Porto Alegre – Casa à R. Riachuelo, n° 645


 

A casa à R. Riachuelo, n° 645 foi tombada pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre-RS por sua importância cultural para a cidade.

COMPAHC – Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural
Nome Atribuído: Casa R. Riachuelo, n° 645
Localização: R. Riachuelo, n° 645 – Porto Alegre-RS
Resolução de Tombamento: Lei n° 4665/79
Inscrição no Livro do Tombo: n° 21, p. 14, de 05/05/1980
Descrição: Apesar deste prédio estar lançado no livro de controle do Arquivo Municipal em nome de Firmina Ignácia Soeiro a partir de 1893 até 1899, sua construção deve ser bem anterior a esta data. Em 1899, o prédio passou por escritura pública para a família Ferreira de Azevedo, da qual o patriarca era o Comendador João Batista Ferreira de Azevedo, importante comerciante da cidade. O Comendador fundou, em 1856, a firma Azevedo, Bento & Cia. e foi um dos fundadores do Banco da Província, em 1858. Após a sua morte, em 1889, a casa passa por escritura pública para sua esposa, D. Generosa Barcellos Ferreira de Azevedo. Em 1933, adquiriu a propriedade, por herança, seu filho, Dr. Felisberto Ferreira de Azevedo, que foi diretor do Banco da Província de 1917 a 1938. A casa, depois de adquirida pelo Comendador Azevedo, nunca foi vendida, sendo objeto de herança para as demais gerações da família. Em 1946, é solicitada e concedido a licença para ser instalado no local uma casa de cômodos.
O prédio é um sobrado de dois pavimentos com implantação característica do período colonial. Possui fachada no alinhamento e paredes laterais nos limites do lote. O terreno é em aclive, medindo 6,75 x 50,00 m, perfazendo um total de 337,50m2. O pavimento superior, possivelmente destinado, originalmente, à moradia dos proprietários, possuía um salão na parte frontal, corredor, escada de acesso ao sótão, duas alcovas, varanda, uma área servindo como poço de luz e uma cozinha ao fundo.
No pavimento térreo, o acesso se dava pela porta colocada no lado esquerdo da fachada. Na parte da frente, existia uma sala grande, que poderia ter funcionado como armazém, pois há indícios, inclusive com a presença de soleira, de uma porta, do lado direito, onde hoje existe uma janela.
A estrutura do edifício é autoportante e construída com tijolos assentados com argamassa de barro. Todas as paredes externas são feitas com este tipo de técnica e revestidas com argamassa de barro. A parede da fachada principal e as duas empenas laterais estão escoradas, pois o telhado foi retirado e sua amarração está comprometida. As esquadrias encontradas na casa na apresentam verga em arco. Todas apresentam cercadura de madeira. As janelas da fachada são de duas folhas de abrir, com madeira fixa, caixilhos de madeira com vidro e postigo de madeira na pane interna. A porta externa é de madeira, com duas folhas de abrir sem bandeira. A fachada apresenta uma platibanda, com cornija. Originalmente esta não existia, sendo a água jogada sobre a rua e o quintal.
Em 16 de setembro de 1977, através da lei 4317, o prédio é considerado de “valor histórico e cultural e de expressiva tradição na cidade de Porto Alegre”. O proprietário, na época, Dr. Júlio Zancani de Azevedo, solicita que o prédio seja desapropriado ou excluído da referida lei, para que possa construir um edifício no local. A solicitação foi indeferida pela Prefeitura e, a partir de então, mais nenhum investimento é feito pelo proprietário para a conservação do prédio.
Em 05 de maio de 1980, é tombado pelo município.
O prédio sofreu um processo de degradação muito acentuado nos últimos anos por absoluta falta de conservação. Atualmente resta apenas a fachada principal da casa, escorada por ação do Município.
Fonte: Prefeitura Municipal.
MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal


Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *