na obra feita, foram levantadas várias colunas de concreto para amparar as paredes que estavam caindo e também o teto foi completamente restaurado, bem como a fachada da capela. Para se entrar na capela, antes da obra, subiam-se alguns degraus de pedra, já bastante gastas pelo o uso.

O interior era muito simples, paredes nuas com uma única janela do lado esquerdo perto do altar. Desse lado havia um pequeno púlpito de madeira, com uma pequena escada. Sobre o altar encontrava-se a imagem em argila da Santa. Esta tinha sobre a fronte uma coroa de prata com algumas pedras coloridas. Existiam duas pias batismais de madeira, um turíbulo de bronze e um pequeno sino, pesando aproximadamente dez quilos.

Havia apenas uma porta de entrada voltada para o sul. Sobre esta porta teria existido uma placa de madeira com inscrições a fogo, destruída pela ação do tempo, e que foi substituída em parte, por um papel datilografado.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: A constante busca por riquezas e colônias resultaram na ocupação européia dos territórios americanos. Os interesses comerciais e econômicos se mantiveram estreitamente ligados à exploração e posterior colonização. Em meio a esse processo os jesuítas, integrantes da ordem Companhia de Jesus, eram enviados juntamente com os desbravadores com a missão de catequização e converção do gentio.

Os jesuítas se espalharam por várias regiões do território brasileiro, chegando a lugares distantes e inexplorados, convivendo com inúmeros grupos indígenas. Durante os séculos XVII e XVIII já haviam penetrado em direção ao sul do Brasil e só em território paranaense cerca de 13 reduções ou aldeamentos foram criados, chegando a manter cerca de cem mil índios. Nesse mesmo período os religiosos construíram um Convento e um Colégio em Paranaguá, passando a representar um ponto estratégico para desenvolver atividades religiosas ligadas a ordem.

Nos Campos Gerais os Jesuítas se estabeleceram na Sesmaria de Itaiacoca, em terras doadas por José de Goes e Moraes, em 1727. Os missionários mantiveram na chamada Fazenda Pitangui, atividades ligadas a pecuária e a agricultura de subsistência. No local onde primeiramente se fez um pequeno oratório, logo se postou uma Capela dedicada a Santa Bárbara, que passou a ser frequentada por moradores da região, chegando a ter um pequeno cemitério nas proximidades. Em meio a conflitos com a coroa portuguesa, o Marquês de Pombal decidiu pela expulsão e confisco dos bens dos jesuítas. As terras da Fazenda Pitangui passaram para as mãos dos carmelitas da Fazenda Capão Alto e posteriormente a particulares. A memória religiosa e histórica da capela acabou sendo mantida por poucos devotos.

Todavia, a Capela Santa Bárbara representa hoje um dos poucos pontos de referência da presença jesuíta em território paranaense, sendo dessa forma justificada a sua restauração e preservação junto ao Estado, pela sua seção de Patrimônio. Preservar o patrimônio, sendo ele edificado ou simbólico, representa a manutenção dos diferentes aspectos culturais em conjunto com as transformações socioeconômicas de um determinado grupo.
Texto: Adreane Marceli Willenborg Schuchardt.
Fonte: Prefeitura Municipal.

FOTOS:

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