Porto Alegre – Casa à Trav. Venezianos, n° 38


 

A casa à Trav. Venezianos, n° 38 foi tombada pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre-RS por sua importância cultural para a cidade.

COMPAHC – Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural
Nome Atribuído: Casa Trav. Venezianos, n° 38
Localização: Trav. Venezianos, n° 38 – Porto Alegre-RS
Resolução de Tombamento: Lei n° 4665/79
Inscrição no Livro do Tombo: n° 8, p. 6, de 24/04/1980
Descrição: A “Travessa Venezianos” é um conjunto de 17 bens tombados pelo Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre e está localizada próxima à periferia sul do bairro Cidade Baixa, entre as ruas Lopo Gonçalves e Joaquim Nabuco.
Em ambos os lados de uma pequena rua estão localizadas 15 casas em fita. A construção da parcela com maior antigüidade data do início do século XX. A arquitetura simples, desprovida de elementos arquitetônicos significativos, revela sua forma de ocupação original, popular, destinada a servir de fonte de renda na forma de aluguéis. A parcela mais atual data aproximadamente de 1930 e adequou-se perfeitamente àquela existente, respeitando as relações de volume e proporção, contribuindo para a harmonia e peculiaridade resultantes. Trata-se de um espaço urbano típico de muitas de nossas cidades antigas, de estreitas ruas para onde se abrem portas a janelas de casas de pé-direito alto e platibandas.
Até a metade do século XIX e fim da Guerra dos Farrapos, esta região da Cidade Baixa era um subúrbio com aspectos de zona rural, à mercê de constantes enchentes provocadas pelo Arroio Dilúvio. Conhecida também como zona de refúgio de escravos, sua evolução se fez a partir da instalação de uma olaria nas imediações. Cronistas da época citam como aspectos pitorescos o carnaval que movimentava as ruas deste bairro. Entre os blocos mais conhecidos destacava-se o “Bloco dos Venezianos”. No entanto, não há ligações comprovadas historicamente entre o bloco e a “Travessa Venezianos”.
A atual Rua Joaquim Nabuco era a antiga Rua dos Venezianos, que teve seu nome trocado em 1936, e aparece pela primeira vez referenciada na planta da cidade de 1896. No entanto, as referências cartográficas para a “Travessa” surgem só na planta de 1935.
Inclusive o nome “Travessa Venezianos” não se deu por Decreto-Lei e se enquadra entre as ruas chamadas “Ruas sem decreto”. Conclui-se que o nome se originou em ser “Travessa da Rua dos Venezianos”. Antigos moradoras entrevistados, afirmam que o acesso entre a Rua Venezianos e Lopo Gonçalves era feito através da “Travessa”, pois existia ali um trapiche facilitando o percurso de quem se destinava a Rua da Margem, atual Rua João Alfredo.
A “Travessa Venezianos” era habitada por tipos populares como boleiros, prostitutas, jornaleiros, carvoeiros, pais de santo, consertadores de guarda-chuvas, imigrantes italianos, etc., os quais locavam os imóveis. A “Travessa” era considerada como o setor mais pobre da Rua dos Venezianos, inclusive seu calçamento nesta área chegou mais tarde, em 1926. Proliferavam no bairro as construções de casas geminadas em fita para aluguel.
Não há vinculação da atual população que habita a “Travessa” com aquela existente no passado quando da construção dos imóveis, uma vez que a permanência era temporária.
De 1983 em diante foram iniciados reparos nas casas da Travessa através da Prefeitura Municipal. Foram executados trabalhos de reparação e troca de calhas, telhas e madeiramento de cobertura, tratamento anticupim, perícia e substituição de instalação elétrica danificada. Convém ressaltar que os próprios moradores, proprietários e locatários, foram por muito tempo os responsáveis pela manutenção de seus bens sem qualquer apoio externo.
Foram tombadas também, para preservação das visuais no entorno da Travessa dos Venezianos, as casas de no 506 e 534 da Rua Lopo Gonçalves e as de n° 381, 383 e 397 da Rua Joaquim Nabuco.
Fonte: Prefeitura Municipal.
MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal


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