Ponta Grossa – Casa Rizental


Imagem: Prefeitura Municipal

A Casa Rizental, em Ponta Grossa-PR, serviu de moradia a Roberto Rizental, imigrante francês do séc. XIX.

Prefeitura Municipal de Ponta Grossa – PR
COMPAC – Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Ponta Grossa – PR

Nome Atribuído: Casa Rizental
Localização: R. Doutor Colares, nº 60, esquina com R. General Carneiro – Ponta Grossa-PR
Processo: 10/2001

Descrição: Localizado na Rua Doutor Colares, esquina com a Rua general Carneiro. O imóvel em questão serviu de moradia a Roberto Rizental, Segundo informações de familiares, os Rizental emigraram da França para o Brasil no séc. XIX, em busca de empregos. A casa Rizental tem as paredes externas em alvenaria e as internas de madeira. Tem apenas um pavimento, mas possui aproveitamento de sótão e de porão. Tombado no ano de 2001. Estilo imigrante / eclético.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: O imóvel em questão serviu de moradia a Roberto Rizental, pertencendo hoje aos seus filhos, que mantêm a propriedade e a Loja das Tintas Rizental.

Os irmãos Francisco e Renê Rizental Filho, introduziram o sistema motorizado de transporte coletivo na cidade de Ponta Grossa. A princípio, este acontecimento revolucionou os meios de transportes existentes até 1928, quando a população dos bairros passou a utilizar pela primeira vez, o ônibus. Nesta época predominavam como veículo de transportes coletivos as diligências, embora as caleças e as charretes também conduzissem os viajantes que aqui chegavam ou que partiram, seguindo para diversas localidades.

Esses meios de transportes já não atendiam a demanda dos ponta-grossenses, cuja população aumentava rapidamente com a chegada dos imigrantes, e principalmente depois da criação do Quartel 13º RI, no bairro de Uvaranas, pois os militares deslocavam-se constantemente até a Estação Ferroviária, ponto de embarque e desembarque do contingente e autoridades que vinham para o quartel tomar posse de seus cargos.

Por volta de 1926, Roberto Rizental já possuía automóvel de aluguel, com ponto fixo na Praça João Pessoa, em frente à Estação Central. Com o passar dos anos adquiriu experiência, vendeu os carros e adquiriu um caminhão FORD, ano 1926, transformando-o em ônibus e criando a primeira empresa particular com a denominação de “Auto Viação Pontagrossense Ltda”, iniciando a linha em 1928, fazendo o percurso entre a cidade e o bairro de Uvaranas, seguida de outras duas linhas para o bairro de Nova Rússia e Oficinas.

Renê afastou-se da Empresa e vendeu sua parte ao irmão Roberto Rizental, que o auxiliava anteriormente, sendo motorista, eletricista, cobrador, mas também tinha outras habilidades, era pintor e músico. E para o perfeito funcionamento de sua empresa, construiu uma oficina ao lado de sua residência, garantindo bom atendimento aos usuários.

Segundo informações de familiares, os Rizental emigraram da França para o Brasil no final do século XIX, em busca de empregos.

Renê Rizental nasceu em 22 de março de 1868 e sua esposa Luiza nasceu em 12 de março de 1878, ambos na França.

Ainda jovem, ouvindo as notícias que circulavam na França, a respeito das oportunidades que o Brasil oferecia, vendeu o que possuía e auxiliando por seus pais, emigrou para este país.

Chegando ao Brasil com os demais compatriotas, desembarcaram no Porto de Paranaguá, vindo para a região dos Campos Gerais em busca de emprego.

Ao subir a Serra do Mar, em composição ferroviária, rumo ao interior do Estado, Renê solicitou um emprego para incorporar-se à Rede Ferroviária, sendo atendido e destacado para a estação do Lago, entre Palmeira e Ponta Grossa, logo tornou-se Mestre de Linha, percorrendo trechos em execução.

Com o passar do tempo, tornou-se amigo do sr. José Domingos Garcia, este casado com Maria Courquim Garcia, também de origem francesa. Aos 26 anos de idade, opinaram ao jovem Renê, que já era tempo de procurar casamento, apresentando a sua sobrinha que residia na França, e propondo casamento caso aceitasse vir morar no Brasil. Trocadas as correspondências, veio à senhorita Luiza Gavois Florentina, com apenas 16 anos de idade e acompanhada de poucos amigos, contraiu matrimônio em 14 de julho de 1894, na cidade de Curitiba.

Sua esposa Luiza aprendeu o Código de Morse e foi trabalhar na Estação do Lago como telegrafista e Chefe. O casal teve os seguintes filhos: Augusto, Emílio, Luiz, Renê Filho, Alice, Francisco, José, Roberto e Orlando.

Os meninos foram crescendo e os pais já sentiam necessidade de dar-lhes educação como tinham sido criados na Europa. Decidiram mudar para Ponta Grossa, onde havia mais condições sociais e culturais.

Como as economias formadas pelos ordenados de ambos, Renê e Luiza abriram um ponto comercial onde Luiza montou uma chapelaria, localizada na Rua XV de Novembro. Nesta época, Alice Rezental casou-se com Manoel Machuca, que havia adquirido uma padaria, onde Roberto começou a trabalhar aos 10 anos de idade, distribuindo pães após a aula.

Renê e Luiza adquiram lotes de terra entre as ruas Gal. Carneiro e Benjamim Constante, onde construíram a casa de moradia em um Posto de Gasolina, denominado Rizental.

Roberto Rizental casou-se com Leonor Ricci, em 29 de setembro de 1928. Desse matrimônio nasceram os seguintes filhos: Milton, Duilio, Fernando, Ronaldo e Osmar.

Ainda em sociedade, os irmãos Francisco e Roberto Rizental, e juntamente com os senhores Manoel Machuca e Abílio Holzmann, fundaram no dia 20 de janeiro de 1940, a “Rádio Clube Pontagrossense” com prefixo de PRJ-2. Passados alguns anos venderam para Manoel Machuca e Abílio Holzmann. Indo para Paranaguá, onde montaram a “Rádio Difusora de Paranaguá” juntamente com outros sócios de Ponta Grossa, o Sr. Alceu D. Marques Guimarães. Essa empresa depois de 12 anos foi vendida, que mantém até os dias atuais.

Também em Paranaguá implantaram a empresa de ônibus “Auto Viação Paranaguá Ltda”, mais tarde passaram sob venda os irmãos Rene Filho e Augusto Rizental.

Posteriormente, foi vendido ao filho Milton que fez sociedade com o Sr. Romeu H. Samy, procedendo alteração na razão social da firma que passou para Irmãos Rizental Ltda. Isso em Janeiro de 1951, com a incorporação dos demais filhos: Dúlio, Fernando, Ronaldo e Osmar.

Os irmãos Ronaldo e Milton Rizental, são proprietários da Loja das Tintas Rizental.
Pesquisadora: Isolde Maria Waldmann
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: Conta-nos a tradição, que os fazendeiros, se reuniram para decidir o local onde seria construída uma capela em devoção à Senhora de Sant’Ana e que também seria a sede do povoado. Como não chegavam a um acordo, pois cada um queria construí-la próximo a sua fazenda, decidiram então soltar um casal de pombos e, onde eles pousassem, ali seria construída uma capela, bem como seria a sede da Freguesia que estava nascendo.

Os pombos após voarem, pousaram em uma cruz que ficava ao lado de uma grande figueira no alto da colina. Problema resolvido, o local escolhido, todos ajudaram na construção de uma capela simples de madeira e, em sua volta a freguesia cresceu e se desenvolveu.

O povoamento: Ponta Grossa teve sua origem e seu povoamento ligado ao Caminho das Tropas. Porém, a primeira notícia de ocupação da nossa região, foi em 1704, quando Pedro Taques de Almeida requereu uma sesmaria no território paranaense. Foi seu filho José Góis de Morais e seus cunhados que vieram tomar posse das terras, trouxeram empregados e animais e fundaram currais para criar gado. Suas terras eram formadas pelas sesmarias do Rio Verde, Itaiacoca, Pitangui, Carambeí e São João, de onde surgiram as primeiras fazendas. Parte dessas terras José Góis de Morais doou aos padres jesuítas que construíram no local (Pitangui), a Capela de Santa Bárbara. Várias fazendas surgiram às margens do Caminho das Tropas. Os tropeiros durante suas viagens paravam para descansar e se alimentar em lugares que passaram a ser chamados de ranchos ou “pousos”. Desses pousos surgiram povoados, como Castro e Ponta Grossa. As fazendas contribuíram para o aumento da população, que levou ao surgimento do Bairro de Ponta Grossa, que pertencia a Castro. Com o crescimento do Bairro, os moradores começaram a lutar para a criação de uma freguesia, pois uma Freguesia tinha mais autonomia. Construíram então um altar na Casa de Telhas, aonde o vigário de Castro vinha de vez em quando rezar missas e também realizar casamentos e batizados.

O crescimento e desenvolvimento: Ponta Grossa foi elevada à Freguesia em 15 de setembro de 1823 e foi escolhido um local no alto de uma colina, perto do Caminho das Tropas para a construção de uma nova capela em homenagem à Senhora de Sant’Ana. Este local foi escolhido para ser a sede da Freguesia e em seu entorno passaram a ser construídas casas de moradia e de comércio. Esta colina é onde hoje se encontra a Catedral de Sant’Ana.

Em 1855, Ponta Grossa foi elevada à Vila e em 1862 à cidade. Cada vez mais pessoas aqui chegavam, sendo que a cidade cresce e se desenvolve, tornando-se a mais importante do interior do Paraná.

Foi com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro, que Ponta Grossa se tornou um grande centro comercial, cultural e social. A ferrovia transformou a cidade em um grande entroncamento, destacando-se na Região dos Campos Gerais e no Paraná. Isso fez com que inúmeras pessoas escolhessem o local para trabalhar, estudar e viver. Foi nesse momento que chegaram os imigrantes, que contribuíram para o crescimento cada vez maior da cidade.

Aqui se estabeleceram os ucranianos, os alemães, os poloneses, os italianos, os russos, os sírios e libaneses entre tantos outros, que contribuíram para o crescimento da cidade, bem como no desenvolvimento social, político, econômico e cultural de Ponta Grossa. Ponta Grossa se destacou no século XX, com muitas lojas de comércio, indústrias, escolas, cinemas, teatros, jornais, biblioteca, entre outros. Pode-se dizer que aquela pequena vila, surgida como pouso dos tropeiros, cresceu e se transformou em uma grande cidade.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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