A Casa Boni foi tombada pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre-RS por sua importância cultural para a cidade.

COMPAHC – Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural
Nome Atribuído: Casa Boni
Localização: R. Marquês do Pombal, n° 1111 – Porto Alegre-RS
Resolução de Tombamento: Lei n° 1.079502.99.7
Inscrição no Livro do Tombo: n° 61, p. 98, de 27/08/2001

Descrição: O imóvel, localizado à Rua Marquês do Pombal, nº 1111, constitui um exemplo significativo da residência burguesa das primeiras décadas do século XX, quando desenvolveuse o bairro Auxiliadora. Na arquitetura da época, há ainda o predomínio do chamado historicismo ou ecletismo. Porém, a demanda de projetos ditos utilitários, em função dos incentivos ao desenvolvimento industrial no pós-guerra, leva a uma simplificação e racionalização dos elementos formais. Paralelamente, aumenta a demanda de projetos residenciais, expressão da prosperidade da burguesia local.

Na história da arquitetura em Porto Alegre, este exemplar representa uma transição para a arquitetura modernista, mantendo ainda o partido e planta baixa da arquitetura do fim do século XlX.

A casa foi projetada e construída pelo engenheiro italiano Armando Boni em 1922 para residência de sua família. Armando Boni foi um profissional que contribuiu, com sua formação de vanguarda para a época, para o enriquecimento da evolução da arquitetura em Porto Alegre, sendo o autor do Cemitério São Miguel e Almas e do Palácio do Vice-governador.

Na residência de Armando Boni, a influência modernista restringe-se ainda ao tratamento formal da obra, sem, no entanto, abandonar as leis de composição clássicas: simetria de volumes e fachada correspondendo à simetria da planta baixa, eixo central bem marcado pela escadaria e pórtico de acesso principal à residência. A equação forma x função é parcialmente resolvida à maneira modernista na diferenciação das aberturas, mas na distribuição dos espaços internos ainda é notável a predominância da simetria sobre a hierarquização/diferenciação dos espaços.

Outro aspecto relevante é a questão técnica. Apesar de ter sido pioneiro no estado no uso do concreto armado, Armando Boni opta por uma solução estrutural convencional na construção da residência da família: paredes portantes, entrepiso com vigamento de madeira e estuque. Somente umas poucas dependências têm o entrepiso em concreto armado. O uso de elementos pré-fabricados de concreto é observável nos muros e detalhes ornamentais da fachada. Acrescente-se a expressividade e peculiaridade do tratamento elaborado e rico dado ao trombon e aos forros da sala principal.

A cerca da frente, para a rua Marquês do Pombal é composta por elementos prémoldados, em argamassa de cimento armada e tela de arame galvanizado . A entrada principal é formada por dois pilares de alvenaria de tijolos rebocados, os quais suportam um telhado de proteção, com estrutura de madeira e telhas de barro. O portão de entrada de madeira com uma moldura elíptica possui as iniciais do proprietário em ferro.

As paredes do térreo em granito natural, e a parte superior com um revestimento em reboco rústico, na cor de areia.

O telhado, em diversas águas, revestido com telhas de barro, tipo “marselha”. O beirado é, em parte, formado por lajes de grês revestidas com reboco e, em parte, por tábuas sobre estrutura de madeira. Sobre as fachadas principal e laterais, o beirado sobre alvenaria apoiada sobre suportes de cimento pré-moldado. A parte superior das janelas com quadros decorativos, também em cimento.

Além da casa em dois pavimentos estão tombados os jardins, nos quais encontram-se uma pérgola estruturada por pilares de concreto com capitéis jônicos e uma fonte com a bacia em azulejos portugueses.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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