Ponta Grossa – Olaria Aymoré


Imagem: Prefeitura Municipal

A chaminé da Olaria Aymoré, em Ponta Grossa-PR, foi atingida por um raio e uma parte dos tijolos do topo da mesma caiu.

COMPAC – Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Ponta Grossa – PR
Nome Atribuído: Olaria Aymoré
Outros Nomes: Indústrias Wagner S/A
Localização: R. Ermelino de Leão – Bairro de Olarias – Ponta Grossa-PR
Processo: 92/2001

Descrição: A chaminé em questão pertencia a Cerâmica Aymore, ela conserva uma alta chaminé, que foi uma vez atingida por um raio, uma parte dos tijolos do topo da mesma caiu. Por volta dos anos 1980 a cerâmica fechou devido a instalações de novas indústrias, pois as Olarias ficaram em segundo plano e foi ocasionando a decadência e extinção de empregos diretos e indiretos.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: A Cerâmica Aymoré localiza-se no Bairro de Olarias, cujo nome originou-se devido à existência de várias olarias no local, pois o primeiro nome do mesmo foi “Bairro Chinês”. Estas foram introduzidas em Ponta Grossa no final do século XIX pelos imigrantes russo-alemães, que produziam telhas e tijolos.

A Cerâmica em questão, foi construída na década de 1940 por um grupo de sócios, tendo sido o Sr. Leopoldo Guimarães Cunha um dos maiores acionistas. Após seu falecimento a esposa vendeu as ações para o Sr. Adalberto Carvalho de Araújo, que tornou-se proprietário majoritário.

Adalberto Carvalho de Araújo faleceu em 31 de março de 1964, deixando o terreno (sete alqueires e meio) onde encontra-se a referida cerâmica, por herança ao filho Adalto Gambassi de Araújo, e quando este faleceu, passou a ser propriedade de sua esposa Maria Ivone Zanni de Araújo, que posteriormente transferiu para a filha Beatriz Araújo a parte administrativa do imóvel, e a mesma vendeu todo o maquinário e alguns depósitos.

Segundo as informações, a Cerâmica Aymoré foi a mais importante do gênero existente em Ponta Grossa. A produção era em torno de 200 mil unidades mensais, entre tijolos e telhas, chegando a empregar aproximadamente 100 operários, que exerciam várias atividades na indústria.

Porém, devido ao excesso de encargos sociais com funcionalismo e o aumento de tributos – tanto federais, quanto estaduais e municipais – a Cerâmica Aymoré não conseguiu mais manter o habitual ritmo de produção, tendo que demitir trabalhadores, e os que permaneceram exerciam várias atividades, como de coletar matéria-prima, transporte, confecção das peças, secagem queima e classificação das mesmas.

A argila, matéria-prima utilizada na fabricação de telhas e tijolos, era extraída do terreno da Cerâmica. Este material, de excelente qualidade, era transportado em caçambas tipo vagonete, que percorriam sobre trilhos, sendo puxado por cabos de aço, até chegar ao “amassador de barro”, local por onde saíam finalizadas as peças.

Segundo o Dr. Levi Martins, que trabalhou como funcionário da fábrica desde a década de 1960 até 1972, em muitas das construções existentes em Ponta Grossa e região, foram utilizados tijolos e telhas fabricados na Cerâmica Aymoré.

Mas com o incentivo destinado às indústrias que vieram instalar-se no município de Ponta Grossa, as Olarias ficaram em segundo plano, o que ocasionou, juntamente com a desmotivação dos proprietários, a decadência e a extinção destas que proporcionavam empregos diretos e indiretos, fortalecendo a economia local. A Cerâmica Aymoré permaneceu em funcionamento até meados da década de 1980.

Atualmente, há apenas um galpão construído em madeira e uma chaminé. Quanto aos demais materiais, alguns foram vendidos e outros sucateados. As casas que eram ocupadas pelos funcionários foram demolidas, permanecendo somente a vegetação no local.

Fontes:
Entrevista com Sr. Alecirdo Carvalho, concedida a Isolde Maria Waldmann em novembro de 2001.
Entrevista com o Sr. Jean Felipe de Almeida dos Santos, concedida a Isolde Maria Waldmann em novembro 2001.
Entrevista com o Dr. Levi Martins, concedida a Isolde Maria Waldmann em 20 de novembro de 2001.
Pesquisadoras: Isolde Maria Waldmann e Claudine Cavalli Fontoura
Supervisora: Isolde Maria Waldmann
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: Conta-nos a tradição, que os fazendeiros, se reuniram para decidir o local onde seria construída uma capela em devoção à Senhora de Sant’Ana e que também seria a sede do povoado. Como não chegavam a um acordo, pois cada um queria construí-la próximo a sua fazenda, decidiram então soltar um casal de pombos e, onde eles pousassem, ali seria construída uma capela, bem como seria a sede da Freguesia que estava nascendo.

Os pombos após voarem, pousaram em uma cruz que ficava ao lado de uma grande figueira no alto da colina. Problema resolvido, o local escolhido, todos ajudaram na construção de uma capela simples de madeira e, em sua volta a freguesia cresceu e se desenvolveu.

O povoamento: Ponta Grossa teve sua origem e seu povoamento ligado ao Caminho das Tropas. Porém, a primeira notícia de ocupação da nossa região, foi em 1704, quando Pedro Taques de Almeida requereu uma sesmaria no território paranaense. Foi seu filho José Góis de Morais e seus cunhados que vieram tomar posse das terras, trouxeram empregados e animais e fundaram currais para criar gado. Suas terras eram formadas pelas sesmarias do Rio Verde, Itaiacoca, Pitangui, Carambeí e São João, de onde surgiram as primeiras fazendas. Parte dessas terras José Góis de Morais doou aos padres jesuítas que construíram no local (Pitangui), a Capela de Santa Bárbara. Várias fazendas surgiram às margens do Caminho das Tropas. Os tropeiros durante suas viagens paravam para descansar e se alimentar em lugares que passaram a ser chamados de ranchos ou “pousos”. Desses pousos surgiram povoados, como Castro e Ponta Grossa. As fazendas contribuíram para o aumento da população, que levou ao surgimento do Bairro de Ponta Grossa, que pertencia a Castro. Com o crescimento do Bairro, os moradores começaram a lutar para a criação de uma freguesia, pois uma Freguesia tinha mais autonomia. Construíram então um altar na Casa de Telhas, aonde o vigário de Castro vinha de vez em quando rezar missas e também realizar casamentos e batizados.

O crescimento e desenvolvimento: Ponta Grossa foi elevada à Freguesia em 15 de setembro de 1823 e foi escolhido um local no alto de uma colina, perto do Caminho das Tropas para a construção de uma nova capela em homenagem à Senhora de Sant’Ana. Este local foi escolhido para ser a sede da Freguesia e em seu entorno passaram a ser construídas casas de moradia e de comércio. Esta colina é onde hoje se encontra a Catedral de Sant’Ana.

Em 1855, Ponta Grossa foi elevada à Vila e em 1862 à cidade. Cada vez mais pessoas aqui chegavam, sendo que a cidade cresce e se desenvolve, tornando-se a mais importante do interior do Paraná.

Foi com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro, que Ponta Grossa se tornou um grande centro comercial, cultural e social. A ferrovia transformou a cidade em um grande entroncamento, destacando-se na Região dos Campos Gerais e no Paraná. Isso fez com que inúmeras pessoas escolhessem o local para trabalhar, estudar e viver. Foi nesse momento que chegaram os imigrantes, que contribuíram para o crescimento cada vez maior da cidade.

Aqui se estabeleceram os ucranianos, os alemães, os poloneses, os italianos, os russos, os sírios e libaneses entre tantos outros, que contribuíram para o crescimento da cidade, bem como no desenvolvimento social, político, econômico e cultural de Ponta Grossa. Ponta Grossa se destacou no século XX, com muitas lojas de comércio, indústrias, escolas, cinemas, teatros, jornais, biblioteca, entre outros. Pode-se dizer que aquela pequena vila, surgida como pouso dos tropeiros, cresceu e se transformou em uma grande cidade.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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