Porto Alegre – Antiga Fábrica de Discos “A Elétrica”


A Antiga Fábrica de Discos “A Elétrica” foi tombada pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre-RS por sua importância cultural para a cidade.

COMPAHC – Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural
Nome Atribuído: Antiga Fábrica de Discos “A Elétrica”
Localização: R. Sergipe, n° 220 – Porto Alegre-RS
Resolução de Tombamento: Lei n° 1.013262.96.3
Inscrição no Livro do Tombo: n° 53, p. 78, de 27/12/1996

Descrição: Em 1908, Savério Leonetti, imigrante italiano natural da Calábria, em viagem à Europa, adquiriu na Alemanha o maquinário para a gravação e prensagem de discos. Em 1913 lança o gramofone nacional, de custo mais acessível do que o estrangeiro, na marca “A Eléctrica” e em 25 de outubro do mesmo ano saem os primeiros discos (os discos eram gravados em Porto Alegre e prensados na Europa) no selo do “Disco Gaúcho”. Em 1914 Leonetti já gravava e prensava os discos em sua fábrica “A Eléctrica” em Porto Alegre, tornando-se o segundo fabricante de discos no Brasil e na América do Sul (o primeiro fabricante de discos era a casa Edison, no Rio de Janeiro, também de 1913).

A fábrica “A Eléctrica” foi instalada por Leonetti na rua Sergipe nº 9. A comercialização e a venda dos discos e gramofones fazia-se no centro de Porto Alegre, na Rua dos Andradas, nº 302 (hoje centro comercial Masson). Ela tinha “o maior sortimento de artigos phonográphicos do Estado e único fabricante dos afamados gramophones marca Eléctrica e Disco Gaúcho”.

Em 1924, depois de onze anos e produção de mil discos, a empresa de Savério Leonetti faliu. Foi decretada a falência de “A Eléctrica” pela Junta Comercial de Porto Alegre. Nas causas possíveis estão a 1ª Guerra Mundial e as dificuldades de importar os materiais necessários à indústria da Alemanha, bem como o espírito um tanto perdulário de Leonetti.

O prédio da Av. Sergipe, hoje nº 220, bairro Glória, constitui um marco único na música popular de Porto Alegre por tratar-se da primeira fábrica de discos do Rio Grande do Sul e a segunda do continente sul-americano.

A construção da fábrica no início do século tornou a cidade um centro musical. Durante o período áureo da fábrica, de 1913 a 1919, a capital do Rio Grande do Sul teve um papel de pólo cultural na área da música em relação aos vizinhos países do Prata com o tango e no Brasil com o samba e outros ritmos da música popular.

Evidenciando o estilo eclético em sua arquitetura, constitui-se num exemplar da construção de residências-chácaras na virada do século XIX-XX. O prédio reúne características de chalet e algumas tendências neobarrocas na ornamentação da fachada frontal. Ele possui na fachada, coroamento, platibanda e frontão em forma arredondada. A característica de chalet está nos avarandados laterais enfeitados de lambrequins de madeira recortados à serra de fita.

Com singular técnica construtiva para a época, possui alvenaria estruturada com ferro, tendo sido utilizados trilhos de trem. É uma edificação térrea com porão implantada isoladamente sobre o terreno. A cobertura é em duas águas com telha francesa. Tem paredes externas em alvenaria de tijolos, forro em madeira, piso assentado em estrutura de ferro e laje de grês. O piso do banheiro é cerâmico, a cozinha e avarandados têm ladrilhos hidráulicos e as demais peças da casa têm o piso em madeira. A ornamentação da fachada frontal do prédio é feita com elementos alusivos à atividade da fábrica de discos. Os elementos expressos nas formas feitas em massa. O conjunto ornamental compreende uma lira coroada por guirlanda na forma de ferradura com as pontas de cabeças de cobra e a cada lado da lira a impressão de um disco.

Em 1996, a classe artística mediante extenso abaixo-assinado dirigido ao Município mostra seu interesse em preservar o prédio da Av. Sergipe. O tombamento ocorre em 27 de dezembro de 1996.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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Prefeitura Municipal


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