Porto Alegre – Casa à R. Félix da Cunha, n° 1155


A casa à R. Félix da Cunha, n° 1155 foi tombada pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre-RS por sua importância cultural para a cidade.

COMPAHC – Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural
Nome Atribuído: Casa R. Félix da Cunha, n° 1155
Localização: R. Félix da Cunha, n° 1155 – Porto Alegre-RS
Resolução de Tombamento: Lei n° 04.9373.87.5
Inscrição no Livro do Tombo: n° 33, p. 29, de 21/03/1989
Descrição: Trata-se de uma série de oito sobrados geminados de n°s 1143, 1145, 1155, 1157, 1167, 1169, 1179, 1181 e de uma residência isolada de n° 1215 que compõem um conjunto à Rua Félix da Cunha.
O conjunto foi construído no início da década de 30 deste século pela Construtora Azevedo-Moura & Gertum, a partir de um projeto concebido por Egon Weindorfer, arquiteto tcheco, na época radicado em Porto Alegre, atuando como coordenador do setor de arquitetura da empresa. O projeto global foi desenvolvido em terreno com frente de 55,00m e fundos que iniciam em 14,00m, aumentando gradativamente até 16,10m. Pela disposição das casas, percebe-se nítida a influência dos “terraces” europeus, mais precisamente os de origem inglesa dos períodos georgiano e vitoriano. Tal tipologia estendeu sua influência até os dias de hoje, com modificações funcionais e formais e incorporando sucessivas inovações técnicas.
As unidades foram edificadas sobre lotes individualizados de 6,90 x 14,00m (em média) e se desenvolvem em três pavimentos, ligados entre si por escadas de madeira; têm telhados contínuos de ponto alto em duas águas, sendo uma com caimento para a Rua Félix da Cunha.
Com relação à caracterização estilística da série de oito sobrados, nota-se a influência do art déco, mesmo que de forma contida e despojada. O ritmo das janelas e portas realçadas por molduras salientes e lisas, e as portas de acesso com marcação mais enfática e encimadas por floreiras metálicas, são características marcantes. Abaixo do beiral, anunciando o ápice da fachada e o início do telhado, um entablamento largo, contínuo e suavemente texturizado com caneluras verticais em baixo relevo. Há ainda uma série de pequenos detalhes reveladores do estilo, sejam gradis geometrizados ou ferros tubulares dos guarda-corpos dos balcões, sejam os desenhos dos corrimãos de escada, das portas internas, dos forros e dos pisos hidráulicos.
Cabe ressaltar, no entanto, que, no caso presente, trata-se de uma linguagem formal singela, com uma certa economia de adornos e que pouco concede a luxos, extravagâncias e virtuosismos. Essa postura talvez possa ser atribuída tanto à intenção do arquiteto em buscar uma síntese do déco com tendências modernistas, como também, e talvez simultaneamente, a busca de contenção de custos, na medida em que na raiz do empreendimento estava a idéia da locação imobiliária dirigida à classe média, o que pressupunha economia construtiva.
A preocupação em preservar o conjunto arquitetônico partiu da iniciativa dos próprios usuários. Foram eles que, sabedores do risco de sua demolição em função do alargamento da Rua Félix da Cunha, visando dar continuidade à avenida Perimetral, mobilizaram-se, procurando sensibilizar tanto a comunidade do entorno como o Poder Executivo Municipal. O movimento gerou o reconhecimento do conjunto, inicialmente, como de “interesse sócio-cultural” com posterior tombamento.
Fonte: Prefeitura Municipal.
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Prefeitura Municipal


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